Paternal

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O barulho de vozes, o fez acordar, Jason procurou ela pelo quarto, levantou em um pulo assim que não a viu, isso o fez correr para fora do quarto.

—Não  acho querida, eu vou ajuda-lá a cuidar disso. —O homem mais velho fala.

Jason deu mais alguns passos e a viu sentada na mesa de centro da sala, o pai dele, está concentrado, limpando o ferimento da garota, que parece confortável em falar algo com ele, isso foi inesperado, nunca tinha visto o pai tão "humano",  tão estranho, limpando a garganta para chamar a atenção deles.

—Bom dia Jason. —Ela o cumprimenta alegre.

—Garoto, guardar essa merda.— O homem fala, ao ver a faca de caça  na mão do filho.

—Você está bem?

—Sim, o senhor Slade está me ajudando, eu arrebentei os pontos.

Jason observa o pai, o jeito que ele está fazendo os pontos, parece delicado, muito diferente do monstro bruto que ele é normalmente. Nunca o viu ser tão gentil com alguém, desde da morte daquela mulher. Balançando a cabeça  para espantar certos pensamentos.

—Vem.

—Ela está ferida, tem que descansar.

Erguendo  um sobrancelha em deboche Jason pega a mão dela a puxando para perto dele, as mãos enormes  segurou o rosto dela, mexendo na mecha escura do cabelo  dela, para checar o pescoço e a nuca com cuidado. As mãos pequenas dela segurou as dele.

—Está ferida, ele tentou algo, feriu ... interroga duvidoso.

—Não...Jason não, estou bem.— Respondeu preocupada, olhando no fundo dos olhos verdes gélidos dele.

A Camiseta dela foi erguida, ele abaixou-se, olhando, procurando  algo, a mão apertando em volta  da coxa dela. As bochechas dela ficarem quentes, quando sentiu a respiração  dele contra a pele sensivel  da coxa exposta. Afinal o que estava acontecendo?

—Está  assustando ela garoto.— Slade reprende o comportamento  do filho.


Ela havia acordado muito antes dele, é ficou olhando o rosto sereno dele, e seus fios loiros que brilhavam com o reflexo do sol, a respiração calma, conseguiu sair do aperto dos braços  dele, pulou para fora da cama.

"Ele não ficara bravo por eu ter usado o banheiro. Espero que não ". Pensou enquanto aproveitava a água gelado.

Ela andou até a sala que estava uma bagunça, talvez seja uma boa limpar em agradecimento, afinal ele cuidou dela. Aproveitou para recolher em uma sacola todas as latas e garrafas de cerveja, e passou um pano para limpar a poltrona e os sofás, a TV estava ligada no noticiário, quando terminou de empurrar a mesa para o lugar.

—Cuidado querida. —A voz rouca é aspera fala, atrás dela, a assustando.

Ela se vira, o homem é alto e tem uma aparência assustadora, seus músculos  são definidos ele parece uma versão mais velha do Jason.

—Bom dia. —Fala educada com o homem desconhecido.


Ele acordou cedo, na verdade nem havia dormido, depois de passar horas no quarto limpando as armas, aproveitou para correr na floresta, e quando voltou para casa, viu uma garota arrastando a mesa de centro da sala, a olhando bem, enquanto  ela não  nota a presença  dele.

"Faz algum tempo que não vejo uma mulher, muito menos uma tão nova, isso é coisa do Abaddon, que putinha gostosa... "

—Bom dia.— Ela cumprimentou receosa quando o viu.

—Acha que aguenta algumas rodadas comigo? —Perguntou, aproximando-se  dela.

—Rodadas?—Ela repete confusa.

—Prometo não machucá-la. —As mãos dele estão no cos da calça  moletom.

—Ah... eu...Jason disse que eu poderia ficar. —Explica ao homem, dando alguns passos para longe dele com medo.

—Wow, esqueça  o que eu falei  princesa.— Pede  guardando o dinheiro  no bolso e sorrindo sem graça.

—Tudo bem, sou a Laenna. —Se apresenta sorrindo sem graça.

—Slade, pai do Jason.— Explica para ela.

O cheiro de sangue faz Slade arquear as sobrancelhas  e bufar irritado, olhou para ela, viu  a mancha vermelha  se formando na camiseta dela.

—Está sangrando.— Avisa, apontando.

Ela ergue a camiseta  apenas, para ver que havia rompido alguns pontos que Jason fez,  o sangue encharcou as bandagens, olhando espantada para o mais velho, ele a segurou pelos ombros  e ajudou ela a  sentar na mesa, saindo para algum lugar, voltando segundos depois com algumas coisas.

—Aquele filho da puta, Jason fez um estrago em você docinho. —Fala cuidando do ferimento, dela.

—Não senhor, não  foi ele.— Explica ao mais velho.

Slade sorri para ela,  uma garotinha, afinal deve ter a idade de Jason pequena e frágil, nada passa despercebido  por um homem  como ele, há marcas e arranhados de contenção  nos pulsos e tornozelos, recentes, se ela fosse uma das putas de Abaddon faria sentido, mas não, ela foi trazida por Jason.

Laenna  tagalerou sobre coisas sem importância.

—Acha que é muito ruim? Perguntou, triste.

—Não  acho querida, eu vou ajuda-la a cuidar disso. —O homem mais velho fala.

Os olhos azuis os encara, como uma fera observando a presa. Slade viu o jeito do filho com ela, tão possessivo, rodeando e a tocando, o desejo daquele garoto, transparênce.
Talvez fosse  o sentido paternal ou algo assim, mas Slade sabe Jason não é bom o suficiente  para aquela garota.
Mas por algum motivo seu peito apertou ao ver o filho tocá-la  daquela forma e em ver o olhar de medo dela.

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