Josh B..
Nesse momento me sinto exausto, meus olhos mal conseguem se manter abertos, os meus ombros parecem carregar pedras, minhas pernas parecem ter sido esmagadas e minha cabeça está em uma enorme bagunça.
Finalmente estaciono o carro na garagem, é um alívio poder saber que estou em casa depois de longo dia.
Entro pela porta dos fundos que fica mais próximo a garagem, caminho pela cozinha e meu coração quase parou ao ver a Heyoon deitada em meu sofá.— Caralho, Heyoon! — levo a mão no peito por reação ao quase infarto que acabei de ter.
— Ah, oi Josh! — ela age normalmente, parecendo não ciente do meu susto.
— Que susto você me deu! — reagi, ainda me recuperando.
— Eu esqueci que agora você tá aqui. — ando até a pequena mesa do lado do sofá e conserto as coisas que estavam fora do lugar.
— Heyoon, não precisa arrumar nada, pode deixar que eu mesmo arrumo tudo! — devo ter soado um pouco grosseiro, mas odeio as minhas coisas desorganizadas.
— Nossa, o seu dia pelo visto foi péssimo. — ela responde de maneira irônica.
— Foi, foi sim! Foi muito cansativo. — dou ênfase no "muito".
— Olha, eu vou subir pro quarto, não vou jantar nem fazer nada; come qualquer coisa aí e por favor, não faça barulho. — a alerto e subo as escadas sem dar tempo para Heyoon falar.Eu realmente não sei se acertei em deixar a Heyoon ficar aqui, só que... Ela é minha amiga e ela está passando por um momento de muita confusão em sua vida e como um cara que sabe exatamente como é enfrentar algo assim, eu me sinto na obrigação de ajudar ela.
Ao passar pelo quarto da Sophie e ficar de frente para a porta do meu, minha atenção acaba sendo despertada pela luz acesa do quarto de hóspedes. Ao entrar vejo a mala da Heyoon aberta no chão, vejo suas roupas jogadas pelo chão, e espalhado pela cama reparo picotes de papel e com muito esforço reconheço que são fotos dela com seu ex-noivo; um nó se fez em minha garganta.Já sentado em minha cama livre da camisa social que me fazia soar, eu encaro o celular em minhas mãos e os mesmos pensamentos de antes me vêem a mente. Any.
Como será que ela está? O que ela está sentindo? Seria um erro eu ligar para ela?
Foi um longo e cansativo dia, eu não perco nada se ligar para ela. Com esse pensamento em mente logo me coloco em chamada com ela, esperei poder ouvir sua voz pelo telefone; mas após minutos de espera ela não atendeu.Será que eu realmente não tenho nada a perder mesmo? Um sentimento de angústia se fez presente em mim durante o dia inteiro, eu posso estar sendo inconveniente e chato, mas eu preciso saber como ela está. Eu liguei novamente.
— Oh, Any! Alô! — surpresa e alívio me tomam.
— Oi, Josh. É Joalin! — eu pude ouvir as palavras que me causam decepção.
— Joalin? Ué, cadê a Any? Ela está bem? — por que Joalin está com o celular da Any, por que?
— Calma, ela está bem. Ela só está dormindo, ela tava com muita dor de cabeça. — seu tom de voz é baixo, talvez para não acordar a amiga.
— Ah... Entendo, mas... Você vai passar a noite aí com ela? — pergunto.
— É... Eu acho que sim! — ela responde.
— Você pode dizer para ela que eu liguei?Não é possível ouvir mais nada no celular além de ruídos desconhecidos
— Joalin? — a chamo.
— Oi Josh! — era impossível confundir aquele voz, a voz que me acordava, a voz que me dizia as mais belas palavras, a voz que eu ouvi pelos últimos anos da minha vida. A voz da Any.
— Any? Oi, eu pensei que... — eu sou interrompido pela mesma.
— Eu estava dormindo, mas acabei acordando. — seu tom de voz entrega isso.
— Desculpa, eu só queria saber como você estava. Desculpa por te acordar! — me sinto péssimo agora, ela sempre teve uma certa dificuldade para dormir após dias estressantes.
— Não, não. Relaxa, foi culpa da Joalin, ela se mexeu muito! Mas eu estou bem, não precisava se preocupar. — eu não consigo acreditar em suas palavras, justamente pela maneira que ela fala.
— Que bom! É... Então, era só isso mesmo. — eu não vou insistir em saber sobre seus sentimentos, poderia deixá-la pior.
— Claro, obrigada pela preocupação e obrigada também por ligar! — ela agradece.— Any, se cuida! — eu a peço.
— Eu estou me cuidando! — ela responde e por fim finaliza a chamada.É uma merda você conhecer alguém tão bem a ponto de saber exatamente como ela se sente, não sei se isso curou a minha preocupação, mas sem dúvidas curou o meu desejo de ouvir a sua voz.
Ligo o dispositivo de música posto na mesa de cabeceira colocando: Fine line do Harry styles, Any sempre colocava essa música no fim do dia, quando estava apenas nós dois; ela dizia que essa música é confortável como o meu abraço.
Levo a minha mão ao interruptor do lado da cama fazendo com que quase todas as luzes se apagassem e por fim me deito de maneira dorsal na cama."We'll be alright
We'll be a fine line"
Um relaxamento estranho tomou o meu corpo, a voz dela ficou na minha mente e de repente ao encarar o teto, eu já não via apenas um escuro; era possível enxergar a mulher dona de mim. Eu via o seu cabelo enrolado, os seus olhos escuros, a sua pele quente e o seu brilho inexplicável. Mesmo tudo sendo a minha mente pensando nela, me conforta a imagem dela.
Meus dedos batem na cama no ritmo da música, o ar-condicionado deixa a pele do meu peito fria, a música ecoa por todo o quarto e um pequeno sorriso ao meu rosto ao sentir uma sensação estranha, uma sensação estranha mas boa, muito boa.Essa sensação estranha some após eu me dar conta da Heyoon entrando no quarto e vindo em direção até a cama, uma pequena raiva habita em mim agora até porque eu não sei se essa sensação estranha irá voltar.
— Oi... — ela parece sem graça de falar comigo, mas ainda sim ela se senta na cama.
— Oi, o que é? — falo após desligar a música que se passava.
— Você tá pensando nela? — ninguém nunca falou dela assim de uma maneira tão direta, foi estranho.
— Sim! — ajusto minha posição para ficar sentado na cama e apóio as costas na cabeceira.
— Ah... Desculpa. — um curto silêncio se instalou — Josh... Eu vou continuar pensando no Luke assim como você pensa nela? — eu acabei de perceber que a Heyoon é só mais uma pessoa cheia de dúvidas, igual a mim.
— Heyoon... — sinto receio de fazer uma certa pergunta — Você ainda ama ele?
— Eu não sei... — ela encara suas mãos sobre o colo.
— Você não irá pensar nele pra sempre se não amar mais ele, relaxa. — a conforto.
— Então... Você ainda ama ela? — a sensação estranha de alguns minutos atrás volta. Ninguém nunca me perguntou isso, eu não sei o que responder mesmo sendo óbvio. Minhas mãos passam pelo meu rosto e eu olho para a Heyoon.
— Eu amo! — respondo, esquecendo o receio que tinha. Ela apenas sorri e balança a cabeça.— E por que nunca fez nada? — ela parece querer arrancar todas as minhas dúvidas, ou plantar mais dúvidas ainda. Encaro minhas próprias mãos que encostam as minhas coxas, tento achar uma resposta falsa em meu cérebro. O que eu realmente penso é muito doloroso.
— Você realmente quer saber? — a pergunto e ela balança a cabeça afirmando.
— Porque eu tenho medo!
— Ela já me machucou no passado e eu tenho certeza que já machuquei ela também, e eu tenho medo de fazer isso novamente. Eu quero que ela se lembre de mim com memórias boas e não como uma pessoa que machucou ela. E... Tem a Sophie, se caso desse errado de novo ela iria se machucar muito. — o silêncio voltou ao quarto, Heyoon abaixou a sua cabeça e eu me arrependo da minha fala.
— Mas... Isso também não te machuca? Sei lá... Ao mesmo tempo que pode dar tudo errado, pode dar tudo certo. — ela gera mais dúvidas em mim.
— Heyoon, ela não quer. Na última noite que ela esteve aqui eu tentei me aproximar dela, mas ela quis. Eu não machuca-la mais. — relembro da última noite, eu queria tanto saber o que ela sentiu naquele momento.
— Você não sabe, ela pode estar com medo também. Ou ela estava em um dia ruim — ouço ela proferir.
— Heyoon, não quero mais falar sobre isso. Eu tô cansado, vou tomar um banho e dormir; obrigado pela conversa! — finalizo sem sentir mais a sensação estranha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗜 𝗦𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗬𝗢𝗨 ✦ beauany.
FanficO amor acaba? Essa é uma daquelas perguntas que nunca haverá uma resposta concreta, uns nem sabem o que é o amor, quem dirá saber se ele realmente acaba depois de existir. É possível você parar de amar uma pessoa a qual você amou todos os dias, uma...