vida ativa

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POV BACK

O dia acabara de amanhancer, e já estou de pé pronta e devidamente banhada, de dentes escovados e vestida para ir abrir a loja.
Preparo as torradas do café, vou botar ração para meu cachorro bonbon que está dormindo de barriguinha pra cima, faço um carinho ali e dou um sorriso pro dog preguiçoso.
Ao notar meu celular despertar 6:30 exatos, eu abro o aplicativo do Uber e peço um carro para chegar ao local de trabalho que apesar de eu ser somente uma vendedora, minha chefe Nam confiou as chaves comigo desde que notou que eu sempre chegava mais cedo que a própria.

Um hábito bom e ao mesmo tempo preocupante sobre mim, é que eu preciso me sentir melhor em tudo que faço, quando o resultado é inferior a minha expectativa, eu sempre dou um jeito de melhorar o mais rápido possível. Eu acho que meu cérebro criou essa mania para tentar aliviar a sucessão de erros que foi minha vida desde que eu nasci.

Chegando na loja, como sempre, 5 minutos antes das 7:00, eu abro a abro, ligo o computador e faço login da minha hora de chegada. Geralmente as outras 4 funcionárias, Irin, Noey, Nita e Cheer sempre chegam um pouquinho atrasada. No começo inclusive, Nita teve uma richa comigo quando Nam começou a reconhecer meus esforços e então sempre que eu chegava essa hora, ela chegava 10 minutos antes, e isso durou meses até ela perceber que eu não ia dá bola pra aquele tipo de comportamento imaturo e que, apesar de não ir com a cara dela, eu iria suportar e ignorar porquê eu sabia que não valeria a pena retrucar. Não é que eu não estivesse numa competição com ela como ela pensava, eu gosto sim de ser valorizada por meus méritos, mas simplesmente não ia valorizar o esforço dela de tentar me menosprezar. A frieza costuma ser minha arma mais dura pra lidar com pessoas que eu não tenho simpatia ou me mostram ser algum tipo de ameaça.

Mas tudo isso foi reduzindo com o tempo e hoje em dia eu e Nita somos apenas colegas indiferentes.

Irin por outro lado, sempre foi gentil comigo, me mostrou como tudo funciona desde o começo e mesmo eu sendo um pouco relutante por não gostar exatamente de ser sociável, sempre tentei ser gentil e educada ao máximo com ela pra não causar nenhum desconforto.

Já no caso de Noey, eu tinha quase a mesma conduta que tinha com Irin, só que um pouco mais relutante. Não é que eu não gostasse, é só pela minha dificuldade de ser sociável, como falei.

Com Cheer não é muito diferente com Nita, na questão pessoal das nossas personalidades, ela costuma ser incoveniente, mas não chega a atrapalhar o lado profissional como Nita o fez.

Irin foi a primeira a chegar depois de mim - bom dia, Beck -sorriu simpática
- bom dia, Irin - tentei responder no mesmo sorriso.
- os balanços de valores da loja estão estáveis ? - perguntou já sabendo a resposta, mas notei que queria puxar assunto como sempre.
- Sim, Irin. Continuam no mesmo nível. - respondi novamente com um sorriso gentil.
- que bom porquê Noey pegou seu tempo se férias, seremos só nós 3 pra darmos conta.
- ok, Irin. Daremos conta, não se preocupe.
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O resto da manhã foi tranquilo. Sai da loja e fui à praça de alimentação do shopping almoçar par em seguida ir à faculdade de psicologia que eu havia retornado depois de ter trancado o curso para se dedicar ao trabalho com mais precisão, não queria depender tanto do dinheiro dos meus pais.

Chegando em casa a situação era sempre a mesma, minha mão meio deprimida com os problemas pessoais dela que ela mantia quatro chaves dentro de si mesmo ou do quarto que ela quase não saia de dia, e meu irmão mais novo chegando da escola de novo chorando por causa da namorada. Aquilo tinha virado rotina.

Por sorte eu tinha meu namorado que era ótimo e acabara de ligar pra saber como estou.
- oi vida- respondi contente
- oi amor, como foi seu dia ?
- normal e o seu ?
- você sabe, escola né, o de sempre.
-sei... Então, amor. Vou preparar algo pra levar a faculdade já que fui aceita de novo. Te ligo quando chegar lá, beijos.
- beijinhos, te amo.
- também

Derick estava terminando o último ano do ensino médio, ele era 1 ano mais novo que eu. Enquanto eu tinha 19 anos, ele tinha 18. Podia dizer que ele era meu porto seguro, sempre tentava está comigo, até mesmo quando eu passava dos limites. Eu não sei exatamente se isso se chamava amor, mas eu tinha na cabeça a convicção que era com ele que eu queria viver minha vida e formar minha família. Já tive muitos relacionamentos fracassados, partes por minha culpa, confesso. Mas Derick sempre era calmo e me enchia de Esperança.

Sempre tive medo de ser abandonada por meu jeito difícil, mas ele dava sinais que passaria por tudo para está comigo e só isso me tranquilizava bastante.

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