Capítulo 2

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Todas as lembranças são bem-vindas para alguns. Nem todos apreciam recordar ou as direções para onde a imaginação pode levá-los. Para alguns, os sonhos vividos não passam de meras fantasias, todavia, e se representarem algo mais profundo? E se forem a chave para escapar de uma prisão emocional? Ou quem sabe sejam apenas uma maldição, um lembrete constante da própria incapacidade de salvar aqueles que ama. Aprisionado em um ciclo interminável de pesadelos, sua mente torturada parecia condenada a reviver a mesma interminável visão, como se fosse um castigo torturante.

Um vasto campo se estendia diante de Zadie, seus longos talos de trigo balançando suavemente ao sabor do vento, criando uma melodia suave e reconfortante. Era um campo que ela conhecia bem, que representava sua infância e sua juventude. No centro desse campo, em meio à imensidão dourada, estava Zadie. Ela podia sentir claramente a casa simples onde morava com sua família adotiva ao longe, no horizonte. Era uma casa modesta, mas cheia de amor e felicidade.

Ao se virar para trás, Zadie sentiu a casa distanciando-se rapidamente, desaparecendo gradualmente à medida que ela corria em sua direção. Cada passo que dava em direção à casa a empurrava mais para longe, como se estivesse presa em um ciclo interminável de busca e distância. A sensação de desespero começou a crescer dentro dela conforme a casa se desvanecia diante de seus sentidos, deixando-a perdida no meio do campo vasto e silencioso.

"Onde estou?", Zadie se perguntou, as lágrimas começando a embaçar sua visão.

Ela sentiu-se sozinha e desorientada, incapaz de encontrar um caminho de volta para casa. Foi então que avistou duas silhuetas distantes no campo, parecendo familiares e reconfortantes. Eram seus pais, aqueles que ela perdera tão prematuramente. Seu coração acelerou de esperança e emoção ao vê-los, e ela correu em direção a eles, sentindo o peso da saudade e da perda em cada passo.

À medida que se aproximava das figuras amorosas de seus pais, Zadie percebeu que sua própria imagem estava mudando. Ao se aproximar, ela rejuvenesceu, tornando-se uma criança. Seu corpo ganhava contornos menos maduros e infantis à medida que se aproximava lentamente, sua mente e sua alma retrocediam no tempo, regressando a uma época de inocência e alegria perdidas. Cada passo em direção aos pais representava não apenas a busca por sua presença reconfortante, mas também a esperança de recuperar a pureza e a simplicidade da infância que havia perdido.

— Papai, mamãe! — Ela gritou, com a voz embargada pelo choro, as palavras travadas na garganta. Lançou-se nos braços deles, sentindo a lacuna em seu coração finalmente se preencher com o abraço tão esperado. Aconchegada entre os dois, podia sentir o pulsar do amor que jamais se apagou.

Eles a envolveram com ternura, sussurrando palavras de conforto e saudade em seus ouvidos, acalmando sua alma dilacerada.

— Nossa amada Zadie. — Disseram, em um murmúrio carregado de tristeza e amor. — Saiba que te amamos mais do que as palavras podem expressar. Tudo o que fizemos, mesmo na nossa ausência, foi pensando em você.

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