𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒- 𝗚𝗶𝗿𝗹𝘀

•Ava Sharpe•

S/N pov

- Então eu tenho tentado fugir da cafeína porque o médico disse que se eu continuasse minha cabeça iria explodir.- Conto a Ava mais um acontecimento que me tirou de fora da rotina.- Em partes eram disso minhas enxaquecas horríveis...

- Uhum, sim... mas e aí? Notou melhora alguma?- Me olha com os olhos semi-cerrados, entendo sua desconfiança.

- Notei. Notei sim. Diminuíram minhas dores de cabeça, meus batimentos cardíacos se mantém regulados e meu humor tem melhorado.- Ela ergue uma sobrancelha.- Ah Ava! Você sabe que sim, nem vem... e faça o favor de não me olhar assim.

Ela anota algo na prancheta com meus dados pessoais. Sua cara não é nada boa e sei porque... A mais ou menos dois meses tenho sentindo muita fadiga e dor de cabeça, não lhe falei muita coisa pois se não se preocuparia demais, mas agora que sabe, lhe tenho como uma julgadora.

- Entendi, mais algo antes de fechar o horário?- olha seu relógio de pulso, logo reviro os olhos em tédio.- Eu vi isso, S/N...

Sorrio claramente falso, tenho uma preguiça imensa quando me vem com esses chiliques dela.

- Bom...- Engulo em seco.- Eu disse que em partes minhas dores eram por causa do café mas em outras partes é por causa do bebê...- Solto isso como a coisa mais natural possível.

Ela volta sua atenção à prancheta novamente mas depois de alguns segundos ela foca em mim novamente. Percebeu o que de fato era.

- S/N S/S Sharpe, como assim?!- Seu tom de voz esganiçado pela indignação é hilário, eu riria em outras circunstâncias.

- Eu soube que a inseminação tinha dado certo ontem, o médico me entregou os resultados dos exames de sangue que mostraram a positividade...- Dei de ombros.

- E por que não me disse?!- Nunca vi Ava tão desesperadamente indignada antes, então acho que não fiz bem em contar assim.

- Porque soube ontem à noite! Como te acordaria tarde para lhe contar isso?!- Essa altura eu já me desesperava também.- Estava muito tarde!

- Por que não me contou hoje de manhã quando acordamos?

- Queria achar um jeito melhor de te contar, não é tão simples, querida.

- Tudo bem, tudo bem... mas você sabe que eu não iria ligar, não é amor?

- Eu sei... e me desculpa okay? Eu não pensei direito, ainda não acredito que isso está acontecendo, estou feliz demais e... uau...- Passo as mãos por meu rosto buscando paciência e lógica para nossas reações.
Ela suspira, demonstra estar com seus ânimos menos aflorados.

Seus olhos claros novamente tomam meu rumo, se acalmam, é disso que preciso -Ava calma-.
Ela se levanta para vir até mim, se sentou no chão em minha frente tomando minhas mãos geladas com as suas que estão quentes, senti o choque térmico. Sua testa se junta à minha.

- Deu certo... Deu certo!- Sua voz é sussurrada desta vez, a fase da exaltação parece passar, uma adrenalina leve.- Obrigada, obrigada por tudo...

- Eu quem te agradeço.

O silêncio confortável parecia querer se instalar, claro que não durou muito tempo, ela começou a falar novamente.

- Agora vai ficar longe do café mesmo, sem café pra você e pra você.- Uma de suas mãos desgrudam das minhas tocando minha barriga ainda nada aparente por baixo da minha blusa.

- Eu já não estava tomando, o sacrifício vale sim a pena.

- Claro que vale! Meu pinguinho de gente está aqui é é muito frágil, tem quanto tempo?

- Oito semanas e cinco dias, não é muito grande mas já estamos fora do risco de um aborto espontâneo inicial...

O sorriso dessa mulher parece que rasgar seu rosto de tão grande, nós queríamos muito essa criança e agora que temos certeza de que a teremos é o momento mais especial de nosso casamento sem dúvidas. Obviamente sinto a mesma euforia interna e expressiva que ela sente, minha felicidade é incondicional.

- Todo cuidado é pouco, minha paranoia diz isso. Sabe que sou paranoica.

- Ah mas isso todos sabemos.- Levo um tapa no braço assim que pronuncio.- Ouch! Batendo em grávida?! Mas que...

- Não foi forte, nem estralou, você leva piores e não reclama...

- Ava Sharpe!