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|505 - Arctic Monkeys|

        Está de madrugada e Maxine Mayfield anda de skate, despreocupada. Não importa se o Billy, seu irmão, vai ficar revoltado quando ela voltar, ela não importa com mais nada que não seja o skate e a música.

        Ela está ouvindo música em seu fone de ouvido. Andar de skate e ouvir música é relaxante, perfeito para esquecer os problemas e pensamentos.

        Quando passa perto da casa dos Hopper's, pensa seriamente em dar uma visitinha para sua melhor amiga, Jane — os mais próximos a chamam Eleven ou El. Para o skate e tira o head phone, olha, ainda distante pela janela. Vê que há uma luz — fraca, mas presente — no quarto da menina. Talvez ela esteja acordada, ela presume. Caminha até mais para perto, com certeza Jane está acordada. Lendo, provavelmente.

        Ao chegar mais perto da janela, percebe que é uma lanterna acesa. Confirmando que a amiga está acordada. Ela se aproxima mais, pisa em um graveto e a luz se apaga. Ela se xinga por dentro por ter feito barulho, porém continua se aproximando.

        Bate na janela, bem fraquinho para que o pai da amiga não acorde. Ao ouvir o barulho de vidro, El, percebe que não é seu pai e que pode ser um terreno seguro, mesmo assim não saí de debaixo das cobertas. Max se lembra de um "código" que elas criaram, que, apesar de não ter haver com isso, ela reproduz no vidro.

        "Totoc-toc-tototoc", faz com o dedo. Funciona, Jane saí de baixo de suas cobertas e vai checar o que está lá fora. Se surpreende ao ver — mesmo que com um breu de tarde da noite — que é sua melhor amiga, Max, à essa hora. Ela abre a janela. Max apoia seu skate na parede do lado de fora da casa e começa entrar pela janela do quarto. El franze a testa, e, repreeendendo a amiga, diz:

            — Max! Você enlouqueceu?!

            — Relaxa — responde calma, despreocupada.

        Quando termina de pular para dentro do quarto, além de fazer um barulho alto, se desequilibra e caí em cima da amiga.

        As duas, ainda caídas no chão, veem uma luz se acendendo — que passa pela fresta da porta — e som de passos. Estando por cima, Max saí e se enfia debaixo da cama, deixando Eleven continuar com alguma desculpa plausível.

        Alguém bate na porta, é Hopper, o pai de Jane. Mesmo sem nenhuma confirmação de que pode entrar, ele abre a porta. O homem, desesperado, acende a luz do quarto enquanto diz:

            — Tem alguém aqui?!

        Ele ameça o vento com uma frigideira, que pegou por segurança, da cozinha. A filha o responde, se levantando:

            — N-não! Sou só eu! — a menina não sabe mentir muito bem. — Eu só... desequilibrei.

            — Tem certeza disso? — a adolescente assente com a cabeça.

        Hopper está cansado demais para pensar muito sobre isso — foi um dia difícil na delegacia. Então deixa o quarto, fechando a porta e também apagando a luz que acendera segundos antes, mesmo sabendo que a filha ainda está caída no chão.

        Eleven suspira, aliviada. Terá o resto da noite para inventar uma desculpa.

            — Já posso sair? — Max volta a atenção da outra para si.

        Aparentemente, Jane havia esquecido que sua melhor amiga está em baixo de sua cama. A morena, agora aliviada, se apressa:

            — Ah, claro! Desculpa.

            — Acho que já vou indo... — a outra avisa. Está tarde, ela tem que chegar antes que Billy dê muita falta. — Sabe, tá tarde.

            — É... Claro — concorda.

         Max saí novamente pela janela.

            — Boa noite — dizem ao mesmo tempo. Elas sorriem.

        A ruiva pega seu skate, dá uma última encarada para o quarto e saí andando. Dessa vez com mais cautela, sem pisar em nenhum graveto. Põe seu headphone e percebe que não tinha desligado seu aparelho, está tocando outra música agora.

        Já na rua asfaltada, coloca seu skate no chão e começa à andar novamente. De volta para casa.

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Primeiro capítulo bem ok, não muito produzido porque sim 👍

505 não é bem a música que a Max estava ouvindo, mas passa muito a vibe de andar de skate, de madrugada, ouvindo música e tals

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