Acordei me sentindo leve e ansioso, tento repassar em minha mente tudo o eu aconteceu ontem e parando para refletir enquanto tomo meu banho, não posso deixar de lembrar das palavras do Minho, algo me diz que ele sabe muita coisa, talvez ele seja mais do que apenas um cara estranho, eu sinto que preciso falar com ele.
Termino de me arrumar no banheiro e saio, vendo Han acordando preguiçosamente.
-Precisamos ir? – Me limito a um aceno de cabeça, vendo ele ir ao banheiro fazer a mesma rotina que eu havia feito.
Observo aquela casa enorme na montanha e me pergunto se há um motivo para ele estar atrás de mim agora.
-Está pensativo de mais, aconteceu algo depois que eu dormi? – Me assusto ao ouvir a voz do meu amigo.
-Desculpe, me perdi em pensamentos, acredito que por um tempo considerável. -Sinto sua mão fazer um leve carinho em minhas costas.
-Está tudo bem, Felix? - Sua voz soou preocupada e eu suspirei, fechando meus olhos, antes de responde-lo.
-Ele falou comigo. Não pude vê-lo, simplesmente não conseguia abrir os meus olhos, mas ouvi a sua voz, acha que estou enlouquecendo?
-Não, se você diz, eu acredito! Mas então, agora sabemos que é um garoto e que a voz dele é... -Arqueei a sobrancelha em dúvida, Han me olhava em expectativa, me fazendo dar um pequeno sorriso.
-Bonita. Ele pareceu ter um pouco de dificuldade para falar, mas tem uma voz bonita, me senti tão... leve. Isso sem contar o cheiro maravilhoso dele...
-Lix? Acorda! Eu hein, começou a viajar outra vez, se apaixonou é? Nem viu o cara, vai que é feio?!
-Hannie!!!
Desta vez não pude evitar uma gargalhada, o que acabou fazendo minha mãe abrir a porta do meu quarto, nos fazendo descer logo para comer e sair sem atrasos.
Chegamos no colégio e eu estava ansioso para falar com o Minho, porém, ele e o Han entraram “no mundo deles” e agora eu estava em meio a uma aula que não faço ideia qual seja.
Quero me comunicar com ele, mas como? Eu sei que ele vai me colocar para dormir...
-Deveria escrever um bilhete. -Olho para os lados, e vejo Minho de pé. -A aula acabou faz uns cinco minutos.
-Ah, sim... -Me levantei da carteira, e enfim me dei conta do que ele havia dito. -Escrever um bilhete para quem?
-Eu poderia dizer que é para a diretoria, dizendo que não se sente bem e o caramba mas você sabe muito bem para quem deveria escrever. -Senti um calafrio passar por todo o meu corpo me fazendo ficar em alerta.
-Como você... Se o conhece, por que não diz para ele falar comigo?
-Não seria tão divertido. -Um sorriso sínico passou em seu rosto, ele realmente o conhece.
-O que ele é? Qual o motivo de estar atrás de mim?
-Isso te assusta?
-Está devolvendo as minhas perguntas com outras perguntas!
-Vamos, o Hannie deve estar chegando.
Assim que saímos da sala, pude ver o Han vindo em nossa direção.
-Vocês não chegavam, então resolvi aparecer aqui para busca-los. -Apesar de estar falando com nós dois, seu olhar era apenas voltado ao Minho.
Fui me afastando aos poucos, sem desejar continuar presenciando os flertes nada discretos entre eles, então caminho até a biblioteca, talvez eu encontre algo interessante sobre aquele que vem me observando.
Vou passando pelas prateleiras procurando por algo sobre aquela casa, qualquer coisa. Suspiro frustrado por não encontrar nada além de ficções de romance e contos macabros.
-Felix? -Me viro ao ouvir Seungmin me chamar. -Parece estar procurando algo, quer ajuda?
-Achei que você estaria no refeitório com a sua namorada.
-Não estamos com fome e ela quis terminar um livro que começou a ler na semana passada, não quero atrapalhar ela.
-Entendo. -Volto a me concentrar nos livros a minha frente.
-Então...
-Ah, sim, desculpe. Estava procurando algum livro sobre aquela casa da montanha, digo, todos da cidade “falam” sobre ela, ou melhor, evitam falar mas sabem de algo ou alguma lenda, achei que encontraria algo sobre, mas acho que tudo que tenho é o que a mãe do Han contou.
-Acho que é algo regional, por assim dizer. Você parece diferente hoje, além de estar mais avoado.
-Você acha? -Tentei soar como se aquilo fosse uma novidade para mim, mas vendo o sorriso dele, acredito que falhei.
-Sei que a minha garota diz para ficar longe de coisas que podem trazer algum mal, porém, já pensou em ir até lá? Claro, eu não sugeri nada!
-Já pensei, algumas vezes, mas vai saber o que ou quem pode estar lá, pode ter alguém ruim se escondendo naquela casa, sabendo que ninguém vai.
-Ou, como todos acreditam, pode ser um vampiro.
Encerrei o assunto com um sorriso cínico, não quero que pareça que acredito que seja algo sobrenatural mas...
Talvez eu deva seguir o “conselho” do Minho.
As aulas p
assaram mais rápido do que o normal, ou estive tão distraído que ao menos percebi o tempo passar.
Bato com o lápis na mesa do meu quarto repetidamente enquanto olho para o papel em branco á minha frente.
O que eu deveria dizer? Ele responderia? Talvez eu deva começar com algo simples, sim, eu deveria.
“Senhorio misterioso, gostaria de falar contigo, mas sempre me põe para dormir, poderia ao menos saber seu nome?”
-Será que está bom assim? -Sussurro para mim mesmo. Bom, precisa estar.
Pego o bilhete e deixo preso com um pedaço de fita-adesiva na janela a qual ele costuma abrir, quero garantir que ele leia o meu recado. Olho para aquela mansão na montanha, ela parece tão perto de mim, mas tão longe, faz sentido? Vejo uma luz se acender e sinto meu coração disparar em meu peito, pego meu celular e tiro uma foto, enviando para o meu melhor amigo. A prova de que não estou ficando maluco.
Algum tempo se passa e a luz se apaga, bem como apago a luz do meu quarto, me virando para dormir, esperando por uma resposta ao amanhecer. Não tardou para que eu sentisse aquele aroma de baunilha que me deixa em êxtase, e então, eu fui levado ao mundo dos sonhos.
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A casa da montanha - Hyunlix
VampirDesde pequeno, ouço sobre a casa que fica na montanha, ninguém nunca deveria chegar perto dela. Mas o que posso fazer se cada vez que olho pela janela do meu quarto, me sinto mais atraído por lá? É como se alguém quisesse que eu fosse até si, eu não...