John Winchester

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     Eu estava perplexa… não sabia o que fazer naquela situação, era algo muito delicado. Passaram-se alguns minutos e Mike saiu, esperei alguns segundos e então o segui, precisava ter absoluta certeza a respeito de tudo isso.

Chegamos até uma casa em frente a uma oficina mecânica… faz sentido, meu avô era mecânico antes de ser caçador. Havia uma viatura em frente a casa, e algumas pessoas do lado de fora, um policial, um homem alto e uma criança… um menino, parecia não ter mais que 4 ou 5 anos. Me aproximei um pouco mais, o policial saiu e Mike começou a conversar com o outro homem… parei por alguns minutos e observei o garoto, loirinho, pequeno e… quieto, quieto demais para uma criança dessa idade… não haviam dúvidas, aquele garoto era Dean Winchester… essa foi uma das coisas mais bizarras que já me aconteceram, estou a poucos metros de distância da versão criança do meu pai, isso é muito estranho.

Eu estava perto o suficiente para ouvir o que Mike e o homem que imaginei ser John estavam dizendo.

— Você não pode continuar assim, eu preciso de você na oficina! — Mike dizia a John.

— Eu sei! Eu sei! Mas não posso deixar os meninos sozinhos… não quero me aproveitar da boa vontade da Kate, eu sei que ela também tem coisas a fazer… — John tentou explicar sua situação, dava para notar o cansaço e nervosismo em sua voz.

— Talvez você possa contratar uma babá ou algo assim… alguém para cuidar dos meninos enquanto você trabalha — Mike argumentou, isso me fez pensar em algo… eles estavam em um momento difícil, eu precisaria de um emprego é claro, o dinheiro que eu tinha na carteira duraria no máximo 2 dias, então porquê não tentar não é!?

Me aproximei dos dois homens.

— Olá, desculpe, não queria me meter! Eu estava passando e ouvi que precisam de uma babá… — É claro que tentei ser discreta… não poderia chegar e simplesmente falar a verdade. — Eu estava justamente procurando alguém que precisasse dos meus serviços… acabei de começar como freelancer, mas eu juro que sei lidar muito bem com crianças!

Os dois homens se olharam por um momento.

— Eu não sei… não sei se devo deixar meus filhos assim… — John disse pensativo — principalmente com uma total desconhecida… 

— Eu sei que deve ser difícil… mas não precisamos ficar longe, posso cuidar dos seus filhos aqui enquanto você trabalha! — Argumentei, estava decidida a conseguir esse "emprego", e para minha sorte Mike também estava empenhado a voltar a trabalhar com John na oficina.

— John, você precisa de alguém para cuidar dos meninos! Ela parece uma boa garota… pense nisso! — Mike disse a ele.

John pensou por alguns segundos, olhou para o filho ao lado dele e finalmente respondeu.

— Qual o seu nome? — Ele perguntou antes de dar uma resposta.

E agora!? Não havia pensado nisso… mas sem problemas, sem desespero, só preciso de um novo sobrenome.

— Isabella, Isabella Daley! — Foi um dos primeiros sobrenomes que me veio à mente naquele momento, então vai ter que servir.

Ele ficou em silêncio por mais alguns segundos.

— Tudo bem! Quando você vai poder começar? — Ele perguntou de forma seria, visivelmente não queria estar fazendo aquilo, mas era necessário.

— Se não se importar, eu poderia começar agora! Só para que seus filhos se acostumem com a minha presença… e sobre o pagamento podemos acertar mais tarde!

Ele suspirou, acenou, e abriu espaço entre mim e o filho.

— Oi pequeno! Qual seu nome? — Me agachei para ficar na altura do menino, era mais que óbvio para mim que aquele garoto era meu pai… não precisei de muito, só olhar nos olhos dele por um momento.

Ele não respondeu, só ficou quieto olhando para suas mãos.

— O nome dele é Dean, desculpe, mas é que ele não tem dito uma palavra desde o incêndio… — John explicou, e não era de se admirar… foi um trauma e tanto, e ele só tinha 4 anos.

— Entendo… está tudo bem! — Eu disse a Dean — Eu vou ajudar seu pai a cuidar de você agora, ok? Não precisa falar se não quiser, tudo bem!?… — Sorri para ele tentando passar segurança, mas ao mesmo tempo eu não podia deixar de me sentir mal por tudo que ele estava passando.

Ele só acenou com a cabeça.

— Seu pai disse que você tem um irmão! Quer me levar para conhecê-lo? — Estendi a mão para que ele segurasse, e ele me levou até um dos quartos, com John vindo logo atrás de nós. No quarto havia um berço, e lá dentro do berço o pequeno Sam... ou melhor dizendo, o pequeno Sammy, dormia tranquilamente. Quem poderia imaginar o que o futuro estaria guardando para esses dois.

Um mês no passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora