ANGÚSTIA

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Acordou nos braços dela. A cabeça em seu colo enquanto ela o embalava sussurrando palavras de conforto. A dor daquele pesadelo ainda comprimindo seu peito. Se sentiu perdido quando não soube onde estavam, não reconhecendo de imediato o quarto do apartamento.

— eu matei você princesa, eu matei todo mundo. — conseguiu dizer entre soluços.

— foi só um pesadelo Gatinho. Eu estou aqui. Vou estar sempre aqui. — sussurrou enquanto o embalava.

Mas a dor de saber aquilo era muito grande. Entendia porque ela tinha guardado segredo tantos anos. Aquele Adrien de 3 anos atrás não aguentaria saber, ele teria se quebrado, tinha quebrado por muito menos.

Somente então entendeu o quanto Marinette era forte. Ele tinha destruído tudo, inclusive ela, e ela lutou contra ChatNoir, e o venceu. Ela consertou tudo. Ela viu aquele inferno e desfez tudo que ele causou. E estava inteira no dia seguinte na escola. Nunca deixou transparecer tudo o que acontecia, nem para ele, que era seu parceiro.

Ela tinha 15 anos quando aquilo aconteceu e aguentou tudo sozinha. Quantos pesadelos ela já tinha tido com ele? E agora era ela que o consolava.

Doía saber que antes também só se voltara para Mari ao descobrir que era LadyBug, preferia pensar que fora a declaração dela, não a identidade secreta, que despertou aquele amor pela amiga. Somente pensar naquilo o deixava envergonhado, o que só piorava o mal estar pelo sonho terrível.

Afastou a cabeça do colo acolhedor, voltando para o travesseiro e ficando de costas para ela quando as lágrimas voltaram a escorrer, sem os soluços, apenas lágrimas silenciosas e aquele aperto no peito.

Os braços de Marinette envolveram-no e as mãos acariciaram seus cabelos, até que o nó em sua garganta se desfizesse e conseguisse respirar novamente. Ela estava ali. Sabia do perigo e estava com ele.

Deitou as costas na cama e se empurrou para cima, sentando apoiado na parede. Puxou a namorada para seu colo para que pudesse olhá-la.

— desculpe por isso. Só me assusta demais que possa ter machucado você. Você é tudo que importa na minha vida.

— não se preocupe, eu vou te proteger, não vou deixar aquilo acontecer novamente.

Seus lábios eram macios e carinhosos, e tocaram os lábios dele com cuidado, em selares demorados, depois percorreram o caminho salgado de suas lágrimas, como se ao removê-las também removesse sua dor.

Encostou a cabeça em seu pescoço e o abraçou forte, comprimindo os seios nus no peito dele, e Adrien se sentiu idiota pelo volume se adensando entre as pernas.

O beijou com carinho, as mãos macias segurando seu rosto e aos poucos colocou a língua em sua boca, sem urgência nenhuma, mas como se buscasse mais intimidade.

Talvez ela tivesse notado o volume, ou talvez fosse essa a intimidade que buscava, deslizou delicadamente sobre seu membro enquanto o beijava naquele mesmo ritmo, calmo e doce, quase preguiçoso.

Encostou a testa na dele antes de fazê-lo deslizar para dentro de si, sem o auxílio das mãos, que seguravam seu rosto enquanto o fitava nos olhos. Arfou silenciosamente ao recebê-lo.

Mari apertou as pernas em sua cintura, e os braços percorreram os músculos fortes de suas costas, sem quebrar o contato dos olhos azuis nos seus verdes. Se movendo lentamente sobre ele, como se reivindicasse para si tanto sua dor quanto seu prazer.

E a forma como fez amor com ele foi como se o estivesse encantando, como uma magia que levava todo seu sofrimento e deixava apenas ela.

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