Depois de passar uns dias em Las Vegas com seus amigos, Angel conhece uma vida completamente diferente da sua, com adrenalina, diversão e muito perigo. Seu retorno gera bastante consequência e o ódio de sua mãe possessiva e narcisista.
Depois de um...
"Vá em frente e chore garotinha Ninguém faz isso como você Eu sei o quanto isso importa para você Eu sei que você tem problema com seus Pais"
- The Neighborhood - Daddy's Issues
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Há semanas, venho tendo o mesmo sonho, Sempre tinha muita água, e estava frio, muito frio. Eu sentia meus ossos rígidos e uma sensação muito forte de tristeza, no sonho, eu sempre olho toda a escuridão que me cerca, sempre grito e choro, minhas mãos manchadas de sangue e uma dor tão profunda no peito. Eu sempre acordo no meio da madrugada, suada como se tivesse corrido uma maratona sem parar. Meus pesadelos já nunca são bons, e eu sempre acordo gritando e chorando, mas como tempo, aprendi a controlar os gritos inconscientes, minha mãe sempre me fez pagar por acorda-la por conta disso. Não era nada bom.
— Está totalmente errada — minha mãe não parava de falar — como quer que te levem a sério desse jeito, Angel?
Eu olhei rapidamente para ela, me soltando de qualquer pensamento ao ouvir a voz dela, não tinha nada que me assustava tanto quanto a voz da minha mãe, era assustadora pra cacete. Eu respirei fundo, enchi meus pulmões de ar, antes de soltar pelo nariz e dizer:
— Como assim? Oque eu fiz de errado? Será que nem na janta, a senhora não me deixa comer em paz? — meu tom sequer foi agressivo, e ela já me deu um olhar que poderia quebrar 70% dos meus ossos, os outros 30% ela faria como antes, quebraria na porrada.
— Oque foi que disse? — ela largou o garfo no prato, me encarando de forma muito séria, cruzando as mãos encima da mesa
— A senhora ouviu, eu não fiz e nem disse nada demais — eu dizia em tom neutro, sem entender aquilo tudo, mesmo que as reações que minha mãe tinha para qualquer pequeno ato meu, fossem insalubres e desumanos. Era assim que ela me amava.
— Sua mãe está certa, Angel — meu pai finalmente falou algo, mas eu preferiria que ficasse em silêncio — ele poderia ter retrucado e machucado você
Entre os dois, meu pai era menos pior. Sua preocupação era a agressão que eu poderia ter sofrido do garoto, mas e as da minha mãe? Essa parte ele deixou de fora? Engraçado.
E afinal, ela estava puta comigo porque eu chutei as bolas de um menino que estava me assediando? O prémio de mãe do século vai para a Eva.
— Se ele tentou algo, tenho certeza que deu confiança — minha mãe me encarava — nenhum garoto iria fazer algo se você não deixasse
Minha mãe com certeza nunca assistiu SVU, unidade de vítimas especiais. Parece que nem sequer vive no mesmo mundo que eu. O dela deve ser um conto de fadas, o meu, é um conto de falhas.
