Já faz tempo desde a última vez em que eu me arrumei pra ir em uma casa noturna, penso que se for para ir em um lugar como esse, eu deveria ir a caráter, mas sem perder minha elegância, talvez um pouco de jeans me faça parecer descolado, porém um terno de veludo vermelho me faça exalar riqueza. Após pensar muito, resolvi usar calça e jaqueta de couro sintético preto, uma camiseta branca para dar um contraste, e uma corrente simples prateada para complementar o meu look.
Sinto uma pequena falta do meu celular e quando o peguei, me deparei com cinco chamadas perdidas do marimo, então retornei a ligação
- Alô?
- Sanji, eu ... não encontro sua casa - disse em tom cansado, como se estivesse na rua a tempos.
- Como assim? Você veio aqui ontem a noite.
- Acho que não prestei atenção no caminho...
- Como voltou pra casa ontem?
- Uber?!
- Porra, vou te passar a localização - compartilhei com o imbecil.
- Eita... Tô do lado contrário... Chego aí em meia hora.
Respirei fundo - Tchau!- Ta cheiroso, sinto seu cheiro pelo telefone - senti um arrepio atrás da nuca.
- Muito engraçado, vou desligar.
- Até breve - ele falou doce e eu apenas desliguei.
Terminei de me arrumar, me perfumei com uma colônia adocicada e então desci para o saguão do prédio, não demorou tanto para o moreno chegar, em uma moto preta da Yamaha, oque me fez respirar fundo e bufar.
- Tá de sacanagem? Vamos ir beber, e você vem me buscar de moto? Tá querendo um suicídio coletivo?
- Relaxa aí princesa, sei oque tô fazendo, sobe aí - Ele estica o braço com um capacete em mãos.
- Não vou subir nessa moto - Cruzei os braços.
- Vamos fazer o seguinte então, se estivermos muito bêbados eu pago um Uber.
- E a moto?
- Meu amigo busca, ele mora perto.
- Hm... Me dá o capacete - Ele sorriu de canto me vendo subir na moto.
- Segura firme, se quiser pode me abraçar.
- Cala a boca, eu sei andar de moto - Ele deu um tranco forte na moto me fazendo perder o equilíbrio.
- Poderia avisar antes de tentar me matar? - Roncou a moto e acelerou, cedi com medo da morte e então segurei na jaquela do Marino.
Depois da tortura que foi aquela viagem de moto, finalmente chegamos no nosso destino, um lugar bem escondido eu diria, por um minuto pensei ter sido vítima de um sequestro relâmpago, mas me senti seguro depois de ver as luzes coloridas na entrada do estabelecimento, e uma fila relativamente grande. Deixou a moto em um estacionamento pago bem ao lado do lugar e então descemos.
- A fila está parada, vamos demorar pra entrar - falei encarando a fila.
- Tá tranquilo, só fica do meu lado - fomos até a entrada - Somos amigos do Franky.
- Pode entrar maninho, eu te conheço - o segurança abriu passagem e então entramos.
- Quem é Franky? - perguntei curioso.
- O cabeça daqui. Oque gosta de beber? O open bar é por minha conta.
- ... Uma mimosa, não quero ficar bêbado tão cedo - Mimosa é um drink de espumante com suco de laranja.
- Beleza, eu quero um shot de vodka - fomos até um balcão - open bar para dois, fazendo favor chefia - Ganhamos duas pulseiras coloridas e então pegamos nossas bebidas, nos sentamos em cadeiras de frente para o bar.
- Você tá bem arrumado pra encher a cara né, cozinheiro.
- Estou sempre arrumado marimo! - disse mexendo o gelo do copo com o canudo.
- Esse lugar é muito barulhento, mas a variedade de bebidas é impressionante.
- Você vem nessa casa noturna só pela bebida?
- Claro, pra que mais eu viria aqui?
- Dançar? - Ele me encarou, depois encarou a pista de dança e então deu risada.
- Não curto não, valeu - virou o copo - Desce mais dois - gritou pro barmen.
- Como você consegue? Acabou de chegar, vai com calma.
- Eu sou forte pra bebida, fica tranquilo sobrancelha de arame.
- NÃO ME CHAME ASSIM! - Ele riu novamente, mas dessa vez mais alto.
Estava no meu terceiro drink, tomando um sunrise tequlia, equanto zoro estava no seu ... Seila, décimo shot de alguma coisa entre vodka e whisky, na qual bebeu em revezamento, já estava um pouco avoado, e Zoro continuava parecendo tão sóbrio quanto quando chegou, oque me deixava impressionado e levemente incomodado. Estranhamente a cada gole do meu copo, o moreno ficava cada vez menos tedioso, suas piadas pareciam cada vez mais engraçadas e suas histórias cada vez mais interessantes.
- Você quer dançar comigo bonitão? - uma garota se aproximou de nós, segurando o Marimo pelo braço.
- Não, valeu.
- Por que não? Não sou bonita?
- Não - soltei uma risada sincera com a resposta do mesmo, uma risada um pouco exagerada, já que a bebida já estava mexendo com meu corpo.
- Qual o seu problema garoto? - ela já irritada apenas foi embora.
- Eu quero licor Zoro, e quero do rosa, eu adoro esse sabor.
- Sabor rosa? Tipo, licor de morango?- Sim - me encarou fixo e chamou o barman - me vê uma garrafa de Jack.
- Eu pedi licor seu burro - o homem pegou a garrafa e se levantou - aqui não tem isso, levanta, conheço um lugar que tem.
- Mas já? Eu nem dancei ...
- Você tá bêbado?- segurou minha mão e me levou até a saída.
- Onde vamos?
- Tem um lugar aqui perto que vende licor artesanal.
- Então vamos logo - ele subiu na moto e eu tambem.
- Fique acordado, e segure a garrafa - deitei o corpo em suas costas e segurei a garrafa enquanto o abraçava, procurando por equilíbrio.
Passamos na frente de algo que me parecia ser um adega, não sei, não prestei muita atenção, sem levantar da moto, pegou uma sacola e continuamos até chegar no meu prédio, subimos até meu apartamento e o deixei entrar, se fosse um assassino já estaria morto.
Ele tirou sua jaqueta e jogou no sofá - Você guarda os copos aonde?- perguntou pegando a garrafa da minha mão.
- Já vou buscar - fui até a cozinha e ele me acompanhou, sentou em uma das cadeiras da mesa e abriu as garrafas, peguei dois copos e então começamos a nos servir.
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Manhã Seguinte - Zorosan
FanfictionPrólogo. O loiro sabia muito bem que aquilo não estava certo, que deveria esquecer tudo o que tinha acontecido e seguir em frente, mas seu coração almejava pelo marimo. Já faziam alguns dias desde que as coisas começaram a acontecer, quando o moren...