-com quantos anos vocês fez isso pela primeira vez, Anita?-desculpe?!
-sua palma, está com marcas de unhas.
-não sei, na verdade acho que isso é como um mecanismo de defesa, sabe?! Parece que sempre que fico nervosa ou com sentimento ruim faço isso.
Na maioria do tempo nem percebo - Anita disse após um longo suspiro indicando que tinha algo a mais ali mas não estava disposta a falar.-Anita, essa sessão está sendo feita em prol do seu bem estar. Quero lhe ajudar mas não poderei fazer muito, caso não queiras.
sei que é difícil para você que sempre foi fechada, mas, se isso é um ato de defesa pelo nervosismo é sinal de que há algo lhe incomodando.Após um longo suspiro e uma luta interna para saber se a ex-delegada contava ou não sobre a carta que havia recebido a loira pareceu ceder e ajeitou a postura para falar.
-Ontem eu recebi uma carta.
-E por que isso te preocupa?
-deixa eu terminar de falar e depois você intervém, ok?! - Anita disse com seu mau humor começando a ficar aparente. - olga, eu recebi uma carta de uma pessoa que na teoria está morta. Ela tem algum envolvimento com o caso do Matias, não sei exatamente até que parte ela sabe ou se sabe de tudo, na verdade a única coisa que sei dela atualmente é que forjou sua própria morte. - Anita disse meio atordoada e vulnerável por tocar no assunto do caso
A psicóloga permaneceu séria e esperou mais alguma palavra da loira, mas nenhuma palavra foi dita.
-certo, Anita e você pensa em conversar com a mesma? Bom, se ela te procurou é porque você é de alguma forma uma fonte para ela.
-Eu não sei, eu tenho como chamá-la mas não sei como irei conversar com ela. O que falarei? Diga-me, o que poderei falar para essa mulher? Não sei até que ponto ela estava envolvida nisso tudo, não posso arriscar mais ainda meu pescoço por causa desse caso.
-Anita eu não posso te dizer o que fazer, mas você no fundo sabe muito bem, assim como soube desde o início que não importa o que faça sempre estará ligada a esse caso.
Bom, nossa sessão acabou mas quero que semana que vem você esteja mais tranquila e que venha com novidades.Anita demorou bem mais que o normal para chegar em casa, passou o caminho enrolando e dando voltas pelo Rio de Janeiro para evitar chegar em casa e encarar a realidade. Ela precisava responder aquela mulher.
Assim que chegou em casa Berlinger já ligou o computador e pegou o e-mail endereçado na carta.Boa tarde, verônica Torres.
Recebi sua carta ontem e após relutar um pouco resolvi responder.
Tudo que sei sobre você é que forjou sua própria morte, afinal, você foi dada como morta.
Como saberei que posso confiar em você? Aliás, eu nem sei exatamente o que você precisa de mim.
Quero ouvir o que você tem para me falar, e por isso, te espero amanhã às 14:15 da tarde no meu escritório.Ass: Anita Berlinger
Após deixar o endereço de seu escritório no final do e-mail, Anita o enviou ainda meio relutante diante da ideia de conversar com alguém sobre esse caso novamente e agora tendo envolvimento mais uma vez.
-verônica, tem uma escolta policial à sua disposição 24h, você acha que se não corresse risco eu iria te proteger tanto assim? Não posso deixar você ir encontrar essa mulher ainda mais sabendo de tudo que ela foi capaz no passado.
-glória, ela se entregou! Ela acabou com a carreira dela mas se entregou e entregou a máfia, foi um elemento crucial para a investigação. Agora se dispôs a me ajudar pedindo em troca o meu conhecimento, e convenhamos, nenhuma de nós também confiaria em uma mulher que teoricamente está morta te mandando uma carta falando sobre um caso que destruiu sua vida.
Ela foi uma vítima de Matias, ela pode nos ajudar e me ajudar a voltar para meus filhos sem policiais me caçando para me prender por algo que não fiz.Glória ainda parecia relutante diante a ideia da ex-delegada se envolver com a investigação delas, mas não poderia negar que informações foram omitidas da polícia durante o depoimento da loira.
-está bem, verônica. Você vai encontrar essa mulher, mas policiais à paisana irão com você! E nem adianta rebater pois isso é algo indiscutível.
Mesmo não gostando muito da ideia de ter alguém como uma sombra atrás dela, Veronica não rebateu.
Sabia que glória não estava ainda muito convencida de deixá-la ir falar com a ex-delegada então não insistiria muito.-boa tarde, gostaria de falar com Anita Berlinger.
-Em nome de quem?
-verônica, verônica Torres.
-deixe-a entrar lima, eu a chamei aqui. Caso eu precise de algo irei chamá-lo.
Após uma olhada rápida na escrivã
Anita entrou na sala sinalizando que verônica deveria fazer o mesmo, assim que a escrivã entrou Anita fechou a porta e voltou a direcionar seu olhar para a mulher em sua sala.-então, verônica Torres, certo?!
-isso, gostaria de dizer que é um prazer em conhecê-la mas sei que você não é muito de cerimônias então irei direto ao ponto que me trouxe aqui. -após o silêncio de Anita, verônica entendeu que deveria continuar e então seguiu com sua explicação do porquê de estar ali e do porquê a loira deveria ajudá-la. -Anita, eu sei que Matias está a solta com doúm. Tenho contatos diretos da delegacia ainda, assim como também sei que você omitiu muita coisa da polícia, coisas que podem ser benéficas para a prisão dos irmãos.
-E como sabe que eles são irmãos? -respondeu a loira desconfiada do tanto de informações que a escrivã tinha.
-Anita, eu passei 3 anos presa nesse caso e sendo ligada a ele indiretamente. Perdi a minha família graças a esse caso, forjei a minha morte por esse caso. Eu sei tudo sobre eles.
Brandão, Matias e doúm são irmãos, praticam seus crime usando a fé como pretexto, abusando da fé das pessoas que os procuram em busca da cura.-e o que você precisa de mim? Ainda não entendi onde eu entro nisso tudo.
-bom, sei sua vontade de voltar para a delegacia, mas com sujeira até os ossos você não irá poder, mas, tenho uma forma de limpar seu nome dentro da delegacia! Porém, irei precisar de tudo que você sabe sobre a máfia em todos esses anos. E quando eu digo tudo Anita, é tudo mesmo. -Anita suspirou após o tom sério da escrivã e se preparou para falar, mas, foi interrompida- você não precisa me dar uma resposta agora, pode pensar.
mas, não demore para me dar uma resposta.Assim que a escrivã levantou e se direcionou para a porta de saída ouviu a ex-delegada chamá-la
-verônica, espera! - após a escrivã se virar a loira continuou- eu te ajudo.

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Bad romance
FanfictionE se o perfeito não fosse sobre compreensão e sim águas iguais? E se uma mácula do passado te fizesse conhecer alguém como você? Perguntas essas que Veronica se faz todos os dias. No Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa cercada de pessoas calorosas...