-Você vai me devolver o moletom?-Henri perguntou.
-Lógico que não.-Me joguei no sofá.
-Por quê? -Se sentou ao meu lado.
-Porque não, ué!
-Entendo.
-Que bom.-Falei e ele sorriu.
-Vamo dormir?-Perguntou.
-Tenho que tomar o remédio pra não dá febre.-Falei me levantando.
-Okay.Vou deitar.
-Tá.-Fui pra cozinha.
Tomei o remédio e escovei os dentes pra deitar.
Peguei meu celular na mesinha de centro da sala e olhei.Tinha uma mensagem da minha mãe.
Mamãe ♡:"Filha, não esquece de pegar suas notas amanhã.Aí depois você pode curtir suas férias."
Eu:"Okaay"
Bloqueei o celular e fui deitar.
-Boa noite.-Henri falou e me deu um selinho.
-Boa.-Sorri e deitei.
Ficamos em silêncio.
-Henri!?-Chamei ele.
-Hm.
-Já tá dormindo?-Me sentei na cama.
-Tava.Por quê?
-Deita aqui.
-Aí?Com você?
-Não.Lá na sala com o Papa.
-O João me mata se ele me pegar aí amanhã de manhã.
-A gente tranca a porta.E outra, não vamos fazer nada...Só deitar e dormir.-Dei de ombros.
-Okay.-Falou e eu sorri.Ele levantou e trancou a porta.
-Boa noite.-Falei quando ele deitou.
-Boa.-Me puxou pro peito dele.
(...)
Acordei no outro dia as 10:30 e ainda tinha sono.
Olhei pro chão e a Gigi dormia mais.Olhei pro lado e o Henri também não tava lá.
Levantei, fui ao banheiro, fiz minhas higienes e tomei um banho.Coloquei um short jeans larguinho e um corped branquinho.
-Até que enfim.-Gigi falou assim que me viu.-Nem a Bela Adormecida dorme tanto assim.-Concluiu.
-A noite foi boa, hein!-Biel comentou, eu olhei pra ele com uma cara de "WTF?!" e o Henri me olhou e sorriu.-A porta tava trancada.-Ele falou sério.
-Ah sim!Foi perfeita.-Ironizei e ele me fuzilou.
-O que vocês fizeram lá?
-Dormimos!?-Arqueei uma sobrancelha.
-Com a porta trancada?
-Não.A gente transou.Uma transa muito gostosa com uma garota de cinco anos de idade no quarto.-Falei na lata, me sentei na bancada e a Gi e o Henrique me olharam assustados.
-O QUÊ?-O Biel gritou.
-Aiin!Não pira, tá legal!?A gente não fez nada além de dormir.Só trancamos a porta pra você não pirar.Mas não adiantou muito, né?!Mano, tu nem confia em mim...Já dei motivos pra desconfiar?Não.Então, NÃO PIRA.-Falei e fui pro quarto.
Alguns minutos depois alguém bateu na porta.
-QUE FOI?-Gritei.
-Quero falar com você.
-Eu não.
-Por favor?
-Não.
-Okay.-Saiu.
Cinco segundos depois, sim foram C-I-N-C-O S-E-G-U-N-D-O-S (eu contei), o Henrique bateu na porta.
-Dú?Deixa eu entrar.Por favor.
-Fala.-Falei assim que abri a porta.
-Tudo bem?
-Sim.-Sorri.
-Mesmo?
-Mesmo.Eu só...achei ruim ele não confiar nem em mim e nem em você.
-Relaxa.Ele só quer cuidar de ti.-Sentou na minha cama.-Depois do que eu fiz, nem eu confiaria em mim.-Completou.
-Mas eu confio em você e nele também.Por que ele não dá um desconto?Ele sabe que eu...-Parei de falar.
-Que você?
-Que eu...sou de confiança...É, isso.Que eu sou de confiança.-Sentei do lado dele.
Um silêncio se instalou ali.
-Posso falar com ela?-João perguntou pro Henrique.
-Pode.-Levantou, me deu um beijo no topo da cabeça e saiu.
-Desculpa, tá legal!?Você é como minha irmã mais nova e eu não queria brigar com você.Daqui uma semana você não vai mais morar comigo e isso meio que deixou estressado.Como é que eu vou cuidar de você com você longe?-Não falei nada.-Madú, não faz assim.Eu odeio brigar com você.Me responde, poxa.
-Eu também não gosto, mas você tem que confiar mais em mim e no Henrique.Você sabe que eu gosto dele de verdade e fica dando esses pitizinhos de ciúmes?!Porra, eu não vou fazer nada...Por mais que eu ache que ele é a pessoa certa, eu não me sinto pronta pra isso que você pensa.E sinceramente, dói saber que seu primo, quase irmão mais velho, não confia em ti.-Falei tudo sem derramar uma lágrima.QUE ORGULHO!
-Desculpa.É que eu sinto ciúmes.
-Ownt!Que gracinha.-Abraçei ele.
-Chega porque eu também tenho ciúmes e ele é só meu.-Majú chegou pulando entre a gente.
-Tá visitando muito o "Iludida.com", né, querida!?-Zoei ela.
-Demais.Melhor site.-Rimos.-Agora, sai daqui, vai jogar com o Ique ou brincar com a Gi que eu quero falar com ela.-Empurrou o Biel da cama, fazendo ele cair de bunda.
-Também te amo.-Biel falou levantando do chão.
-Obrigada.-Majú sorriu.
Ele saiu e fechou a porta.
-Vai.Pode perguntar.-Falei pra ela.
-Você ainda gosta do Henri?
-Ele que pediu pra perguntar?-Respondi com outra pergunta.
-Não, foi minha curiosidade mesmo.Responde.
-Sim.
-Ele é fofo com você?
-Sim.
-Onde vocês foram ontem?
-Primeiro a gente foi comer batata frita e hamburguer, depois andamos pela praia e depois fomos jogar basquete naquela quadra que você ficou com o João pela primeira vez.
-Se beijaram?
-Sim.
-Qual é a relação de vocês?
-Não sei.
-Como não sabe?
-Não sabendo!?-Arqueei uma sobrancelha.
-E a Gigi?
-Ah, ela é um amorzinho comigo.
-Sabia que é difícil ela gostar de alguma menina?
-Não.Comigo foi super de boa.
-Hm.
-Só isso?
-Por enquanto sim.-Falou e eu ri.-Mentira.Sabia que agora ele vai ficar no seu pé, né?
-Não me importo.
-Sério?
-Sério.
-Ah!Um aviso: fica longe, tipo loonge meesmo de um tal de Davi.Os meninos odeiam ele.
-Davi?
-É.
-Já ouvi uma conversa dos meninos falando esse nome mesmo.
-Bom está avisada.
-E você?Matou sua curiosidade?
-Sim.
Ficamos falando dos meninos até eu me lembrar que tinha que pegar minhas notas.
-JOÃO?
-Não grita.-Falou aparecendo.
-Me leva pra pegar minhas notas e o papel da transferência?-Ele sentou na minha cama.
-Vai com o Henri.-Majú falou.
-Tá com ciúmes, é?
-Lógico.Já viu as putas do seu colégio?
-Já.-Respondi.
-Então.-Falou e eu ri.
-HENRI?-Gritei.
-Diga.-Falou saindo do quarto do João.
-Me leva pra pegar minhas notas e o papel da transferência?
-Agora?
-É.
-Okay.
-Pera aê.-Calçei meu chinelo e peguei meu celular.
-Vem pra almoçar, okay!?-Maju "ordenou".
-Okay.-Falei saindo do meu quarto.-Só uma coisa: não transem na minha cama.-Pedi e a Majú ficou vermelha.
-Vamos, Dú?
-Vem Gigi.-Chamei ela.
-Onde?
-Ali com a gente.-Henri respondeu.
Descemos e fomos pra escola.
Era dia da recuperação paralela então muitos meninos estavam lá.
Chegamos lá e o Henri apertou minha mão e fez uma cara feia.
-DUUDAA!-Uma gazela gritou e me agarrou.
-Ooii.-Falei e o Henri coçou a garganta.
-Quem é o bofe?-Marcos perguntou.
Sim, ele é gay.
-Henrique esse é o Marcos, Marcos esse é o Henrique.
-Ah!O famoso Henri?-Filho de uma puta.
-Famoso?-Henri perguntou.
-É.Famoso.-Fuzilei a minha bixinha.
-Cala a boca, Marcos.Vamos, Henri.
-Que foi, perua?-Marcos fez a cara mais cínica desse mundo.
-Nada.
-Certeza?
-Não.Eu vou te matar, sua bixa louca.-Falei.-Me aguarde.-Puxei o Henri pra secretária.
-Dá próxima vez vem de calça.-O Henri falou olhando pro Caio.O galinha (mais lindo) da escola.
-E você da próxima nem vai vir.-Falei encarando um grupinho de puta lá.
-Ciúmes?-Perguntou, pegando a Gigi no colo.
-Longe de mim, querido.
-Elas podem olhar a vontade.Eu sou só de uma mesmo.-Me encarou.
-Hm.Legal!
-Em que posso ajudar?-Cléo perguntou.A Cléo trabalhava lá na escola e era super de boa.
-Vim pegar minhas notas e o papel de transferência, Cléo.
-Ah sim!Seu pai ligou pedindo uma via das suas notas e a transferência já foi mandada para o outro colégio.-Falou me entregando o boletim.
-Obrigada.-Peguei e saimos de lá.
-Nossa, amiga!Quem é o gato?-Uma putinha veio perguntar.
-Henri.Prazer.-Falou pra ela com uma cara muito safada.
-Prazer é só na cama.-Falou enrolando uma mecha de cabelo no dedo.
"Ah, sua puta!!!!Daqui a pouco tu tá sem essa mecha", pensei.
-Prazer vai ser a minha mão na tua cara.-Falei e puxei o Henri.
-Calma aê, gatinha.
-Cala a boca, Henrique.
-Okay.Vou passar lá em casa pra deixar a Gi Tudo bem?
-Tudo.-Falei seca.
Fomos pra casa dele e descemos.
-Oi, queridos.-Marcia falou.
-Oi, tia.-Gigi falou.
-Oi.Minha mãe ligou?-Henri perguntou.
-Não, porque eu já estou aqui.-Uma moça falou descendo as escadas.
-MAMÃE.-Gigi gritou e pulou nela.
-Quem é ela, Henrique?-Se refiriu a mim.
-Ela é a Duda.-Sorri pra ela.
-A famosa Duda?Prima do João?
-Famosa, não.Prima do João, sim.-Sorri.
-Prazer, Jéssica.O Henri fala muito bem de você.-Falou e o Henrique ficou vermelho.
-Prazer.-Falei tímida.
-Vamos almoçar?-Marcia perguntou.
-Obrigada, mas eu combinei de almoçar com o João e a Majú.-Sorri.
-Eu te levo.-Henri falou.
-Não precisa.Eu pego um táxi.
-Que isso?-Jéssica perguntou.-Leva ela, Henrique.E a noite vocês dois vem jantar aqui comigo.-Sorriu.
-Não, não.Não quero incomodar.
-Te ter aqui não vai ser encomodo, querida.
-Tia?-A mesma moça daquele dia desceu as escadas.
Na hora que viram ela, Henrique e Gi fecharam a cara.
Ela me mediu com os olhos e fez uma cara de nojo.Eu, coloquei meu sorriso mais falso no rosto.
-Oi, querida?
-Oioi.-Ela falou e ninguém a respondeu.
-Vamos, Dú?-Henri perguntou pegando a minha mão.
-Claro.Foi um prazer conhecer a senhora, dona Jéssica.
-O prazer foi todo meu.-Sorriu.-Voltem para o jantar.
-Tchau, mãe.-Henri me puxou.
Entramos no carro em silêncio e fomos em silêncio.Até o Henri quebrá-lo, assim que paramos no sinaleiro.
-Desculpa pelo ocorrido lá na escola?-Me olhou.
-Por quê?Não temos nada, não é mesmo?-Ironizei.
-Para de ironia.-Pediu.-Sério, desculpa.Eu faço tudo errado.
-Não faz não.-Falei e ele sorriu.
-Estou desculpado?
-Em partes.-Falei.
-Assim que a gente descer do carro você vai me desculpar.-Falou.
-Sei não, hein.-Liguei o rádio.
Tava tocando "Amnesia-5 Seconds Off Summer".Começei a cantar baixinho e ele só me olhava.
-Para de me olhar assim.-Pedi, começando a ficar vermelha.
-Não consigo.
-Idiota!-Falei.
-Linda!-Retrucou.
-Obeso!
-Gostosa!-Falou com um sorriso de lado.
-Retardado!
-Gata!
-Trouxa!
-Por você!-Falou sorrindo.
-Afê!!Eu tô te chingando e você vem todo fofo.-Bufei.
-Lógico.
-Besta!
-Pode começar?-Perguntou.
-Não.Você vai vim todo fofo.
-Okay.-Riu.
Chegamos no estacionamento do apê do João e descemos.
-Vem cá.-Me chamou.
-O que você vai fazer?
-Vem aqui ou eu vou aí.-Ele se aproximou e eu me afastei.
-Para, Henri.Não começa.
-Não fiz nada.-Pegou minha cintura.
Por estar de corped, a mão dele entrou em contato com a minha pele.Um choque percorreu todo meu corpo e eu me arrepiei.
Ele me puxou mais pra perto e com uma das mãos tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.Levou essa mesma mão até minha nuca e se aproximou.Ele selou nossos lábios.Passei meus braços na cintura dele e deixei ele guiar.Nossas línguas dançavam em uma sintonia perfeita.Mordi o lábio inferior dele e puxei devagar, ele sorriu e finalizou com um selinho.
-E agora?Estou desculpado?
-Acho que sim.-Sorri e ele também.
-Vem.Vamos.-Pegou minha mão e me guiou pra escada.
-Não, escada não.-Falei e ele apontou pro elevador.
"ELEVADOR ESTRAGADO"
Revirei os olhos e ele riu.
