Quando acordou no dia seguinte, Maraisa estava toda dolorida, mas nem reclamou. Sorriu ao lembrar-se da noite anterior e sentiu um calafrio gostoso. Levantou e deixou Marília dormindo tranquila. Tomou um banho rápido e foi em direção à cozinha preparar alguma coisa. Dessa vez a despensa estava mais variada e pode preparar algo melhor. Como já passava das onze da manhã, resolveu ir direto pro almoço. Fez um arroz branco, cozinhou feijão e grelhou um peito de frango, fritou batatas e fez uma salada de alface com tomate, cenoura e palmito. Estava arrumando a mesa quando ouviu uma voz rouca e grave.
— Bom dia.
— Oi amor, bom dia. – respondeu sorrindo.
— Sabe, eu acordei com o corpo ardendo – Marília foi andando em direção a Maraisa – Daí fui tomar um banho e quando tirei a blusa me deparei com essas coisas. – virou as costas e mostrou os arranhões.
— Ah! Meu Deus! – estava perplexa. – Eu... eu fiz isso? Mas... quando...? Minha nossa!
— Quando? – Marília virou de frente pra ela. – Não se lembra de ontem? – riu. - Nossa, estou totalmente sem graça. – falou colocando a mão no rosto, já estava corada de vergonha.
— Oh gatinha, por que isso? – a abraçou
— Está ardendo muito? – perguntou desolada. - Um pouco, mas é bom. – Marília deu um beijo na testa dela e a tranquilizou. – Não se preocupe, quero mais é que me arranhe mesmo, isso significa que não perdi o jeito. – falou com uma cara de sem-vergonha.
— Você não perde é a cara de pau! – Maraisa deu um beliscão na barriga dela. – Nem a vergonha, não é mesmo?
— Não! – sorriu e a beijou na boca. – Vergonha pra que? Já te disse, não é feio ser feliz, nem amar. E eu te amo! Gatinha gostosa! – encheu ela de beijos.
— Tá me chamando de gatinha, vou me acostumar mal.
— Mas você é gatinha, não me arranhou? Só as gatas arranham. – riu e se esquivou antes que levasse um tapa.
Maraisa correu atrás dela pra tentar alcançá-la, mas a chance era mínima. Correram em volta do sofá da sala rindo como criança. Até que Marília pulou em cima da namorada e a derrubou no chão.
— Desista, eu sou mais forte. – falava enquanto Maraisa tentava se soltar.
— Mas eu tenho meus truques. – forçava o braço.
— E o que a gatinha sabe fazer?
Maraisa olhou pra um lado, pra outro, como que procurando uma solução. Olhou pra Marília que já levantava uma sobrancelha aguardando a resposta. A menor riu franzindo o nariz, toda meiga.
— Sei fazer isso... – levantou a cabeça e lhe deu um beijo, que acabou amolecendo a loira e ela a soltou. – Viu... – falou toda carinhosa girando o corpo pra ficar em cima de Marília. Voltou a beijá-la com mais ímpeto e quando ela já avançava o sinal, Maraisa levantou e correu. – Nem sempre se enfrenta a fera, você pode vencer conquistando-a – riu da cozinha.
Marília se levantou, ajeitou os cabelos e caminhou lentamente.
— Isso nós veremos... – chegou à cozinha séria e olhou estreitando os olhos para a chef.
— Que cara é essa? Nem vem, vamos almoçar.
— Eu vou almoçar.
— Sim e é comida.
— Ahan – foi se aproximando mais.
Maraisa não fugiu, se deixou encurralar na bancada central da cozinha.
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Medida certa - Malila
FanfictionMaraisa tem seu coração completamente protegido atrás de uma parede de puro concreto, e aqueles que tentarem se aproximar dele serão friamente desencorajados. Porém Marília não vai desistir facilmente. Adaptação