26 - Melhor fase

1.3K 78 20
                                    

Quando acordou no dia seguinte, Maraisa estava toda dolorida, mas nem reclamou. Sorriu ao lembrar-se da noite anterior e sentiu um calafrio gostoso. Levantou e deixou Marília dormindo tranquila. Tomou um banho rápido e foi em direção à cozinha preparar alguma coisa. Dessa vez a despensa estava mais variada e pode preparar algo melhor. Como já passava das onze da manhã, resolveu ir direto pro almoço. Fez um arroz branco, cozinhou feijão e grelhou um peito de frango, fritou batatas e fez uma salada de alface com tomate, cenoura e palmito. Estava arrumando a mesa quando ouviu uma voz rouca e grave. 

— Bom dia. 

— Oi amor, bom dia. – respondeu sorrindo. 

— Sabe, eu acordei com o corpo ardendo – Marília foi andando em direção a Maraisa – Daí fui tomar um banho e quando tirei a blusa me deparei com essas coisas. – virou as costas e mostrou os arranhões. 

— Ah! Meu Deus! – estava perplexa. – Eu... eu fiz isso? Mas... quando...? Minha nossa! 

— Quando? – Marília virou de frente pra ela. – Não se lembra de ontem? – riu. - Nossa, estou totalmente sem graça. – falou colocando a mão no rosto, já estava corada de vergonha. 

— Oh gatinha, por que isso? – a abraçou 

— Está ardendo muito? – perguntou desolada.  - Um pouco, mas é bom. – Marília deu um beijo na testa dela e a tranquilizou. – Não se preocupe, quero mais é que me arranhe mesmo, isso significa que não perdi o jeito. – falou com uma cara de sem-vergonha. 

— Você não perde é a cara de pau! – Maraisa deu um beliscão na barriga dela. – Nem a vergonha, não é mesmo? 

— Não! – sorriu e a beijou na boca. – Vergonha pra que? Já te disse, não é feio ser feliz, nem amar. E eu te amo! Gatinha gostosa! – encheu ela de beijos. 

— Tá me chamando de gatinha, vou me acostumar mal.    

— Mas você é gatinha, não me arranhou? Só as gatas arranham. – riu e se esquivou antes que levasse um tapa. 

Maraisa correu atrás dela pra tentar alcançá-la, mas a chance era mínima. Correram em volta do sofá da sala rindo como criança. Até que Marília pulou em cima da namorada e a derrubou no chão. 

— Desista, eu sou mais forte. – falava enquanto Maraisa tentava se soltar. 

— Mas eu tenho meus truques. – forçava o braço. 

— E o que a gatinha sabe fazer?

Maraisa olhou pra um lado, pra outro, como que procurando uma solução. Olhou pra Marília que já levantava uma sobrancelha aguardando a resposta. A menor riu franzindo o nariz, toda meiga. 

— Sei fazer isso... – levantou a cabeça e lhe deu um beijo, que acabou amolecendo a loira e ela a soltou. – Viu... – falou toda carinhosa girando o corpo pra ficar em cima de Marília. Voltou a beijá-la com mais ímpeto e quando ela já avançava o sinal, Maraisa levantou e correu. – Nem sempre se enfrenta a fera, você pode vencer conquistando-a – riu da cozinha. 

Marília se levantou, ajeitou os cabelos e caminhou lentamente. 

— Isso nós veremos... – chegou à cozinha séria e olhou estreitando os olhos para a chef. 

— Que cara é essa? Nem vem, vamos almoçar. 

— Eu vou almoçar. 

— Sim e é comida. 

— Ahan – foi se aproximando mais. 

Maraisa não fugiu, se deixou encurralar na bancada central da cozinha. 

Medida certa - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora