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- filha, isso não vai dar certo! - diz quando vê eu fazendo as malas.

- vai mainha! Vem comigo, pra são Paulo. - digo e pego suas mãos.

- sabe que não posso. - se refere ao tão do " homem de Branco" .

- vai parar sua vida todinha, por causa de um cara, que aparece quando quer? - digo e cruzo os braços.

- não quero discutir isso com você, Claryssa. Você sabe que ele não é qualquer homem. - diz e sai pra fora.

O homem de Branco. O boto, que aparece a cada ano em uma festa, para conquistar uma mulher, a engravidar e ir embora. Conheço de cor essa história.

Mais acontece, que ela tem que viver. E não ficar esperando por um boto.

Pego minhas coisas, e vou pra beira do rio. De onde eu estava, já conseguia ver Raphael, em cima do barco.

Vou andando até lá, com um enorme sorriso no rosto.

- Claryssa! - até eu ouvir Gael falar meu nome.

Olho pra trás, e o vejo correr em minha direção.

- não me deixe! - diz quando chega perto de mim.

- é hora de me deixar ir, hã? - sorrio. - foi tudo um encanto, lembra? - toco seu rosto, e sorrio. - perdão meu amor. Eu te amei sim, mas é hora de deixar o passado para trás. - passo minha mão em seu rosto, e beijo sua testa.

-vamos? - Raphael me dá a mão, pra me ajudar a subir.

Olho pra trás e vejo o Gael chorar. Não tenha pena, Claryssa. Ele vai achar alguém melhor.

- Claryssa! Por favor! - diz entrando dentro do Rio. - não me deixe! - escuto sua voz falhar.

Sinto uma lágrima cair de meu rosto. Assim que Raphael percebe, ele me abraça.

- tá tudo bem? - eu concordo.

Deito minha cabeça em seu ombro, até pegar no sono.












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