O elfo fez um movimento com a mão direita e apareceu uma foice que segurou com força e colocou bem próximo ao pescoço de Luna, que estava no chão pois tinha se desequilibrado quando viu ele se aproximando.
- Quis es? Esne homo? - disse o garoto, ainda com a lâmina da foice a centímetros do pescoço de Luna.
- P-por favor, não me machuque! - disse Luna realmente apavorada.
- Em inglês? Entendi... Então, quem é você? Você com certeza não é daqui. - perguntou agora na língua que ela falava, em um tom ameaçador.
- Meu nome é Luna, eu sou dos Estados Unidos. Por favor não me machuque!
- Me dê um motivo para eu não te matar agora humana!
- E-eu, tenho que falar com o Zeldis! Talvez você conheça, minha avó me mandou até aqui, e-eu tenho que encontrar ele! Eu imploro, eu te dou tudo que eu tenho na minha mochila, mas não me mata!
- Você conhece o Zeldris? Como?
- Minha avó, ela me mandou até aqui para falar com ele. E mostrar isso para ele. - disse colocando a mão no seu colar mostrando para ele.
- I-isso é?! Fique aí! Eu e Ritkør vamos conversar sobre a sua situação. - disse de uma forma não mais ameaçadora, mas com um pouco de medo, enquanto fez um movimento que sumiu com a sua foice.
De longe, o elfo e o rato, que aparentemente se chamava Ritkør, conversavam, ela não conseguia ouvir pois falavam entre sí em outra língua, mas ela estava espantada com o fato do rato falar com ele.
- Chegamos a uma sentença, vamos levar você até o "Zeldis" - disse em um tom de gozação. - e ele vai dizer o que devemos fazer com você. - depois continuou com uma cara mais séria.
- Tudo bem, eu vou seguir vocês, mas com uma condição, nada de tentar me ameaçar de novo! - disse ela se levantando.
- Claro, "vossa majestade"! Mas saiba que você ainda é uma humana, se você fizer um movimento que eu não souber, você já era.
- E aquilo de sem ameaças?
- Vamos logo, não tenho o dia todo! - disse o elfo apontando para onde fica. - É para lá, me siga. - Ritkør subiu no ombro do elfo para acompanhá-lo pelo caminho.
Por alguns minutos, eles andaram em direção até onde ele havia apontado sem trocar uma palavra, o elfo ia na frente e Luna atrás, sendo observada a cada instante pelo rato chamado Ritkør.
- Ele fala a minha língua? - perguntou Luna para o elfo.
- "Ele" fala sim. - disse Ritkør, cruzando os braços fininhos e olhando de um jeito intimidador. - "Ele" só não quer falar.
- Por que você usa isso? E como conseguiu? - perguntou o elfo.
- Não sei se posso contar algo do tipo pra você, eu nem te conheço! Você nem ao menos falou seu nome. - respondeu Luna.
- Ah, a forasteira quer saber mais de mim!
- Você quer que eu conte tudo da minha vida pra você falar o seu nome? Eu já disse meu nome, de onde eu vim e porque estou aqui, e eu ainda não sei nada sobre você, apenas que é um elfo e que anda com um rato falante!
- Meu nome é Sīmon, e eu não ando com o Ritkør, eu só vim com ele hoje por causa da patrulha.
- Ah, tudo bem então Sīmon. Como você conhece o Zeldris?
- Não era "Zeldis"?
- Eu sei que é Zeldris, falei errado pela pressão ok?
- Bem, eu conheci ele a um bom tempo atrás, quando eu era criança ainda, ele quem me criou, é como um pai pra mim.
- Uhm... Como você falou isso, eu falo sobre o colar. Eu ganhei ele da minha avó, e ela era amiga do Zeldris, por isso que eu tô indo atrás dele, preciso falar com ele, por causa de uma promessa.
- E isso é o que eu estou pensando?
- Sim, ela é uma das oito pedras, a Ametista de Luz, e... - Luna foi interrompida.
- Oito? Você quis dizer sete né?
- Ué, não, são oito. Minha vó me contou de oito.
- Talvez sua fonte não é tão confiável... - ele ri, demonstrando que confia um pouco nela. - Está logo ali em cima! - disse ele apontando pra cima.
- E como a gente chega lá? - disse a humana, realmente confusa quanto a isso.
- Relaxa, só fica aqui em cima dessa madeira que você vai lá pra cima. - disse apontando pra uma madeira quadrada do lado dele.
- E você? - disse Luna, subindo em cima da plataforma de madeira e olhando pra ele.
- Eu chego já já.
Naquele instante, a plataforma de madeira foi impulsionada para cima com uma rajada de vento, mas Luna estava tão focada na pressão que estava sentindo que nem percebeu isso, lá em cima, era como se seus olhos tivessem se abrindo de verdade, ela viu casas em cima das árvores, um lugar muito bem iluminado com lâmpadas de cores alaranjadas brilhando e trazendo luz para aquele vilarejo que estava prestes a anoitecer. As casas eram em um formato circular ao redor de árvores que estavam servindo de firmamento, casas muito bonitas feitas de madeira das árvores, e grama como telhado, o que servia muito bem contra a chuva.
Logo depois de analizar em volta, vê Sīmon subindo na mesma plataforma que ela havia subido.
- Bem, coloca isso aqui. - ele entrega uma capa para ela colocar. - Pra ninguém perceber que você é uma humana.
- Tem certeza que funciona? Em filmes sempre dá errado. - disse desconfiada, mas colocando do mesmo jeito.
- Tudo certo, agora me segue até a casa dele. - ele caminhou em direção a uma das pontes suspensas que dava para a casa de Zeldris, mas apareceu um outro elfo que cuida da entrada. - Opa, oi Këldo!
- Eu saio pra ir ao banheiro por 5 minutos e já aparece gente nova, e não vem com essa de "Oi Këldo!", quem é ela? - disse o elfo, um pouco irritado.
- Ela é uma viajante, veio apenas para falar com Zeldris e depois vai embora, pode ficar tranquilo que ela é minha responsabilidade.
- Uhm, tudo bem então, pode ir.
Os dois passaram pelo elfo, ele era alguns centímetros maior que Sīmon, que tinha seus 1,80m de altura, mas considerado baixo para sua altura.
- Que lugar é esse? - perguntou Luna encantada e com brilho nos olhos de ver um lugar tão espetacular.
- Essa é Moonlight! Onde eu nasci e onde eu protejo. - respondeu orgulhoso por onde morava.
- Você que protege esse lugar? Achei que seria alguém mais forte. - Luna estava aos poucos fazendo uma amizade com o Elfo, no momento estava apenas no começo.
- Eu sou forte, tá legal? Você só não viu o quanto porque você tem o colar. Essa aqui é a casa do Zeldris.
- Ok, vamos entrar? - disse Luna ansiosa e com um pouco de medo para falar com ele.
Sīmon abriu a porta e os dois entraram, o lugar era repleto de livros muito bem organizados, uma escada no centro que dava para o andar de cima, mas nenhum sinal de vida. Subindo as escadas, Luna viu uma figura de cabelo e barba comprida e branca, pesquisando em alguns papéis para entender um cristal que estava na sua mesa, mesa cheia de papéis e alguns livros abertos em páginas específicas sobre cristais, quando ouviu barulho das escadas, virou para trás e viu Sīmon.
- Sīmon! Voltou rápido da patrulha, oh, olá Ritkør, como vai? E... Quem é essa? - cumprimentou os dois conhecidos e achou estranho a presença da garota.
- Ela é uma humana, e disse que veio especificamente para ver o senhor, ela tem um colar que a muito tempo foi perdido... - ele foi interrompido
- Ele não foi perdido, foi guardado muito distante. - ele olha para o seu calendário. - Alguns dias antes, mas chegou a tempo, muito obrigado querida, por trazer isso até aqui, você é a filha de Liz?
- Eu sou neta dela, e eu vim para trazer a paz entre nossos dois mundos. Irei fazer a luz um dia voltar a brilhar.
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Pedras de Eclipse
FantasíaUma garota tímida do ensino médio por uma total coincidência ou obra do destino, encontra um portal que a levaria para um mundo totalmente repleto de magia, cujo mesmo foi fundada por 8 pedras preciosas (ou seriam 7?), conhecidas como "As Pedras de...