Que Não Haja Mais Maldição

Capítulo 8: Os Planejadores

"Malfoy, não sei se quero me mudar..."

Malfoy olhou em volta. Seu nariz brilhou um pouco, mas, fora isso, seu olhar não mudou nada. "Você quer criar Scorpius aqui?"

"E o que há de errado com a minha casa?!" Hermione estalou. "Não foi há muito tempo que você me disse que era legal!"

"Sim, bem, é bom, mas meu filho vai precisar de algo melhor. Posso presumir por quão rústica é a sala de estar que o quarto de Scorpius é tão aconchegante quanto?"

Hermione olhou para Malfoy. Ele estava 'encanadamente' tirando sarro da casa simples dela.

"Agora não torça suas calcinhas, Granger. Só estou pensando em Scorpius. Ele tem um status para acompanhar, e é meu dever garantir que ele o tenha. Ele não será capaz de tê-lo morando aqui - sem ofensa nem nada. Isso é muito simples para um Malfoy ser criado."

"Eu me recuso a permitir que ele cresça como um garoto mimado, esnobe e rico, Malfoy. Eu coloquei meu pé lá embaixo."

Malfoy desviou o olhar, parecendo estar em pensamento. "Você quer dizer que não acha que seja possível que um grupo de pais ricos crie uma criança decente e bem comportada?" Ele perguntou distraidamente. "Você não disse que sua família estava bem? Como você teria avaliado seus pais ao criá-lo?"

"Eu-" A pergunta dele a surpreendeu. Ela não tinha certeza de como poderia responder a isso. Talvez, agora que ele chamou a atenção dela, eles a tenham mimado. Ela teve as melhores oportunidades disponíveis para ela, dadas as circunstâncias. No entanto, ela optou por não ser desprezada, aprendendo rapidamente que as pessoas detestavam isso. Hermione poderia ter crescido muito parecido com Malfoy.

Apenas os pais dela não tinham começado com dinheiro como o dele. Ambos tinham trabalhado pelo que tinham agora, mas ainda a haviam mimado e lhe deram praticamente tudo o que ela queria. Bem... quase tudo...

"Xeque-mate então, Granger?" Malfoy zombou dela antes de provocar que ela havia dirigido a ele.

Ela apertou os lábios, suprimindo seu aborrecimento. "Eu não vou comprar o amor do meu filho."

"Isso é algo com o qual podemos concordar então. Acho que aprendi com os erros do meu Pai e, ao contrário dele, não tenho nenhum desejo de me tornar um membro do Ministério. Eu já tive política suficiente para toda a vida. Eu gostaria de passar a vida com meu filho; minha família." Ele olhou para ela com atenção, fazendo com que seus olhos se acolhessem do olhar dele.

Ela engoliu com força. Foi estranho como ele aceitou a situação. Ele era um mago que poderia facilmente "ir com o fluxo" (ou pelo menos tinha a capacidade de fingir que era fácil). Isso foi uma coisa da Sonserina?

"E, então, eu aceito o desafio", disse Malfoy.

"Desafio?" Ela perguntou confusa. "Que desafio?"

Ele acenou com a cabeça e sorriu um pouco. Foi uma coisa estranha, mas agradável vê-lo fazer. Hermione não podia negar que preferia vê-lo fazer isso do que carrancar ou zoar. Ela não conseguia pensar em um momento antes que ele já tivesse dado um sorriso a ela.

"Estou determinado a criar meu filho como um homem decente. Você está disposta a fazer o mesmo?"

Hermione acenou com a cabeça e respondeu, dando a ele seu próprio sorriso.

"Bom, então nos encontraremos no meio. Isso é justo. Você não pensaria, Granger?"

"Eu suponho..." ela concordou com incerteza. A maneira como ele estava abordando a questão implicava que ele já havia pensado em tudo. Era possível que ele tivesse um plano antes dela?