"Fui a Missouri e descobri a verdade"

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Apesar de eu saber que aqueles dois são respectivamente meu pai e meu tio, eles são as coisas mais fofas desse mundo! Dean realmente não queria ficar longe de John, estava traumatizado com a perda da mãe, achava que se ficasse muitos longe poderia perder o pai também… por sorte a oficina não ficava tão longe da casa de Mike, pude cuidar do Dean enquanto Sammy dormia e distraí-lo enquanto o pai trabalhava. Caramba John estava tão mal… eu sei que não é para menos, mas ele estava tão abatido, estava aguentando firme pelos meninos.

Eu sei que disse ao John que sabia lidar bem com crianças, mas admito que menti sobre isso… nunca cuidei de crianças como uma 'babá' deve fazer, eu não sei o que fazer, principalmente para distrair Dean. É razoavelmente fácil cuidar de Sammy… ele tem só 6 meses, é um bebê que ainda sente falta da mãe, e chora por isso as vezes, então mesmo não sendo a Mary meu colo parecia funcionar para acalma-lo. Dean é diferente… ele tem 4 anos, viu o fogo de perto, se lembra disso perfeitamente e é uma situação traumática na vida de qualquer pessoa, principalmente na de uma criança.

Levei Dean para fora para brincarmos enquanto Sam dormia, jogamos bola e brincamos de esconder. Ele precisava disso, John estava trabalhando na oficina perto da casa e fiz questão de ficar bem a vista enquanto brincávamos, apesar de tudo eu sei que ele ainda não tem total confiança em mim… mas tudo bem. 

Depois de algumas horas Sam acordou (chorando como era de se esperar, é claro), Dean e eu ficamos com ele até John voltar, ele pegou Sam dos meus braços e o segurou por alguns minutos. O trabalho na oficina acabou mais cedo, então John me pagou e me dispensou.

Era quase hora do jantar, e que bom que recebi meu primeiro pagamento, não tenho certeza se o dinheiro que havia me sobrado do café da manhã daria para comprar mais comida… mas está tudo dando certo por enquanto. Fui até um restaurante de beira de estrada para comprar comida, como era de se esperar lá estava cheio de homens, turistas, viajantes, e com certeza caçadores. Entre eles, dois me chamaram atenção, eles estavam falando de um misterioso incêndio que resultou em uma morte perto do local onde estávamos.

Me aproximei da mesa deles e um deles imediatamente saiu como se estivesse querendo se livrar de uma visita desagradável… alguns caçadores americanos são incrivelmente rudes…

— Olá, não queria me meter mas ouvi você e seu amigo falarem de um incêndio… estavam falando sobre o incidente na casa de John Winchester!? — perguntei ao outro homem que continuou sentado tomando sua cerveja.

— Quem é você garota? — Ele me perguntou antes de responder a minha pergunta.

— Ah, claro… meu nome é Isabella Daley… estou supondo que você seja um caçador também, não é!?

— Você é uma caçadora!?... tá legal… — Ele disse em um tom ligeiramente sarcástico, — Sente-se! — Ele me pediu.

Sentei na cadeira a frente dele.

— Sou Fletcher! Fletcher Gable — Ele se apresentou antes de fazer mais perguntas — Como uma jovenzinha como você se tornou caçadora?

— Venho de uma família de caçadores… — respondo sem dar muitos detalhes.

— Família Daley…!? Nunca ouvi falar… — Ele disse — O que você sabe sobre o incêndio na casa desse homem, John Winchester!?

Não posso falar muito sobre isso, não posso atrapalhar os acontecimentos do passado… de qualquer forma há coisas que eu poderia apontar, coisas que todo caçador com um pouco mais de experiência poderia notar.

— Eu estive na casa, notei que o fogo começou no teto… também notei alguns resíduos de enxofre no chão próximo ao local do berço do bebê. — Não seria tecnicamente uma interferência na história, realmente haviam resíduos de enxofre e o fogo começou realmente no teto.

Um mês no passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora