Capítulo 4.

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MARGOT


O bilhete de Joe era uma mensagem dizendo “me encontre hoje á noite no jardim”.

Ela escapa do dormitório, usando uma cópia da chave da porta do corredor, que Raven conseguiu quando saia com o guarda do campus.

A noite está quente, a primavera provando seu valor. Margot usa uma regata apertada e um short larguinho, com chinelos nos pés. Ela não levou nada além da chave, enfiada no bolso de trás e um pedaço de papel...

O jardim é do outro lado do campus, ela demora alguns minutos para chegar lá. O cabelo ainda está molhado do banho, cheirando a shampoo. Ela pensa se não deveria ter se arrumado mais, se isso é um encontro ou algo do tipo. Talvez devesse ter passado pelo menos um batom, algo além do rímel básico de sempre.

Ela prefere não se apegar a isso, está andando entre as árvores, passando pela ponte do lago quando o vê, usando a mesma jaqueta do outro dia.

Margot sabe o que vai acontecer essa noite, ela sabe que vai o beijar e nunca contar a ninguém. Ele é o segredo que ela morreria para guardar.

Joe abre um sorriso quando ela se aproxima, beijando-a nos lábios com doçura.

- Oi. - Ele sussurra, está segurando o rosto dela nas mãos.

-Oi.

-Você está bem?

-Estou. - Ela ri, baixinho. - Só entediada. O dormitório está vazio.

- Sinto muito.

- Não é culpa sua. - Margot dá de ombros. - Foi você que inventou esse maldito recesso?

- Sinto te dizer que não, mas vejo pelo lado bom, temos um tempinho a sós...

- Sim. - Ela se inclina e o beija mais uma vez. - Sorte a minha, então.

Ele está segurando com força, as mãos firmes agarrando a cintura dela, vez ou outra subindo para o rosto. Quem diria que alguém tão doce consegue ser tão... Firme, rígido.

- Você está com fome? - Ele pergunta.

- Acho que sim. - Ela dá de ombros.

Joe ri.

- Você acha que sim?

- É, acho que sim.

Ele desliza a mão até alcançar os dedos dela, os entrelaçando, enquanto começam a caminhar.

- Você não me entregou o poema. - Ele diz, de repente.

- Não, não entreguei.

- Sua nota vai cair, senhorita Collins.

- Mil perdões, sr. Quinn. O senhor poderia me dar mais alguns dias de prazo?

- Tudo tem um preço.

Ela se inclina, meio desajeitada e deixa um selinho nos lábios dele.

- Pronto, paguei.

- Não, não. - Joe ri. - É mais caro do que isso.

Eles param em frente a porta da casa do caseiro do campus.

- Espera, você mora aqui?

- Sim.

- Você é filho do Kirk? - Ela sorri. - Eu adorava o Kirk!

- É, meu pai costumava ser muito querido na escola.

- Ele sempre me dava uma laranja do pé nos fundos do jardim.

I Can See You × Joseph Quinn [Short Fic]Onde histórias criam vida. Descubra agora