Capítulo 26 - Cachoeira

136 21 6
                                    

Continuávamos deitadas sobre a grama do campinho. Fitávamos o céu compenetradas. A chuva havia cessado um pouco, permitindo que só algumas gotas caíssem sobre nossos corpos.

Sinto Sooyoung enlaçar nossas mãos, mas eu desvio, colocando minha mão sobre seu rosto. Meu coração estava acelerado, e não pude deixar de revelar:

— Estou com medo.

Sooyoung retirou sua atenção do céu, ainda escuro e virou o rosto para o lado em que eu estava virada.

— Estou feliz. Estou muito mesmo, mas... eu sempre sinto medo quando estou feliz.

— Não quero que sinta medo nenhum, eu não te fiz nenhuma promessa. — Olho um pouco confusa para a mulher, tentando absorver o que ela havia dito.

— Que merda você tá falando Sooyoung?! Eu falei sobre nos descobrirem, você fala como se eu estivesse pedindo pra você largar meu pai. — Digo levantando meu corpo ainda a olhando.

— Você não pediu, mas vai pedir.

Pego a blusa branca e úmida do chão, a vestindo, não iria discutir com a coreana.

— Está brava? — Ela diz me seguindo.

— Não Sooyoung, eu estou muito feliz, tão feliz que parece que vou explodir de tanta felicidade. — Não poupei sarcasmo em minha fala, rindo falsamente.

Sem deixar de me surpreender, Sooyoung ficou perto de mim o suficiente para agarrar minha cintura, deixando-me nervosa.

— Desfaz esse bico agora. — A mulher diz em um tom mandão e eu prendo a risada.

Mas logo volto a fechar a cara, pois o tipo de conversa que estávamos tendo me deixava estressada. Consequentemente estava fazendo um bico com os lábios, já que ela me mandava desfazê-lo.

— Você quer estar no controle até das minhas expressões faciais? — Perguntei-lhe indignada, porém gostando por ela estar tão perto e com os braços em volta de meu corpo.

— Quero estar no controle de cada pedacinho seu. — Falou cada palavra com um evidente prazer, o que me deixou sem ação.

Sooyoung se aproximou de meu rosto, subindo sua mão esquerda para o meu pescoço, grudando nossas bocas, que não se moveram por alguns segundos, então inicio nosso beijo, que neste momento estava cheio de sentimentos nunca sentidos antes.

— Vamos entrar, ou vamos ficar doentes. — Ela diz me abraçando, entramos na casa subindo as escadas, nos separando, indo cada uma para um lado do corredor.

Depois de já ter tomado banho e vestido outra roupa, me deito ao lado de Seulgi sem sentir culpa alguma, dormindo rapidamente.

[...]

Acordei por volta do meio-dia, Seulgi estava sentada ao meu lado, concentrada em seu computador, aproveito sua posição e coloco o braço por volta de sua cintura.

— Bom dia amor. — Ela diz dando um beijo em minha cabeça.

— Dormiu bem? — Olho para cima vendo as marcas que eu havia deixado na mesma.

— Sim, será que você pode pegar algo para eu comer? Não posso sair da frente desse computador. — Balanço a cabeça em positivo.

Entro no banheiro fazendo todo o processo de higiene matinal, tomo um susto ao ver meu ombro com uma marca de mordida, visto uma blusa social de Seulgi por cima do sutiã e a calcinha que eu usava, desço as escadas, sentindo um cheiro ótimo.

Assim que chego na cozinha, vejo Sooyoung e papai conversando animadamente. Meu pai abraçava Sooyoung pelo ombro, o que me fez revirar os olhos, mas não havia me abalado em nada.

Madrasta | Yves/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora