Capítulo 14: Memórias Sombrias

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"Pronto?"

Hermione respirou fundo. Ela acenou com determinação.

Draco gentilmente puxou a manga até o cotovelo. "Você não vai fechar os olhos?"

Ela engoliu e deu outro acer, evando a visão do punho de braço dourado que ele havia exposto. Draco voltou a desenterrar sua cicatriz, removendo o material com dedos graciosos. Seu polegar traçou suavemente o comprimento da marca. Hermione tinha certeza de que ele estava pensando sobre o que ela seria se ela desse uma simples olhada na cicatriz. Ela forçou os olhos a ficarem fechados, não querendo dar uma olhada no rosto dele.

"Tem algo errado?" ela perguntou, precisando pelo menos ouvir a voz dele.

Hermione ouviu um estouro alto que a fez pular um pouco. Ela relaxou imediatamente percebendo que era a rolha da poção estourando. Com seus outros sentidos aumentados devido aos seus olhos fechados, soou mais alto do que teria sido se seus olhos estivessem abertos.

Ele não respondeu à pergunta dela.

"Draco...?"

"Sim?" Ele parecia distante. Em branco. Perdido. Ele lembrou levemente Hermione de Luna, apenas sem a voz doce e zumbindo que Luna tinha.

"O que há de errado?"

Ela o ouviu inalar e então um som suave veio dele. Um gemido...? Um gemido...? Ela realmente não conseguia dizer.

"Ok, isso é o suficiente", disse ela, abaixando a manga para que pudesse abrir os olhos com segurança. Ela o viu piscar. Olheiras se formaram ao redor de seus olhos, surpreendendo-a. Hermione sabia o que eles eram, mas não sabia que os círculos de estresse poderiam aparecer tão rápido.

"O que você está fazendo?" ele exigiu em sua voz normal.

"Não estamos prontos", ela explicou categoricamente.

"Sim, nós estamos!" Draco insistiu.

"Você não fez isso comigo, mas está se culpando por isso."

Ele zomou. "Não seja ridícula!" ele estalou, soando muito parecido com seu antigo eu. Ele notou seu tom assim que terminou e encorizou os lábios. Draco se levantou do sofá em que eles estavam sentados, mantendo as costas para ela. Ele arenravou uma mão no cabelo, exalando uma respiração. Uma risada desconfortável veio dele, uma que Hermione podia dizer que era falsa. "Não estou me culpando pelo que minha tia fez."

"Você está mentindo", ela acusou e o viu endireitar sua postura de forma com suas palavras, tornando-se tão rígido quanto um poste de metal.

"Não estou", ele rosnou obscuramente.

Hermione ficou chocada com sua frieza. Ela nunca tinha ouvido algo tão aterrorizante vir dele. Isso causou um leve arrepio pelo corpo dela. Também não é um bom. "Tudo bem", ela falou gentilmente, tentando entendê-lo. "Eu acredito em você. Então me diga o que está errado."

Ele não mudou nenhum. Não disse nada. Tudo o que Draco fez foi manter sua postura rígida. Hermione deixou passar um minuto inteiro antes de se levantar.

"Vou pedir a outra pessoa para aplicá-lo", disse ela, mantendo a voz gentil, e fez sair da sala para dar a ele algum espaço muito necessário.

A mão dele disparou para ela, agarrando seu ombro, impedindo-a de passar por ele. "Não", disse ele tenazmente. "Eu vou fazer isso. Você é minha..." ele se arrastou, olhando o chão a seus pés.

"Você realmente não precisa", disse Hermione a ele.

"Você é minha responsabilidade agora", disse ele a sério.

Que Não Haja Mais MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora