XII

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S/N

A raiva pulsava através do meu corpo enquanto agarro minha bolsa com força e atravesso o estacionamento do restaurante em direção ao Uber. Não posso acreditar que Sarah me convidou pra almoçar com aquela vadia.

Quando eu era mais nova, ela sempre fazia alguns comentários, mas nunca pensei que ela teria coragem de falar comigo do jeito que ela fala hoje.

- Para a avenida Brickell? - O motorista perguntou, olhando para o aplicativo para verificar meu destino. 

- Sim por favor. Se você chegar lá rápido, dou uma boa gorjeta.

Mal posso esperar para chegar lá e contar o que aconteceu pra Joel. Normalmente eu não faria isso, mas Sarah estava jogando um jogo perigoso envolvendo a mãe.

E claro, a garota que elas estão tentando encontrar sou eu.

Percorrendo o telefone, abro minha conversa com Joel.

"Você ainda está no trabalho?"

Assim que foi enviado, vi os pontos aparecerem, isso me fez sorrir.

"Sim, mas saindo em breve. O que aconteceu?"

"Estou a caminho. Não saia ainda."

Respondo, enquanto uma respiração pesada escapava.

O que estou prestes a fazer vai contra tudo o que disse que não faria. Nunca quis me envolver tanto, talvez eu devesse entrar lá e acabar com tudo isso.

Mas, no fundo, eu sei não consigo. Não consigo parar de me sentir assim. Faz anos que não sinto esse tipo de libertação, e só ele é capaz de fazer eu me sentir assim.

Ele ocupou todos os meus pensamentos, até os meus sonhos ele ocupou.

Quando o Uber parou do lado de fora do escritório, respiro fundo e entro sem hesitar. As recepcionistas nem pestanejaram quando eu passei.

Uma respiração pesada escapou dos meus lábios enquanto minhas mãos se moviam, esperando que os números chegassem ao andar dele. As portas se abrem lentamente e, eu me deparo com os olhos escuros que adoro.

Vestido com seu o típico terno e com as mãos nos bolsos, queria cair de joelhos diante dele.

- Bem, oi querida - Ele fala em um tom profundo e sensual - Nos encontramos de novo.

Porra.

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- Então, você está me dizendo que Sarah levou você pra almoçar com a mãe dela?

Nos últimos vinte minutos, repassei tudo o que aconteceu e estava ficando impaciente com as perguntas constantes dele.

- Sim, e vamos supor que ela não gosta nem um pouco de mim. Eu tinha esquecido o quão vadia ela é - Balbucio, cruzando os braços sobre o peito e me reclinando na cadeira do escritório dele.

- O que ela disse que ia fazer? - Ele perguntou, se virando da janela pra mim com curiosidade.

- Ela não falou muito - Suspiro - Só que ela era a única que poderia ter você, e que ela não gostou do que Sarah estava dizendo a ela. Ela ainda teve a pachorra de perguntar se era eu...

Quando ele levantou uma sobrancelha, um sorriso se espalhou pelo meu rosto. 

- Você disse a ela que era você?

- Não, claro que não! - Exclamo em choque - Eu disse que não quero que Sarah saiba. Só vai causar complicações, e ela e eu somos amigas há anos.

- Uma amiga que parece não dar a mínima pra você e só te usa quando é conveniente?

Summer Submission - Imagine Joel MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora