cap.008; onde estava você?

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Amadahy estava encolhida em um canto da cela de Appa, o vento fresco que batia em seu corpo a fazia ter um dos mais belos sonhos de toda a sua vida, dormir ao ar livre era totalmente diferente de dormir em um quarto no navio da nação do fogo.

- Ela não pode ficar, Aang. _ Katara balbuciou. - Ela não é uma de nós.

- Katara! _ Sokka, pela primeira vez, se pronunciou. - Não pode dizer essas coisas.

- Só fala isso porque com toda certeza teve uma queda por ela. _ rebateu.

- Eu falo isso porque Aang confia nela. _ Sokka respondeu. - E eu também. Ela não é do mal, ela nem se lembra de quem é.

- Ou esta mentindo sobre isso. _ Karata respondeu. - Aang?

- Ela fica! _ respondeu. - Ela fica ou eu vou embora com ela. _ se sentou perto de Amadahy, os braços cruzados sob o peito como uma criança que não ganhou o doce.

Katara rolou os olhos para a birra feita pelo grande avatar.

- Eles estão conectados, Katara. _ Sokka tocou o ombro de sua irmã. - Não tem nada que você ou eu possamos fazer. É como a nossa conexão... forte, como irmãos.

- Ou amantes. _ rolou os olhos. - Tanto faz ela ficar ou não, eu não ligo desde que ela não fique no meu caminho.

- Não seja rancorosa. _ Sokka a cutucou suavemente. - Esse ciúmes vai passar.

- Não estou com ciúmes. _ o empurrou.

- Claro, e eu não sou o seu irmão.

Katara encarou Aang com o canto dos olhos, o modo como ele cobria Amadahy com o manto que ele sempre usava, o modo como ele cantarolou para ela uma canção de ninar que a fez virar e o encarar com aqueles lindos olhos ao qual Katara morreria para ter. Os olhos do ethereal era uma das cores mais vívidas e mais belas de todas que a garota da tribo da água já presenciou, não era a toa que, talvez, Aang tivesse se apaixonado por Amadahy anos atrás, assim como ele poderia ter se apaixonado novamente por ela.
Amadahy era passional, digna de uma beleza teatral, com os mais belos olhos violetas, com a pele em um tom carmesim, nem tão branca e não tão negra, era como uma indigena oriental, Karata imaginava que aquele devia ter a beleza de todos os ethereais que já vieram no mundo. Belos, pacíficos, e com a voz de veludo que Katara tanto almejava.
Amadahy era tudo o que Katara sempre sonhou em ser... poderosa.

Já Amadahy almejava por tudo o que Katara era.
Eles viajaram durante uma semana juntos, e a menina da tribo da água sequer tinha falado duas palavras com ela, algo que a fez se questionar o que tinha feito de errado para a jovem. Katara era forte, com os mais belos olhos azuis oceânicos, com o dom da água que ela podia controlar - embora não muita prática -, com a voz de uma líder nata e com a garra que fazia todos obedecerem.
Katara tinha qualidades que - embora ela mesma não via em si - Amadahy as colecionava com carinho para, um dia, quem sabia, dizer para a menina.

[...]

- Ela não gosta de mim. _ Amadahy balbuciou para Sokka em confidencia. - Sua irmã.

- Katara é assim mesmo, você se acostuma. _ o menino respondeu.
Eles coletavam castanhas para o jantar, algo que somente Sokka fazia desde que Amadahy estava fazendo uma coroa com as flores que achava no caminho, o garoto não reclamava sobre isso.

- Por que ela não gosta de mim? _ quis saber.

- Porque ela gosta do Aang.

- Romanticamente?

- Sim.

- Interessante. _ finalizou a coroa. - Eu não gosto de Aang... romanticamente.

Sokka parou a sua pequena caça por castanhas e a encarou por cima do ombro, ele analisou a mesma que estava fissurada na coroa de flores. Amadahy não era só poderosa, ela era inocente, e tamanho poder nas mãos de uma pessoa tão inocente poderia acarretar em grandes desastres.

– Bem, está ficando tarde. _ o garoto falou. - Vamos até onde eles acamparam e depois decidimos aonde vamos.

– Boa ideia, Sokka. _ sorriu para o mesmo. - Vamos!

  Inocência.
Foi tudo o que Sokka pôde notar enquanto ela se distanciava dele.

[MUNDO ESPIRITUAL]

  Era como um sonho confuso, Amadahy estava junto de Aang e os irmãos e no minuto seguinte ela não estava mais lá. Na verdade ela havia voltado para o mesmo local que esteve por séculos e séculos. O mundo inverso era real, ele era algo útil para poderem entender o que faziam naquele módulo espiritual.
  Amadahy caminhou por entre as árvores destruídas, por entre troncos caídos, flores mortas e um passado distante do que um dia fora uma linda floresta.

– Quem tem medo do lobo mau, lobo mau… lobo mau. _ cantarolou, sua voz soando como um canto profundo e cheio de ecos. - Eu não tenho medo… não tenho medo… como eu posso sobreviver?

– Amadahy? _ uma voz soou profunda na escuridão, a garota se virou, os olhos encarando a enorme escuridão.

– Olá? _ chamou.

– Amma! _ a voz de Aang soou mais clara, a garota o viu correr até ela.

– Aang! _ sorriu para o jovem garoto. - Onde estamos? Digo… sei que é o mundo espiritual, mas .. onde?

– Não lembra?

– Lembrar do que? _ sorriu para o menino. - Devo lembrar de algo?

– É isso. _ balbuciou. - Toda vez que você fica presa aqui… você esquece. Estávamos juntos, na vila, com Katara e Sokka.

– Quem? _ riu. - Aang, não é hora de brincar de adivinha. Temos que voltar pro templo do ar.

– Não. _ negou. - Temos que ir até o templo do fogo. Eu preciso falar com Roku.

– O avatar antes de mim. _ exclamou. - Vamos! Temos que ir.

– Eu não quero. _ deu um passo pra trás. - Eu gosto daqui.

– Amma?

– Eu gosto de ficar aqui, é como em casa… confortável.

– Temos que ir, Alma.

– NÃO!

O ar ficou rarefeito, era como se Amadahy tivesse sugando todo o ar do mundo espiritual, como se ela estivesse sufocando Aang.

– Você não pode ficar, Amma.

– Não me chame assim. _ negou. - Você perdeu seu direito.

– Ficou confortável demais… é perigoso.

– Você não sabe nada de mim. _ o encarou com os olhos em veneno. - Você não estava lá.

– O que?

– No início de tudo… você fugiu como um neném. _ se afastou do menino. - Você fugiu sem olhar pra trás… onde estava você quando te chamei Aang? Onde estava quando eu morri?









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passos de neném, eu tô aprendendo ainda.
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𝗘𝗧𝗛𝗘𝗥𝗘𝗔𝗟 ; zuko ( Cancelada )Onde histórias criam vida. Descubra agora