Um Pequeno Sentimento.

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Becky Armstrong.



A noite havia chegado, e com ela um frio fora de série para o país asiático. Sentada em minha cama, enquanto Bonbon devorava meu quarto chinelo (pois o meu pequeno companheiro não conseguia deixar nenhum chinelo meu em paz) li novamente todos os comentários referente ao caso em que Freen estava envolvida. De fato, ela era uma mulher tensa, mas não conseguia acreditar que ela fosse tão ruim como estava sendo descrito em todos os jornais e até mesmo na televisão. Aquele caso seria difícil, mas não desistiria. Minha ansiedade estava a mil, me impedindo de dormir, o sono não vinha e com diversos pensamentos, passei praticamente toda a noite em claro, mal podia esperar pelo dia seguinte e toda a emoção que me reservava.



Freen Sarocha.



Deitada em minha cela, não conseguia deixar de rir da pequena garota que queria ser minha advogada. Ela era determinada, mas tinha certeza de que ela sairia antes mesmo de uma semana, assim como havia acontecido com todas as outras que tentaram de forma fracassada me representar. Meu destino era estar ali, já havia me conformado, assim qualquer esforço era totalmente desnecessário. A algum tempo o sono não me visitava, afinal estar em uma prisão não era como estar em um hotel de quinta categoria, não existiam cobertores suficiente e aos poucos me acostumei a dormir com as luzes acesas, dormir não, na verdade apenas cochilar, pois em um lugar como aquele, o ditado "um olho no peixe e o outro no gato " nunca fizeram tanto sentido.

Aquela noite pareceu passar mais rápido que as outras e as seis da manhã, uma das guardas apareceu anunciando o café da manhã. Tudo era repetido, assim podíamos decorar tudo que estava por vir. Todos os dias no café da manhã alguém arranjava confusão, as carcereiras vinham em nossa direção e todas apanhavam até quem não estava envolvida na confusão. Depois do banho de sol de quinze minutos, éramos guiadas para nossas celas, onde agora sairíamos apenas para o almoço ou as visitas de nossas advogadas, o que acontecesse primeiro.

Ao ser presa, fui forçada a criar um hábito que a anos não o fazia, a leitura de livros me empolgava, me levava para uma realidade ao qual sabia que jamais poderia ter pelo menos pelos próximos trinta anos. Não teria a tão esperada liberdade, assim havia decidido ser livre apenas em meus sonhos e principalmente em minha imaginação.



— Sarocha! Visita! — Gritou a carcereira me tirando do único momento de paz que eu possuía.



Fechei meu livro, o deixando embaixo de meu travesseiro, pulei do bicama e caminhei até a mulher, onde a segui para a sala de visitas ao qual a garotinha de terno cor de rosa estava me esperando com um dos sorrisos mais empolgados que havia visto em minha vida.



— Olá, Freen. Não sei se posso dizer bom dia ou boa tarde a você....



— O que está fazendo aqui?



— Como o que estou fazendo aqui? Sou sua advogada, é totalmente natural que eu venha ver a minha cliente. Queria te dizer que estudei todo o seu caso ontem à noite e...

Don't Go - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora