°2

934 54 2
                                        

-Foi sem querer, baixinha.-Henri falou e saiu correndo.
-NINGUÉM COME FINI SEM QUERER, VIADO.-Falei e saí correndo atrás dele.
-Viado não.-Parou pra poder falar
-VIADO SIM.-Gritei e mandei uma almofada nele.
-Au!
-Isso é por comer os MEUS finis.-Peguei mais uma almofada.-E isso é por você ainda existir.-Joguei nele e fui pro quarto.Bati a porta com tudo e me joguei na cama.
-Ei, deixa eu falar com você.-Alguém falou do outro lado da porta.
-Não.
-Por favor.-Falou e eu fiquei em silêncio.-Tabom.Vou começar mesmo assim.Olha, não foi sem querer, foi pra te encher o saco.É que eu vi e peguei pra te provocar, porque eu sabia que era seu, sei o tanto que você gosta de fini e quis te encher o saco.-Parou de falar e eu abri a porta.-Eu sinto falta dos seus tapas, das suas brigas...Eu sinto falta de ti, Duda.-Falou segurando meu rosto.
-Sai daqui, Henrique.
-Me desculpa?
-Se você sair daqui tem a possibilidade de: eu pensar em te desculpar por comer meus finis.
-Não é pelos finis.-Olhou nos meus olhos.
Sabe quando o olhar de alguém te corrói?Então.
-É pelo quê?-Me fiz de troxa.
-Você sabe porquê, Maria Eduarda.
-Para tá bom?!Eu já esqueci isso.
-Não, você não esqueceu.E sabe por quê?!Porque eu não esqueci.-Respirou fundo.-Se eu que sou menino não esqueci imagina você que é menina.-Falou e saiu.
-QUE ÓDIO.ARGH!!-Gritei.-Me odeio!Me odeio!-Repiti isso sem parar.
(...)
-Posso entrar?-Biel perguntou com a porta um pouco aberta, e eu assenti.
Ele sentou na cama, do meu lado, e me abraçou.
-Quer falar sobre?
-Não.
-Tem certeza, Duda?
-Não.
-Não tem certeza ou não quer falar?
-Primeiro.
-Então fala.Sou todo a ouvidos.
-Ah sei lá...Poxa, eu tinha arrumado a minha vida, tava bem sem ele daí vem o destino e faz isso.Sabe o quê ele falou?"Eu sinto falta dos seus tapas, das suas brigas...Eu sinto falta de ti, Duda."-Tentei imitar a voz dele, fiz aspas no ar, e o Biel riu.-Mano, não tem graça...Eu me odeio!!Eu me cortei por ele, eu chorei por ele, eu superei ele e ele vem com esse papo de que sente falta.
-Péra aí!!Tu se cortou por causa do Henrique?
-Quem disse isso?
-Tu acabou de dizer.
-Quando eu tô mal eu falo de mais.
-Me diz que é mentira.Por favor, Maria Eduarda.
-Não, não é mentira.-Nesse momento as lágrimas já rolavam.
-Eu não vô deixar isso acontecer denovo, pequena.-Me apertou mais contra o peito.-Me promete uma coisa?
-Prometo.
-Nunca mais você vai se cortar por causa de menino.Você sempre vai vim pra mim quando sentir vontade de se cortar.Vai me ligar, vai vim aqui em casa, sei lá...você só vai vim desabafar.Nada de lâminas.Promete?
-Se eu prometer não tenho como cumprir.
-Tem sim.Olha aqui...-Levantou minha cabeça e olhou no fundo dos meus olhos.-Eu te amo muito, e você não vai acabar com a sua vida por conta de meninos.Agora me promete?
-Prometo.
-De verdade?
-De verdade.
-Eu vou tá aqui quando algo acontecer.
Essa foi a última coisa que eu ouvi.
Apaguei.
No outro dia acordei ouvindo vozes.
-Biel, tô com dor de cabeça.Deiixa eu faltar?!-Migué básico.
-Eu sei que é mentira, mas vou deixar você faltar com uma condição e porque sua última prova é amanhã.
-Qual?
-Você ir tomar café agora e depois ir pro banho.
-Nem precisa pedir duas vezes.-Falei e ele riu.
-Tá melhor, baixinha?!-Henrique perguntou.
"Ele mora aqui agora?", perguntei pra mim mesma.
-NÃO VOU TOMAR CAFÉ COM ELE AQUI.-Gritei o ignorando totalmente.
-Então vai tomar banho.
-Para de me ignorar.-Falou da porta do quarto.
-Só depois que vocês forem.
-Fala comigo, Maria Eduarda.
-Não me chama de Maria Eduarda.
-Pelo menos assim você fala comigo.-Revirei os olhos.
-HENRIQUE, VOCÊ VAI AGORA?
-NÃO, VOU DEPOIS.
-NÃO, ELE VAI AGORA.
-SE RESOLVAM.-Majú gritou.
-MAAJÚÚ, NÃO ME DEIXA AQUI.
-SE RESOLVE COM ELE, MONAMOR.-E bateu a porta.
-Vai deixar eu falar?
-Tenho opção?
-Não, eles trancaram a gente aqui.-Sentou na cama.
-Então fala.-Fui indo pra cozinha.

P.O.V. Majú:
Assim que eu acordei olhei meu celular.
Nele tinha uma mensagem do João...
Na hora que eu li, meu cu ficou na mão.
"Precisamos conversar, Majú"
Me arrumei correndo e fui pra torre dele.
-Bom dia, amor.-Ele falou assim que me viu.
-Se resolve, menino.Primeiro você diz que precisamos conversar, daí tu me vê e vem com bom dia, amor.SE RESOLVE.
-Fala baixo, Maria Júlia.
-Então fala...O quê cê quer?
-Me ajuda com a Duda.
-Fale mais.
-Ela e o Henrique são apaixonados, mas não assumem.E ontem a Duda me contou umas coisas e eu fiquei bolado.
-Que tipo de coisa, amor?
-Ela já se cortou por ele.
-Já tenho um palno em mente.
Entramos pro apê dele e liguei pro Henrique.
-Alô, Ique?
-Pode falar.
-Vai vir pro João?
-Talvez...Depois do que rolou ontem é bem capaz de só voltar aí, só mês que vem.
-Para com isso, okay?Olha, você tem que falar com ela.Ela se cortou por você, Ique.
-ELA O QUÊ?-Gritou do outro lado da linha.
-Ela se cortou.Sabe?Com lâmina.
-Já já tô aí.-E desligou.
-Pronto.Daqui a pouco seu futuro cunhadinho tá aqui.
-Majú, Majú...
-Posso ir lá acordar ela?
-Deixa ela dormi mais um pouquinho.-Assim que ele falou a campa tocou.
-Vai atender que a casa é sua.-Me joguei no sofá.
-Cadê ela?-Henry entrou correndo.
-Dormindo.-Respondi calma.
-Deixa eu falar com ela.
-Você não vai acordar ela.-João se manifestou.
-Eu espero.-Se sentou no sofá.

P.O.V. Henri:
Assim que a Majú me ligou eu não acreditei.
A Duda, uma menina-mulher forte, havia se cortado e pior, por mim.
Burro, burro, burro...É isso que eu sou. BURRO.
Perdi a menina mais linda e incrível por culpa de uma aposta idiota.
COMO EU ME ODEIO!!
Se acalma, Henrique, SE ACALMA!!
Impossível!!
Assim que me sentei, começei a respirar fundo, só pra me controlar.
-Biel, tô com dor de cabeça.Deixa eu faltar?!-Tentou jogar aquele migué básico.
-Eu sei que é mentira, mas vou deixar você faltar com uma condição.-Respondeu.
-Qual?-Falou como se fizesse o negócio mais importante de sua vida.
-Você ir tomar café agora e depois ir pro banho.-"Negociou" com ela.
-Nem precisa pedir duas vezes.-Falou e JG riu.
-Tá melhor, baixinha?!-Perguntei pra ela.
-NÃO VOU TOMAR CAFÉ COM ELE AQUI.-Gritou me ignorando.
-Então vai tomar banho.-JG mandou.
-Para de me ignorar.-Falei da porta do quarto dela.
-Só depois que vocês forem.
-Fala comigo, Maria Eduarda.-Falei.
-Não me chama de Maria Eduarda.-Falou toda estressada.
-Pelo menos assim você fala comigo.-Revirou os olhos.
-HENRIQUE, VOCÊ VAI AGORA?!-JG gritou.
-NÃO, VOU DEPOIS.-Respondi, gritando.
-NÃO, ELE VAI AGORA.-Gritou, ignorando minha resposta.
-SE RESOLVAM.-Majú gritou pra ela.
-MAAJUU, NÃO ME DEIXA AQUI.-Ela gritou.
-SE RESOLVE COM ELE, MONAMOR.-E bateu a porta.
-Vai deixar eu falar?
-Tenho opção?
-Não, eles trancaram a gente aqui.-Sentei na cama.
-Então fala.-Foi indo pra cozinha, e eu atrás.
-Não sei como começar...
-Do começo é bom.-Debochou, se sentando em um dos banquinhos da mesa.
-Para, tá legal?-Ela assentiu, e eu continuei.-Bom, a um ano atrás eu cometi a burrada de te apostar.Com essa aposta eu te conquistei, ganhei sua confiança e acabei com tudo que tínhamos juntos...Você soube de tudo bem no dia que eu ia acabar com a aposta pra ficar contigo, pra ser feliz ao seu lado...-Respirei fundo.-Lembra do nosso primeiro beijo?-Perguntei á ela, e a mesma assentiu.Ri de leve antes de falar, lembrando da cena.-Sabe, Duda, eu sempre achei que aquilo de dar valor depois de perder fosse bobagem, mas hoje eu vejo que é a mais pura verdade.Não existe, nem vai existir, ALGUÉM como você.Sério, não quero te forçar a nada, nada mesmo.Só quero a tua amizade.Quero começar do zero, mostrar que eu mudei pra melhor e mostrar que eu sou o melhor pra ti.-Nesse momento, eu já tinha desabafado.Só queria a resposta dela...só isso.Nada de mais.
Ela ficou em silêncio, o quê me desesperou um pouco.

Amigo do meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora