A primeira escolha de Luna

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Luca mantinha seu olhar incrédulo ao olhar para Vlad ainda perplexo por ele estar propondo aquilo para a jovem Luna, a sua protegida. Ele mais do que ninguém sabia o quanto aquilo seria perigoso ainda mais para alguém que jamais teve contato com o mundo deles. Um mundo sujo e perverso. Luca tinha consciência que Vlad queria ter certeza sobre uma possível lealdade dela, mas aquele seria um teste muito cruel.

–Esse tipo de teste é cruel demais – Luca ponderou aparentando calma, pois sabia que tinha que medir todas as suas palavras para falar com Vlad.

–Cruel? Cruel será se ela nos delatar. Sabe o quanto prezo a minha privacidade e segurança. Vivemos em um mundo onde não podemos confiar em ninguém, apenas na família, Luca. Não se esqueça disso. O fato dela ser mulher não a isenta de ser uma ameaça.

Aquela afirmação tinha todos os contextos para ser verdadeira, mas Luca sabia que ela não representava uma ameaça, pelo menos era nisso que queria acreditar.

–Se é assim que deseja, Vlad, não há nada que posso fazer – resignou-se por fim após pensar em todas as suas alternativas – Mas, você irá falar com ela.

–Sí, Não vejo problema nisso – concordou tranquilo. – Eu mostrarei a Lune o lugar dela nestafamília.

Luca assentiu em silencio antes de sair do escritório de Vlad. Ele não fazia ideia de como ajudar a sua protegida naquela situação. Aquela noite, ele não ficaria vigiando o quarto de Luna, pois sua mente encontrava-se conturbada demais. Ele precisava de um plano.

Vlad permaneceu sentado em sua poltrona por longos minutos após a saída de Luca de seu escritório. A escuridão começava a tomar conta de todo o cômodo, mas não se importou. Por mais que Luca continuasse a implorar para poupar Luna, Vlad sabia que aquela seria a melhor alternativa. Ele não iria colocar a sua família em perigo.

Ergueu-se decidido a informar sobre a missão dela naquele momento, já que a qualquer momento seu consigliere poderia aparecer com alguma ideia que excluísse Luna, e isso ele não queria. Vlad desejava ver ate onde Luna estava disposta a ir. Seus passos silenciosos não o denunciavam. Andou por todo o caminho ate o quarto de Luna com uma expressão indecifrável na face. Ao parar na porta esperou para escutar algum barulho que ela estivesse acordada, entretanto nada escutou. Já estava virando as costas e retornando para o seu escritório quando viu a luz se acender por de baixo da porta. Bateu na porta sem nada dizer, e mesmo assim escutou a voz fraca dela permitindo a sua entrada.

***

Luna olhou para a sua mão enfaixada e suspirou longamente ao perceber que a dor que sentira não a ajudou como imaginara. Por um segundo Luna imaginou que aquela dor fosse apaziguar a dor que sentia, mas não, apenas piorou. Nada em sua vida estava como havia imaginado a alguns meses.

–E ainda estou morando com um completo desconhecido – se viu falando ao olhar para a porta fechada. Fechou os olhos tentando sentir aquela dor como uma libertação, entretanto em sua mente apenas surgia a expressão fria de Vlad. Antes que pudesse continuar com a sua imaginação, uma batida na porta a fez voltar a razão – Pode entrar – disse sem vontade e assim que a porta foi aberta, o olhar de Luna permaneceu congelado no homem a sua frente. A vontade de gritar já começava a brotar de seu intimo, mas ela resistiu ao ver o olhar frio de Vlad.

Vlad não sentia nenhuma compaixão ao olhar para Luna, a qual mantinha a sua mão enfaixada em seu colo. Ele não conseguia sentir nada em relação a alguém fraca como ela, alguém que, para ele, desistia facilmente da vida.

–O que.. veio fazer aqui? – Luna perguntou com a voz fraca.

–Vim dizer sobre o seu trabalho – Vlad falou frio ainda permanecendo no lado de fora do quarto.

O Estranho Mafioso [Retirado 6/4/2018]Onde histórias criam vida. Descubra agora