𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒- 𝗚𝗶𝗿𝗹𝘀

•Lena Luthor•

Lena pov

As coisas mudam. As coisas mudam muito rápido e as vezes nós não nos damos conta, não é importante saber disso a todo momento, estar ciente de que as horas correm, dias se viram, meses se vão e anos se tornam passado. Admito que não me fez falta saber das mudanças, se acontecem, tudo bem, se não acontece não deveria. Mas em contrapartida vai haver aquele momento do qual você para e só se assusta, se dá conta de que aconteceu, pelo que passou e ligeiramente compara um momento anterior ao qual passa agora, sua situação atual. E caramba... as coisas mudam com o tempo. Claro que algumas coisas deveriam acontecer cedo ou tarde, e, você sempre vai saber se passou ou não porque um dia você soube que aconteceria, ruim ou boa, aconteceu.

Não falava muito de passado, do meu, não me sentia tão aberta a ele. Mas tenho facilidade de falar de alguns anos para cá, seis para ser mais exata. São meus anos de maiores mudanças na vida porque antes deles eu não tinha muita coisa, quero dizer, era somente eu lutando por minhas próprias coisas, sem uma família concreta porque a parte que me criou é envolta de brigas, e por isso não me meto. Nunca gostei da imagem de passado voltada à essa. Mas quando se sai de onde não te deixam crescer, você atinge níveis próprios de conquistas quais nunca achou que poderia por motivo do medo de antiguidades.
Quando saí da casa de meus pais meu irmão saiu junto, gerando uma dor de cabeça enorme no início. Mamãe ligava, papai enchia o saco e além de meus sentimentos eu tentava ajudar Lex com os dele, ou seja, sentindo por dois assim como ele fazia com os meus. Uma parte dolorosa de que passamos. Essa instabilidade emocional. Logo nos afastamos de nossos pais pois sabíamos que eles quem nos atrasaram em diversos aspectos. Eu não atendia mamãe nem papai, chorei por noites até "desmamar" da ideia de que eu precisava sim escutar o que me falavam, que precisava saber como estavam e que só porque eles eram mais velhos precisavam de mais supervisão. Claro que não. Eles não podiam viver por mim, tomar minhas decisões e nem as de Lex.
Eu me lembro de cada noite mal dormida de que passei, me lembro de tentar me distrair em cada madrugada passada, ou de tentar não tomar algum tipo de remédio pra dormir, não pensar na pressão da faculdade e nos afazeres do trabalho, assim como na existência de novas contas das quais eu teria de pagar. Com a ajuda de meu irmão? Sim, mas teria. Logo, arregacei as mangas, terminei minha faculdade administração e arrumei um trabalho inicial bom que me proporcionou sair do apartamento em que dividia com Lex, que também já trabalhava. Estava por mim, aos vinte e seis anos, sozinha, e naquele momento foi o que decidi que de fato não era momento para lidar com minha própria família, isso sabendo dos possíveis resultados caso voltasse a falar com mamãe ou papai.
Dois anos no mesmo local de trabalho e uma subida de cargo expressa, mais um ano e meio e pedi demissão, pretendia construir meus próprio negócio que inicialmente achei não ser possível. Era uma época difícil, me isolei e achei que estava sem tempo, como se contasse ele a todo instante, me cobrando mais e mais com medo de algo que eu nem sabia o que era. Hoje entendo que era medo de mim mesma, medo de não conseguir provar algo a alguém quem nem pagava minhas contas.
Mas, com alguns meses de planejamento montei a primeira sede da L-Corp, meu orgulho profissional. No início era pequena, um prédio alugado em uma parte nobre da cidade, perto de meu apartamento... lembro-me de chegar até meu escritório, pela primeira vez, e me sentar no sofá e chorar. Eu chorei. Eu chorei muito porque eu havia dado um passo enorme e pela primeira vez, jovem, conquistei não só mais experiências para um currículo que se formava, mas conquistei uma parte do que sempre sonhei. Eu estava andando com minhas próprias pernas e havia me dado conta de que havia chegado longe. Me sentia tão feliz, tão... cansada.
Na semana da abertura da empresa eu já tinha minha equipe selecionada, havia feito entrevistas diversas antes e contratado pessoas capacitadas às vagas. Em um mês de funcionamento nós fazíamos uma ótima quantia líquida, mais um orgulho. Em um ano nós havíamos nos classificado em mais um prêmio empresarial, os prêmios da empresa cresciam e com o tempo... a empresa também. Mudei a empresa para um local maior, ainda não era meu mas era ótimo, grande e realmente precisávamos de espaço pois a equipe crescia como o vento, rápido. As ações também, já tinha alguns acionistas, muitas parcerias e estava prestes a fazer uma enorme...