Aqui está o segundo capítulo:
Lili chegou ao hospital com Rafael e o levou para a emergência. Ela esperou na recepção enquanto ele era atendido por um médico. Ela estava preocupada com ele e com a reunião que estava perdendo. Ela ligou novamente para Ana e pediu para ela adiar a apresentação o máximo possível.
- Eu não sei quanto tempo vou demorar aqui. O Rafael pode ter se machucado seriamente - ela disse.
- Nossa, que situação... você sabe quem é ele? - Ana perguntou.
- Sei... ele é um dos trainees... ele se chama Rafael... ele é muito simpático... e bonito - ela disse, sem perceber que estava elogiando-o.
- Bonito? Você está interessada nele? - Ana perguntou, curiosa.
- O quê? Não... claro que não... eu só estou sendo educada - ela disse, se atrapalhando.
- Sei... - Ana disse, desconfiada.
- Ana, por favor, não começa... eu não tenho tempo para isso - ela disse.
- Tudo bem... eu só estou brincando... mas olha, cuidado com o que você faz. Você sabe que ele é muito mais novo que você, né? E que ele é seu funcionário? Isso pode dar problema - Ana disse, séria.
- Eu sei, eu sei... não se preocupe. Eu não vou fazer nada de errado. Eu só estou ajudando-o porque eu me sinto culpada. Depois que ele melhorar, eu vou levá-lo para a empresa e pronto. Não vai acontecer mais nada - ela disse.
- Bom, espero que sim. Mas se você mudar de ideia, me avisa. Eu quero saber de tudo - Ana disse, rindo.
- Ana! - Lili disse, irritada.
- Tá bom, tá bom... eu vou desligar. Boa sorte aí - Ana disse.
Lili desligou o celular e suspirou. Ela não sabia por que tinha elogiado o Rafael. Ela tinha que admitir que ele era bonito, mas isso não significava nada. Ela não podia se envolver com ele. Ele era muito mais novo que ela e trabalhava na sua empresa. Isso seria totalmente inapropriado e antiético. Ela tinha que manter a distância e o profissionalismo.
Ela olhou para o relógio e viu que já tinha se passado uma hora desde que eles chegaram ao hospital. Ela começou a ficar impaciente e ansiosa. Ela queria saber como ele estava e se podia ir embora logo.
Ela se levantou e foi até a enfermeira que estava na recepção.
- Com licença, eu vim trazer um rapaz que foi atropelado por mim. Ele se chama Rafael. Ele já foi atendido? - ela perguntou.
- Um momento, por favor - a enfermeira disse, olhando no computador.
Ela digitou algo e depois olhou para Lili.
- Sim, ele já foi atendido. Ele teve uma luxação no joelho e alguns arranhões, mas nada grave. Ele já está liberado - ela disse.
- Que bom! Onde ele está? Posso vê-lo? - Lili perguntou.
- Ele está na sala 12, no final do corredor à direita - a enfermeira disse.
- Obrigada - Lili disse.
Ela foi até a sala 12 e bateu na porta. Ela ouviu uma voz dizendo "entre" e abriu a porta. Ela viu Rafael sentado em uma maca, com uma faixa no joelho e alguns curativos pelo corpo. Ele estava vestindo uma roupa do hospital e segurava uma muleta ao lado dele.
Ele sorriu ao vê-la e seus olhos brilharam.
- Lili! Que bom que você veio! Como você está? - ele disse.
- Eu estou bem... melhor do que você, pelo visto - ela disse, entrando na sala e fechando a porta atrás dela.
Ela se aproximou dele e o examinou com cuidado.
- Como você está? O que o médico disse? - ela perguntou.
- Eu estou bem... só um pouco dolorido. O médico disse que eu tive uma luxação no joelho e alguns arranhões, mas nada grave. Ele disse que eu tenho que ficar de repouso por uns dias e usar essa muleta para andar - ele disse, apontando para a muleta.
- Que bom que não foi nada pior... eu fiquei tão preocupada com você... me desculpe mesmo por ter te atropelado - ela disse, se sentindo culpada novamente.
- Não precisa se desculpar... foi um acidente. Você não teve culpa - ele disse, gentil.
- Claro que tive... eu estava distraída... eu avancei o sinal... eu quase te matei - ela disse, exagerando.
- Não exagera... eu estou vivo e bem. E graças a você, eu conheci a minha ídola - ele disse, brincando.
- Ídola? - ela perguntou, sem entender.
- Sim, você. Você é a minha ídola. Eu sempre quis te conhecer e trabalhar com você. Você é a minha inspiração - ele disse, sincero.
- Ah, isso... você já tinha me dito isso antes... mas obrigada. Isso é muito gentil da sua parte - ela disse, sem graça.
Ela não sabia como reagir aos elogios dele. Ela se sentia lisonjeada, mas também constrangida. Ela não estava acostumada a receber elogios sinceros. A maioria das pessoas que se aproximavam dela queriam algo em troca.
- É verdade... você é incrível - ele disse.
Ele a olhou nos olhos e ela sentiu uma conexão. Ele era de um mundo diferente, mas tinha algo em comum com ela: a paixão pelo trabalho. Ela não sabia, mas aquele era o começo de uma história de amor que mudaria as suas vidas.