Halloween 🎃

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Parte 1/4 - Hot🔥

🚨AVISO: Sexo explícito e sem proteção e palavras de baixo calão.

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   – Mas você vai aparecer, não é? –  foi a Nikki que insistiu dessa vez. E um pedido da Nikki não se recusa.

    Olhei para os meninos, olhos ansiosos pela resposta, então concordei com a cabeça. Eles vibraram e bateram palmas. Tom, do meu lado, me sacudiu pelo ombro.

    Eu não lembro de não os conhecer. Aconteceu desde minha infância. Brincar com os Holland, ser deixada com a Nikki quando meus pais precisavam sair. Ficar com um dos meninos quando acontecia o contrário. Entrar em encrenca, bater na cara de um deles, levar um puxão de cabelo também de um dele, primeiras notas, etc.

    Mas eu lembro de como, gradativamente, acabou. Não havia um dia que não gastasse com eles, e então, o Tom conseguiu os primeiros papéis. Passou a ficar semanas fora ou mesmo chegar e sair de casa diversas vezes. Isso me desanimou, eu já era bem maiorzinha, é claro. Maiorzinha o suficiente para olhar para mim mesma e dizer: Eita! Eu fico mais com eles por causa do Tom do que por causa de qualquer outra coisa.

    E, cara, depois de você dizer isso pela primeira vez, cai tudo. Você nota o quanto gosta da sua voz, cabelo, sorriso ou de quando ele te faz rir ou te coloca como o centro da atenção. Igualmente você odeia quando é deixada de lado.

     A minha relação com o Tom passou a se resumir a ele chegar de filmes e viagens me contando animadamente todos os detalhes. Quando digo todos estou me referindo aos corações partidos por conta de relações e como há alguma garota chamando sua atenção.

    Eu? Bom, eu gostava de que, pelo menos, eu era a pessoa que ele escolhia para falar sobre isso. A pessoa a quem ele ia.

    Amadureci o suficiente para matar a esperança de que um dia eu seria tão interessante para ele quanto alguma delas e reconhecer que estava me contentando com pouco demais.

    Tom passou a ficar mais tempo fora e eu queria a vida mais normal possível. Tive meus relacionamentos e passei a estudar duro para conseguir alguma coisa.

     E, simples assim. O tempo fez o com que aquilo não fosse mais alimentado e morreu. Não sinto mais o mesmo pelo Tom. E porque estou dizendo isso? Por estar sentada do seu lado na grande mesa de centro dos Holland e notar o quanto ele ainda é atraente. Atraente como o pecado, cacete! Mas eu fico feliz que tudo o que vejo olhando para a sua cara agora seja isso: poxa, ele é um desgraçado lindo. E só.

     Aos poucos, conseguimos nos encontrar na vida e hoje mantemos um contato mínimo de feriados. Me refiro a todos eles (os Holland) desta vez.

    Amanhã, por exemplo, é dia 31 de Outubro e nunca vi família para gostar mais do Halloween do que os Holland. Eu também sou louca por essa data. É de longe meu feriado preferido.

– tenho que te contar uma coisa, tá mais bonita do que quando te vi pela última vez – Tom disse enquanto me acompanhava até a porta – se é que é possível. Você sempre foi uma gata.

    Era comum esse linguajar. Por favor, nos conhecíamos desde crianças! Passamos por literalmente tudo juntos.

– acho que é porquê você só me ver como uma garota agora que estamos mais distantes – brinquei com a sobrancelha erguida.

  – sempre te vi como uma garota, que é isso? – ele ficou surpreso com minha colocação aleatória. É que poxa, esse desgraçado é um lindo e eu sempre achei isso. Acho até que até ele percebia que eu ficava observando seu jeito. E eu lembro o quanto foi ruim ele nunca ter me dado esse tipo de atenção. Não ligo mais para isso, mas só lembro toda vez que olho para a cara dele.

– Cala a boca – sorri – obrigada pelo elogio. Você também não tá nada ruim. Só precisa cortar o cabelo. Parece que esqueceu o que é isso.

– você sempre elogiou, eu sei que acha bonito quando está assim, então shiu – ele respondeu abusado. Revirei os olhos.

– E aí, que foi? – perguntei por ele estar parado na minha frente. Estamos na frente da casa deles agora. Eu moro perto, bem perto na verdade. Esse é o motivo de ter sido tão próxima.

– Queria te contar e sugerir algo, na verdade – de repente Tom estava com a voz e jeito que usava quando falava algo sério ou sei lá, quando tinha quebrado algo que eu gostava. Mas isso nunca mais tinha acontecido, seu rosto era bem mais jovem nessa lembrança, então não sei. Fiquei nervosa de repente.

– Sim?

– Eu... – fechou os olhos – sinto muito que tenho que falar isso assim rápido, mas minha vida é tão imprevisivel que tenho que aproveitar as situações. É que gosto de você faz um tempo e queria ver quando esse sentimento iria embora. Ele foi e voltou várias vezes, então achei melhor te dizer e... Sei lá, quer se aproximar de mim, nos conhecermos melhor de novo, ver se tem algum interesse ou no que daria?

– Você fala disso assim? – Ergui as duas sobrancelhas.

    Houve um silêncio e eu simplesmente me senti irritada. Pela maneira como ele falou. Por me sentir uma segunda opção. Uma coceira que não o largava e ele resolveu cutucar.

– Eu também gostava de você, mas faz bem mais tempo, acredito – sorri sarcástica – você namorou duas meninas nesse intervalo. Doeu, mas serviu para perceber que não daria certo, nós dois. Então... Sinto muito, Tom, mas é um 'não'.

   Seus lábios se partiram no meio. E eu meio que gostei. Pelo menos naquele instante. Foi como devolver na mesma moeda. Mas não, eu não sentia raiva do Tom.

  – Então eu gostava de você já nessa época também – ele começou a explicar – poxa, você nunca se interessou por quase nenhum menino. Nem na escola nem nada. Quero dizer, teve o Mike com aquele topete estranho, não foi?

   Eu mal lembrava do Mike, então ri. Ele riu também.

– Eu achei que não gostasse de mim, sério – ele parecia honesto – até me ajudava com alguns de meus relacionamentos.

   Apenas fiquei calada por saber que talvez ele não entenderia.

– Agora eu me sinto mal pelo que fiz, não quero que me veja assim...

– Não, não sinta – Levantei as mãos – está tudo bem. Entendo que o seu trabalho deve ter mexido muito com sua cabeça, ainda deve mexer, né? Então...

   Suspirei pesadamente.

– Eu já vou – falei por estar confusa.

Ele abriu a boca para falar, mas não disse nada. Então eu fui.

Tom Holland| Imagines Onde histórias criam vida. Descubra agora