Capítulo 3.

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MARGOT

Ela odeia admitir que começou a se empenhar nas aulas.

Margot não é burra, nunca foi e odeia pensar que é isso que os professores acham.

Ao longo da semana, ela participa das aulas, faz todas as lições e ainda conversa com as outras alunas.

As colegas a olham como se ela fosse um demogorgon usando saia xadrez.

Na sexta, ela é a primeira a entrar na sala. Está animada para ver o sr. Quinn.

Quando ele entra na sala, não chegou mais ninguém ainda.

Ela se levanta em um pulo enquanto ele coloca as coisas na mesa. Margot tranca a porta da sala, correndo até o professor em seguida. Ela o puxa pela jaqueta, colidindo os lábios com os dele antes que ele pense demais.

- Margot, meu Deus. - Ele se afasta, rindo. Está a segurando pelos ombros, olhando para ela com um leve assombro. - Alguém pode nos ver.

- Eu não me importo. - Ela senta em cima da mesa dele. - Me beija. Só me beija.

Ele suspira uma vez antes de atacar os lábios dela, como se o juízo tivesse o alertado, mas ele o expulsou com uma respiração.

O professor se encaixa entre as pernas dela, agarrando a cintura de Margot com ambas as mãos. Ele não é delicado, a segura com força, como se ela pudesse escapar. Para isso, ela teria que querer.

Margot tira a jaqueta dele, um jeans surrado e a joga no chão. As mãos estão desesperadas por contato, por algo a mais. Ela morreria para o ter por completo. Tem estado presa nesse inferno de escola desde sempre, mal teve relacionamentos ao longo desses anos.

E agora ele, como se fosse um presente.

Como se ela merecesse ser recompensada.

- Margot, você vai fazer eu perder meu emprego. - Ele murmura, beijando o pescoço dela. - Pelo amor de Deus, mulher.

Mulher. Nada de garota, nada de aluna. Ela se arrepia, descendo a mão pelo corpo dele.

As batidas na porta a assustam. O sinal de Raven para avisar que tem alguém se aproximando.

- Bom dia. - Ela sorri, se desvencilhando do sr. Quinn.

Margot se agacha na frente dele, que a olha meio atônito e pega a jaqueta, entregando para ele em seguida.

- Obrigada pela breve aula, sr. Quinn.

- É sempre um prazer, senhorita Collins.

Margot se afasta, destranca a porta e volta para a própria mesa, abrindo o livro.

As colegas de sala começam a entrar, lotando as cadeiras. Nenhuma delas parece reparar na ereção que o professor tenta esconder.

Mas ela repara. Claro que repara.

Margot consegue o ver.

[...]

O sr. Quinn foge dos olhares dela durante as aulas. São as duas últimas do dia, depois começa oficialmente o recesso de primavera.

I Can See You × Joseph Quinn [Short Fic]Onde histórias criam vida. Descubra agora