"E passou, nem parou
Mas olhou só pra mim
Se voltar, vou atrás
Vou pedir, vou falar
Vou dizer que o amor
Foi feitinho pra dar"pov william:
Harry está vindo pro Brasil. Ele disse que quer comemorar o aniversário de George ao lado dele, ou pelo menos foi essa a desculpa da vez. Catherine não pareceu surpresa quando lhe contei sobre, ela apenas riu de mim como se eu fosse o maior palhaço do Rio.
- Vocês brigam, brigam, brigam mas no final não conseguem se desgrudar. - Ainda rindo, ela comentou enquanto terminava de pentear seu cabelo.
- É sério? Eu pensei que você fosse implorar para que eu o mandasse de volta pra América. Não faz piada com coisa sério, amor. - Disse-lhe na maior indignação possível.
- Eu estou bem com isso. Você está bem com isso? - Ela se virou, tentando examinar com atenção a minha reação.
- Sim, eu estou. - Ouvi seu suspiro aliviada. - Sabe o que é engraçado? Apesar dos últimos acontecimentos, a distância até que ajudou nossa relação um pouco. Esses dias ele até me ligou por vídeo chamada. - Enquanto falava, estava encostado na parede, esperando Kate terminar de se arrumar.
- Ele falou comigo. - Isso me fez ir até ela. - Já ouviu falar de menoridade humana? - Me enrolei em seu corpo, enquanto olhava junto com ela nosso reflexo no espelho. A respondi com um olhar para que ela continuasse a falar. - No Brasil, você é permitido tirar carteira de motorista a partir dos 18 anos, ou seja, pela constituição brasileira antes dessa idade você não é considerado o responsável direto dos seus atos civis. Existia um filósofo que apresentou pro mundo a teoria da "menoridade auto-imposta", cuja qual transforma o sujeito em um indivíduo incapaz de pensar por si próprio, de fazer uma análise social ou até mesmo individual, sem que ele tenha um guia para informar sua direção.
- Kant? - Perguntei, já sabendo a resposta.
-Sim. - Ela se virou pra mim, podendo me mostrar com detalhes seus olhos verdes.
- Bastava alguém falar que ele estava passando vergonha? - Quebrei o clima, ainda sentido seu corpo em contato com o meu, prestando atenção em seus pequenos movimentos.
- Sabe um dos maus da menoridade auto-imposta? - Outra pergunta. Sinalizei a cabeça em um "não". - Vandalização da consciência de natureza, impondo a normalização de ações infantis, como por exemplo, escrever um livro expondo inverdades e verdades pessoais afim do produto final se resumir em uma única palavra: fama. Pra ele, bastava juízo analítico, onde a razão se faz necessária. Não para julgar os outros, mas para julgar a si mesmo. A peça que faltou na cabeça dele era auto-educação, busca pelo conhecimento.
- Assim como eu busco explorar seu corpo? - Falei, me aproximando do seu rosto. - Pelos céus, William! Você prestou atenção em alguma coisa? - Ok, ela ficou irritada.
- Eu prestei atenção, meu amor. - Selei o assunto com um beijo. - E te agradeço por falar comigo, as vezes eu fico incomodado porque penso que voltar a falar com ele está te fazendo mal de alguma forma.
- A pergunta é: voltar a falar com ele está TE fazendo mal? Não é você que tem que educar ele, William. - Ela me respondeu logo em seguida, a preocupação tomando conta dos seus olhos.
- Vamos fazer o seguinte? Prometo que não irei me forçar a voltar a falar com ele, vou deixar o que tem pra acontecer, acontecer. E se algo der errado, eu vou priorizar a minha saúde mental. - Olhei em seus olhos, para que não restasse mais nenhuma dúvida sobre o assunto. - E priorizar também os beijos que você vai ter que me dar se eu ficar triste. - Eu sou o mestre em quebrar o clima.
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Saudades, pontos de exclamação.
RomanceToda noite eu quero que você diga que a vida foi feita pra viver.