Após o término das aulas, decidiu ir ao prédio vizinho.
Caminhou até o museu e abordou a recepcionista.
- Olá! Boa tarde!
A moça lhe dirigiu um sorriso.
- Boa tarde! Onde fica o escritório do museu?
- Tem hora marcada, com o Prof.Dr. Daniel?
- É algo urgente, sobre a filha dele... sou professora dela.
Mentiu. Não havia hora marcada, mas precisava vê-lo e verificar se estava bem.
- Posso ver seu crachá?
Perguntou ela desconfiada. Laura entregou o crachá a recepcionista que, hesitante, a permitiu entrar.
- Ele está?
- Final do corredor.
Ela respondeu após confirmar com a cabeça.
Laura agradeceu, caminhou em passos rápidos até o fim do corredor indicado e parou de frente a porta dupla de ébano. Seu coração batia freneticamente, estava nervosa. Deveria realmente entrar? Ou seria melhor evitá-lo? Bobagem! Mesmo que fosse para o Japão não conseguiria esquecer esse homem intrigante.
Deu duas batidas tímidas na porta e a abriu. A sala era grande. Tinha várias estantes de livros nas laterais. Havia uma escrivaninha de madeira de lei escura abarrotada de livros e arquivos, uma grande cadeira de couro preta onde estava depositado um blazer azul petróleo e ao fundo emoldurando tudo, uma grande janela com persianas. O escritório estava frio, temperatura mais baixa do ar condicionado e ele estava lá, de pé. De costas para ela, de frente para a janela. Suas mãos estavam apoiadas no parapeito e sua cabeça estava baixa como se ele estivesse se recuperando de algum tipo de tontura, ou estivesse pensando. Ela entrou e fechou a porta atrás de si e ele não se mexeu.
- Daniel...
- Hmm?...
Gemeu ele.
- Você está bem?
Ele se virou devagar, massageando a região temporal da cabeça.
- É apenas uma dor de cabeça. Desculpe, não te vi entrar.
- Eu... Eu é quem devo desculpas, invadi seu ambiente de trabalho... Mas só queria saber se você estava bem depois de ontem. Ainda não entrou na minha cabeça o que eu vi.
- Lamento que tenha presenciado aquilo. Eu estou bem.
- Como bem? Você levou um tiro, quase à queima-roupa no peito ontem. Como você ainda está vivo?
Ela retrucou indignada.
Ele suspirou, provavelmente se arrependeria depois, rodeou a mesa e escorou-se nela, colocando as duas mãos nos bolsos. Laura se aproximou dele ficando a alguns centímetros de distância.
- Eu estou bem.
Insistiu.
- Mas você sangrou muito...
- Eu sei...
Houve um silêncio massacrante e ela não perdeu tempo.
- Onde está a bala? Você tomou um tiro, sangrou, ficou inconsciente, não foi para nenhum hospital e não morreu... O que aconteceu com ferimento?
- Não há ferimentos.
- Eu não acredito em você.
Ele revirou os olhos e não falou mais nada. Tirou as mãos dos bolsos e sem desviar o olhar dela, com poucos gestos, abriu a camisa social branca, expondo o tórax. Não havia ferimentos. Ela não conseguia acreditar. Aproximou-se mais dele e pôs a mão em seu peito. Estava liso, sem nenhuma cicatriz. Nada.
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A maldição dos Rizzi
Любовные романыApós o término de uma relação de 5 anos, Laura se muda para a pequena cidade de Montenegro a fim de lecionar história no famoso complexo educacional Sta. Bárbara quando a Pequena Lúcia Rizzi chama sua atenção. Intrigada com o comportamento estranho...