DEPOIS DO VENDAVAL

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DARLA

Quando dei por mim estava dentro do carro de Caio. Olhei para seu rosto e sua feição era um mix de dor e preocupação. Ele, mesmo prestando atenção na direção do veículo, não parava de me observar. Como de costume, ele deu a entender que queria tocar minhas mãos, que estavam geladas sobre minhas pernas, mas recuou, voltando sua mão para o volante. Foi quando percebi que a mesma estava avermelhada e, como em um estelo, as imagens do ocorrido passaram em minha mente como em um filme. Tenho uma sensação de nojo ao lembrar da proximidade dos lábios de Eric em meu pescoço e de seu corpo forçando o meu contra o carro... Me estremeci toda.

_O que ele ainda queria de mim? - era o que eu questionava internamente. Fechei os olhos, inspirei o ar com força e as lágrimas caíram dos meus olhos sem que eu pudesse controlar.

Caio, notando isso, levou suas mãos em meu rosto, enxugando-as dizendo:
_Calma, meu amor. Você está segura agora! Estou te levando para casa TAMAM (Tá bom)!

Ao ouvir sua voz, meu coração, que estava disparado, começou a se acalmar. Lembro-me que foi ele quem me tirou das mãos de... (não quero dizer o nome dele). Durante todo o trajeto para minha casa, Caio não tirava sua atenção de mim e sempre que podia tocava em minhas mãos.

Não demorando muito, chegamos em frente ao prédio. Ele estacionou o carro e depois de ter saído, abriu a porta do passageiro para mim. Fomos em direção à entrada e somos recepcionados pelo Sr. Otto.

Caio trocou poucas palavras com o porteiro e fomos em direção ao meu apartamento.

Caio pediu permissão para pegar minhas chaves que estavam na bolsa e eu assenti. Após entrarmos ele me levou para o sofá e se assentando comigo me acolheu em um abraço que me fez desabar em lágrimas.

Depois de algum tempo acariciando meus cabelos e enxugando minhas lágrimas, ele se levantou e indo até a cozinha, trouxe um copo com água para mim. Depois de eu ter bebido todo o líquido, ele retirou o copo das minhas mãos e colocou sobre a mesa de centro e, novamente me abraçou.

Sem dizer uma só palavra ele continuou acariciando meus cabelos com uma mão e a outra envolvida em meu corpo.

Depois de algum tempo levantei meu rosto em direção ao dele. Ele, agora levando as mãos nos meus olhos enxugou todas as lágrimas. Eu, com a voz embargada disse:

_ Caio... - levei minhas mãos as suas e vendo novamente as marcas vermelhas nelas, as beijei. Olhai em seus olhos e disse:

_Está doendo? - ele, fez com a cabeça que não.

Com carinho, Caio colou sua testa na minha, me puxando ainda mais perto de si. Seus braços me envolveram mais apertados me trazendo a sensação de paz e segurança.
Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer algo do tipo comigo. Ainda mais vindo de Eric, pois pensei que jamais fosse vê-lo novamente.
Com lágrimas nos olhos, me entreguei ao abrigo dos braços de Caio e com as batidas do seu coração fui me acalmando a ponto de adormecer em seus braços.

Não me lembro de quanto tempo ficamos assim.

Fui despertada com o toque do meu celular que estava dentro da minha bolsa.

Caio prontamente pegou minha bolsa e me entregou. Ao pegar o aparelho vi que era Lurdes. Caio em seguida se afastou, creio eu para que eu pudesse atender minha amiga que, com certeza estava preocupadíssima.

Eu atendi a ligação e notei a preocupação na voz dela:

_Alô? - disse minha amiga.

_Como você está? Acabei de ficar sabendo do que aconteceu, Gregory me ligou! Onde você está? - ela não parava de falar, nem dando tempo para eu responder. Enquanto isso o telefone de Caio também tocou, ele foi em direção à varanda para atender.

SEMPRE SERÁ VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora