II

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Winter

 Seguro a mochila pesadíssima nas costas enquanto observo Aurora pagar o motorista, diante da imponente porta de entrada de Amber, cujo design elegante complementa perfeitamente a paisagem ao redor

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Seguro a mochila pesadíssima nas costas enquanto observo Aurora pagar o motorista, diante da imponente porta de entrada de Amber, cujo design elegante complementa perfeitamente a paisagem ao redor. O vento frio beija minha pele, cortante e persistente; mesmo com o casaco mais quente, ainda sinto o frio se infiltrando.

Ao olhar para trás, cerro os olhos em sua direção e a vejo correr até mim, logo após o taxista entrar no carro e ir embora. Seus cabelos ruivos brilham sob a luz da lua cheia, balançando graciosamente ao vento.

A ruiva sorri com os olhos, e percebo como suas bochechas sardentas estão avermelhadas.
- Pronta? - perguntou, mas Amber abriu a porta antes que pudéssemos apertar a campainha, ainda com os olhos fixos no celular, nos pegando de surpresa.

O plano não saiu como planejado, era de se esperar.

- Amber! - A ruiva correu para abraça-la. - Venha também, senhorita rainha do gelo. - Aurora exclamou, puxando-me para o abraço.

- Rainha do gelo? - Fiz uma careta e Aurora imitou.

- Isso aí! - disseram as duas amigas em uníssono, trocando olhares enquanto levavam as mãos à boca, rindo. E, eu apenas virei o rosto, cruzando os braços. As duas me chamam assim desde sempre.

Rainha do gelo.

Aurora sempre dizia que minhas respostas eram secas demais e que, na maioria das vezes, eu a deixava desconcertada, o que a chateava. Ainda assim, ela nunca deixava de tentar me compreender. Apesar de ser a mais emocional do grupo, Aurora tinha uma forma incrível de aceitar as diferenças. Ela podia se magoar com facilidade, mas sempre encontrava um jeito de enxergar além das palavras, buscando entender as intenções por trás do que eu dizia.

Houve algumas vezes, ainda no segundo ano do ensino médio, em que Aurora ficou tão magoada comigo que não nos falamos por dois dias. Eu sabia que precisava me reconciliar com ela, porque era minha amiga e não queria que nos afastássemos. Eu havia prometido que tentaria não ser tão fria, mas minhas tentativas estavam fadadas ao fracasso. Nunca conseguia.

Amber também ficou brava, pois não queria que continuássemos sem nos falar. O grupo não era a mesma coisa quando uma integrante estava ausente. No entanto, acreditava que esse era apenas o meu jeito de ser e sempre dizia que cada pessoa demonstra que se importa de maneiras diferentes. Para Amber, mesmo que minhas palavras fossem curtas, o que realmente importava eram as ações. Às vezes, o cuidado está nas entrelinhas - em gestos pequenos ou em um simples silêncio. E talvez eu fosse assim.

Mas, isso não quer dizer que Amber não tenha ficado chateada algumas vezes. Ela só tentava não transparecer.

- Não é que vocês vieram mesmo? - Amber cerrou os olhos. - Ainda bem que eu sabia e deixei tudo pronto.

𝑽𝒐𝒔𝒔𝒂 𝒆𝒍𝒆𝒈𝒂̂𝒏𝒄𝒊𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora