Capítulo 10

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Caroline Forbes |•

Não faço ideia de quanto tempo estou aqui, muito menos onde estou, apenas sei que está sendo a pior experiência da minha vida, já fui torturada e abusada diversas vezes. Eu só queria ir embora.

Não sei porque essas coisas estão acontecendo comigo, no entanto sei que Diego, um dos vampiros do Klaus que me trouxe para cá. Ele diz, " Não é nada pessoal", "As ações do Klaus geraram essas consequências", "Fique calma" o mais irônico disso tudo é que ele diz isso enquanto está me torturando na tentativa de tirar de mim algum segredo do Klaus ou quando está me forçando a fazer coisas que eu não quero.

Sei também que tem uma bruxa junto com ele nessa, ouvi ela dizer que desde que ele me mantenha sob controle pode fazer o que bem entender comigo.

Escutei uma conversa dele com a bruxa há uns dias, eu acho. Ele contou que Klaus tinha descoberto que foi um vampiro "aliado" que escreveu na parede um recado. Klaus estava organizando uma "reunião", Diego sabendo que descobririam facilmente sobre ele nem se deu ao trabalho de comparecer, deixando claro que tem culpa no cartório.

Eu estava tão brava com o Klaus por me acusar daqueles coisas, mas tudo que eu queria agora era ele me salvando mais uma vez.

–– Bom dia, mocinha. –– A bruxa dá tapinhas no meu rosto na intenção de me acordar. –– Sua hora está chegando, animada?

–– Que? –– Minha voz saí falha e eu tento manter meus olhos abertos. –– Do que você está falando?

–– Eu vou colocar em você um tipo de maldição. –– Ela fala com entusiasmo. –– Isso vai mexer com a sua cabeça em um nível absurdo, vai haver um momento em que você vai desejar a morte.

–– O que eu te fiz? Me deixa ir, por favor. –– Suplico sentindo um medo me tomar. –– Eu só quero a minha casa.

–– Sinto muito, mas você apenas sairá daqui a noite quando eu terminar o ritual. –– Pega um copo com sangue abaixo da metade.

–– Mas por que disso tudo? eu nem te conheço. –– Fecho os olhos por um breve momento. –– Diego fez coisas horríveis comigo, não aguento mais...

–– Foi uma das maneiras que eu convenci ele de te trazer até a mim e ajudar no meu plano. –– Diz e dá de ombros como se fosse tudo normal.

–– Mas ele abusou de mim, me torturou, como uma mulher compactua com isso? –– Falo desesperada.

–– Uma mulher que precisa matar a criança de Klaus Mikaelson com a lobisomem Hayley. –– Ela encosta o copo nos meus lábios e eu bebo todo o sangue rapidamente.

–– Você não sente nenhum pingo de remorso ao falar uma barbaridades dessas? É a vida de um inocente que nem chegou ao mundo. –– Olho para ela indignada e com repúdio.

–– Eu só faço o que os ancestrais me pedem. –– Se afasta um pouco. –– Vai ser basicamente assim, você vai ficar completamente vulnerável e instável emocionalmente. Isso fará com que você sofra terrivelmente, tanto física quanto mentalmente.

–– E por que você acha que irei permitir isso? –– Minha voz treme, e tento entender o que ela quer de mim.

–– Porque você não terá escolha. –– Ela sorri maliciosamente. –– A maldição que colocarei em você é simples, você ficará como se tivesse ingerido muito veneno de lobisomem, só que com a diferença de que o sangue do Klaus não irá curar você, o que pode acarretar em sua morte.

–– Você é uma pessoa horrível! –– Grito, a raiva se misturando com o medo dentro de mim. –– Como pode fazer algo assim?

–– Eu faço o que for preciso para proteger meu povo. O destino da minha linhagem depende da morte daquela criança, e eu não permitirei que nada nem ninguém me impeça. –– A bruxa dá de ombros, indiferente ao meu sofrimento.

–– E você acha que Klaus vai trocar a minha vida pela a do bebê? Você é louca. –– Me sinto impotente diante da situação.

–– Você é a fraqueza de Klaus. Ele a ama e fará de tudo para protegê-la. E é exatamente essa fraqueza que eu vou explorar. –– Ela se aproxima novamente, olhando-me nos olhos. –– Tenho que cumprir as ordens dos ancestrais. Klaus vai sentir todo os sentimentos de agonia, o que já é suficiente para ele ficar com peninha da amada.

Nesse momento, Diego entra na sala e interrompe a conversa. Ele me lança um olhar maldoso, mas não diz nada. A bruxa se afasta e sorri para ele.

–– Como está a nossa prisioneira? –– Pergunta ele.

–– Ela está pronta. A marca da maldição foi ativada, e em breve ela estará sofrendo o suficiente para devolvemos ela ao Klaus. –– A bruxa se aproxima de Diego e coloca a mão no rosto dele. –– Você fez um bom trabalho, Diego. Os ancestrais ficarão satisfeitos.

Eu os observo em silêncio, sentindo uma mistura de ódio e tristeza. Minha mente está turva pelo tanto de verbena que já injetaram em mim, mas ainda consigo pensar em uma possível esperança.

–– Vocês vão se arrepender, vocês vão pagar por tudo o que fizeram. –– Minha voz sai fraca.

Diego olha para mim com um olhar de arrogância, mas não diz nada. A bruxa ri, como se minha ameaça fosse apenas um mero detalhe.

–– Vamos ver se você ainda está tão confiante quando estiver mergulhada no abismo do desespero. –– Ela se afasta e deixa a sala, deixando-me com Diego, que se aproxima de mim e eu sinto medo.

–– O que acha de brincarmos um pouco? Eu preciso saber se Klaus tem algum carvalho branco escondido. –– Ele suspira passando o dedo indicador no meu rosto.

–– Eu não faço ideia se ele tem ou não uma estaca dessas, mas se eu soubesse jamais te falaria. –– Viro o meu rosto na intenção de evitar contato com ele.

–– Terei que partir para os meios medievais. –– Caminha até a mesa tem diversas coisas. –– Vocês mulheres são vaidosas e gostam muito de suas unhas, o que acha de ficar sem elas.

–– Vai arrancar uma por uma? Vai lá, você já atingiu o limite de tudo o que eu poderia sentir. –– Sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

–– Eu vou fazer isso na intenção de passar o tempo, aí talvez você colabore comigo. –– Sorri e puxa uma cadeira. –– É melhor que o tanque de verbena, não é? Estou sendo bonzinho.

–– Eu juro que sairei daqui e a primeira coisa que vou fazer é matar você, seu verme. –– Respondo com amargura.

A situação é sombria, e agora, mais do que nunca, sinto-me determinada a sobreviver e encontrar uma maneira de sair dessa situação terrível. Eu não deixarei que esse ritual dê certo.

(...)

Depois que Diego arrancou todas as minhas unhas tentando me fazer falar algo que não sei, foi embora.

Em falar em assombração, vejo o maldito entrando na sala acompanhado pela bruxa ruiva.

–– Leva tudo isso lá para fora e depois volte e busque ela, temos cinco minutos até a lua atingir o seu mais perfeito ápice. –– Diz para Diego que saí e ela se aproxima de mim.

–– Então, é essa a hora que você me mata ou algo do tipo? –– Falo em tom de tédio e ela olha pra mim.

–– Não, vai ser como eu disse. –– Diz agitando uma garrafa pequena na cor preta. –– Vou te devolver para o seu namoradinho, mas vai ter modificações, agora relaxe...

Antes mesmo de eu falar algo que a contrariasse, ela injetou algo que tinha em uma seringa em mim. Não sei o que é isso, mas parece que os meus ossos estão sendo fervidos.

–– O que... –– Dou um grito alto sentindo a dor se concentrar no meu pescoço como se estivesse pegando fogo.

–– Voltei... –– Diego entra na sala e faz careta ao olhar para a região do meu pescoço. –– Que coisa horrorosa...

–– Pode levar ela para fora, não temos muito tempo. –– Ordena e Diego obedece.

Ele solta meus pulsos das correntes e me pega nos braços indo para fora do local. A esperança toda que eu tinha está se acabando.

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Essa é a nossa vez || Klaroline Onde histórias criam vida. Descubra agora