"Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer e diz"pov william:
Rio de Janeiro, 19h00.
Cá estamos, Brasil. George insistiu na idéia de visitar esse país, disse que seria o melhor presente de aniversário. Ainda não fui capaz de questionar o porquê dessa escolha tão específica, um continente completamente diferente, certamente vou abordar o assunto mais tarde.
Mesmo sendo uma incógnita, não me arrependi da escolha, sabe? Já faz 11h que nosso avião pousou no Aeroporto Santos Dumont, e desde então minha mulher não tirou o sorriso do rosto. Seus olhos brilham a cada esquina, acompanha cada passo e nunca perde a atenção, são esses detalhes que eu não viveria sem.
Depois de almoçar e levar as crianças pra acompanhar o fluxo brasileiro de mais um sábado qualquer, fizemos check-in no hotel. George, Charlotte e Louis tem um quarto em frente ao nosso, o resto da equipe está no mesmo corredor.
Kate estava terminando de se arrumar para irmos jantar, enquanto eu falava com meu irmão. Ele me procurava sempre que podia, e mesmo depois de tudo, eu o atendia.
- Está tudo bem? - Kate perguntou preocupada, mas mostrando seu sorriso acolhedor pra mim.
Joguei o celular em um canto qualquer do quarto, me virando pra ela respondi: - Não, mas pode ficar.
Seu semblante mudou e eu sabia que ela tinha entendido. Kate se aproximou de mim, acariciando meus braços com as suas unhas - o que me causou arrepios - enquanto deixava beijos molhados no meu pescoço.
- Vem, eu vou te ajudar. - Ela disse mudando a rota dos seus lábios para o canto da minha boca.
Suspirei ainda imóvel, deixando ela fazer o que quisesse comigo. Depois de 4min de carícias, eu já não aguentava mais e em um só movimento a joguei na cama, me fazendo ficar em cima dela. Apoiei meus braços um em cada lado da cama, ainda próximo ao seu corpo, para aliviar o peso.
Ela riu surpresa, mas logo respirou pausadamente enquanto suas mãos contornavam meu rosto que pairava sob o dela.
- Pensei que você ia deixar eu te ajudar a ficar bem. - Kate falou enquanto me fitava.
- Você já me ajudou, agora eu só quero te aproveitar. - Sustentei o olhar.
- Ficou bem assim, tão rápido? Acho que você não precisa mais de mim. - Seus olhos estava me deixando louco.
- Não vamos começar com joguinhos agora, por favor! - Implorei segundos antes de beijar sua boca. O beijo foi intenso, seus lábios me deixavam nas nuvens, ela me acompanhava no ritmo como se fosse o nosso último.
Mas a diversão acabou assim que batidas fracas foram ouvidas da porta. Por sorte ainda estávamos inteiros, roupas não foram rasgadas. Louis foi quem abriu a porta, logo depois de Kate mandar entrar.
- O que vocês estão fazendo? Eu preciso jantar ou não serei capaz de viver por mais 2min. - O pequeno falou dramaticamente.
- Ele parece você. - Sorri pra Kate, e em seguida sai correndo com Louis no meu colo antes que um travesseiro nos acertasse.
Lasai Restaurante - Humaitá, Rio de Janeiro.
- O rio continua lindo. - Kate quebrou o silêncio, me pegando de surpresa com o seu comentário.
- Continua? - Perguntei, sendo cortado por George.
- Sério, mamãe? É o mesmo desde a última vez que você esteve aqui? - Ele perguntava animado enquanto eu parecia o único que não fazia idéia do que estava acontecendo.
- Claro que não George, as coisas mudaram. As pessoas mudaram. O ambiente mudou. Mas a essência, George, se você preservar como se fosse o seu maior tesouro, ela nunca irá mudar. - Kate falava calma, mas animada. Como se estivesse apaixonada.
- Kate, você já esteve aqui? - Perguntei, depois de um longo segundo tentando raciocinar. O jeito que ela falava desse lugar me deixou sem palavras, nunca a vi falando assim, nem mesmo do seu país de nascença.
- Você já perguntou pro George o porquê dele ter escolhido o Brasil? - Respondeu uma pergunta, com outra pergunta. Clássico.
- Mamãe já esteve aqui, papai, no começo de sua adolescência, vovó Carole foi quem me mostrou as fotos! - Sem nem mesmo ter tempo de responder minha esposa, George respondeu-me de novo.
- Por isso que ela é fluente em português! - Agora foi a vez de Charlotte falar. - Eu quero aprender também, mamãe!
- Não, eu pedi primeiro! - George falou, mudando completamente o foco da conversa.
Enquanto isso, Louis estava completamente alheio a conversa, parecia estar mais focado em descobrir qual era a comida típica que ele estava comendo.
- Você não para de me surpreender! - Sussurrei para Kate, aproveitando que nossos filhos não estavam mais prestando atenção em nós.
- Eu tenho tanto pra te contar, quero que vocês possam ver esse lugar com os meus próprios olhos! - Ele falava no mesmo tom de voz que eu, mas agora um pouco mais perto do meu rosto.
- Estou animado pra descobrir o que você pode fazer aqui. - O horário permitia.
- Você é muito besta! - Ela riu logo depois de depositar um beijo na minha bochecha.
O resto da noite ocorreu maravilhosamente bem, meus filhos pareciam mais animados do que eu falando de futebol. Estava adorando aquilo!
No fim do jantar, pedi pra minha esposa ir na frente com as crianças para o hotel. Ela não questionou, sabia das minhas caminhadas noturnas assim como eu sabia das suas caminhadas matinais, esse era nosso trato durante o casamento, ter uma família é o maior presente de Deus e nunca seríamos capaz de reclamar disso, mas somos humanos e também precisamos do nosso espaço pessoal.
E claro, não estava sozinho. Considerando que estou em outro país, meus seguranças não deixam de me acompanhar nessa caminhada, mas eles me dão o espaço que eu preciso. A rua estava deserta, já era madrugada, algumas pessoas passavam mas estava escuro o suficiente para não me reconhecerem. Estava bem.
Quando estava pronto pra ir embora, Harry ligou.
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Saudades, pontos de exclamação.
RomanceToda noite eu quero que você diga que a vida foi feita pra viver.