O início de um futuro

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Boa leitura

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Como nunca antes - em pleno domingo - o sol ainda estava fraco no horizonte quando despertei. Eu estava ansioso - mais que o normal - para encontrar com Jimin num almoço em sua casa para o qual ele me convidou. Nós saímos juntos algumas vezes depois do passeio maravilhoso em que nos beijamos a primeira vez, inclusive ficamos em sua casa também, porém algo no tom daquele convite soava sério e aquilo me deixou apreensivo.

O tempo ao lado do outro doutor era maravilhoso, o Park me fazia sentir coisas que jamais experimentei antes, nem em minha primeira paixão. O frio na barriga, o calor do toque, as borboletas que fazem festa em meu estômago, a vontade de provar aqueles lábios macios... Tudo em Jimin era perfeito para mim!

Esse tempo o conhecendo melhor me fez ter ainda mais certeza de que eu o amava! Nos conhecemos há apenas algumas semanas, mas estar com ele é tão natural, tão confortável e intenso que é impossível classificar o que sinto apenas dentro da paixão.

Seus olhos encantadores, seu sorriso cativante, a forma como me envolve em sua família de dois... Coisas que para alguns são tão naturais, capturaram meu coração com uma intensidade fora do comum. Eu não podia mais negar, amo aquele homem e não posso guardar um sentimento tão bonito apenas para mim.

É fato que o outro médico pode não sentir o mesmo que eu, mas se tem algo que aprendi com meus pais é que a pessoa amada deve saber que recebe esse amor. Eles nunca deixaram de me dizer o quanto me amavam e cresci sabendo que amar é uma dádiva, receber amor é um presente e eu quero dar a Jimin o meu, mesmo que talvez ele não o retribua.

Então com o coração transbordando, decidi pedi-lo em namoro.

Conforme me arrumava para ir até o apartamento do Park, minha cabeça fervilhava, pensando em ideias de como contar a ele sobre meu sentimento, porém, por mais que eu pensasse, não encontrava uma forma que agradasse a meu coração. Tudo parecia tão batido, pouco romântico... Eu queria algo clichê, que expressasse meu sentimento, mas tivesse a minha cara.

A hora de sair se aproximava, entretanto eu ainda pensava no pedido sentado em minha cama, encarando o espelho como se dentro dele eu encontrasse minha resposta, porém eu não conseguia chegar a uma conclusão.

Depois de mais alguns minutos imersos em pensamentos, meu celular toca o alarme avisando que a hora de sair chegou. Bufei frustrado comigo mesmo por não achar nada bom, me jogando para trás na cama e chutando os pés, tal qual uma criança birrenta.

Como todos sabem, a lei de Murphy tem certo apego a mim e, de um jeito que eu não faço ideia, o sapato saiu do meu pé e foi parar em cima do guarda roupa.

Minha primeira reação foi rir meu famoso riso de desespero. Já não bastava minha cabeça que não tinha uma ideia à altura da necessidade, as coisas ainda teimavam em dar errado de algum jeito, entretanto essa foi a primeira vez em que tive que agradecer à essa bendita lei.

Ao me erguer até a parte de cima do guarda roupa para pegar o sapato, percebo que a resposta para meu dilema estava ali, guardada em sua capa de couro sintético, com meu tênis sobre ele como se dissesse: "aqui, bobão".

Não perdi tempo e logo peguei minha preciosidade com cuidado e, depois de afinar algumas cordas, o som melodioso de uma música bem romântica saia produzida por meus dedos. Eu havia me esquecido como era boa a sensação de deslizar meus dígitos pelas cordas de nylon. Poder me expressar de forma tão doce não poderia ser mais perfeito!

Então, depois de alguns ensaios, saí de casa confiante. Claro que a ansiedade ainda estava alojada em meu peito, mas a felicidade de poder me expressar de uma forma tão suave somada ao amor que sinto por Jimin tornava tudo perfeito. E como que para confirmar isso, a caixinha de veludo que eu tanto pensei em como esconder, coube perfeitamente no bolso da capa.

Prescrição médica: amor ▼Jikook▼Onde histórias criam vida. Descubra agora