Self Control

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Aquela voz, grossa que exalava autoridade sobre tudo e todas coisas que possuía o total controle me fizeram tremer.

As pancadas frenéticas na madeira me deixavam nervoso ao pensar que somente ela nos mantinha separados naquele momento e o quanto eu me sentia confuso se deveria abrir e correr para seus braços ou me manter em silêncio dentro daquela casa.

- Jiminie... Por favor, sou eu... - Posso sentir a dor em sua voz tremula e machucada como eu estava. - Por favor abre a porta.

Não posso. Porque se eu abrir e olhar pra você, vou querer te abraçar e te beijar, voltaremos onde paramos e a Eun vai acabar com a gente e tudo o que menos quero é te ver por anos atrás daquelas grades.

Eu mereço elas Jeon, você quem cometeu coisas horríveis mas fui eu quem aceitou e escondi seu passado sombrio dessa cidade. Fui eu quem escondeu o rosto do verdadeiro assassino de pessoas amáveis em cada uma daquelas famílias.

- Doce anjo... Eu estou aqui, parado em sua porta... - A voz embargava. - O que aconteceu amor, o que fez você sentir tanto medo para fugir até mesmo de mim?

Por favor, não me obrigue a fazer isso Jeon. Não me obrigue...

As lágrimas escorriam por meu rosto conforme eu me sentava no chão ao lado da porta abraçando os joelhos vendo a mesa bagunçada com todos aqueles dados.

- Prometemos um ao outro que nunca mais haveria mentiras entre nós, sem segredos, se lembra? - Acrescentou fungando. - Não me afaste de você desse jeito, não me ame como fez naquela noite e me abandone sem dizer uma palavra Park. Não ouse fazer isso..

Cobri o rosto com as mãos soluçando alto, me pegando de surpresa e claramente você também, porque o silêncio em sua voz foi a confirmação de que eu estava ali.

- Você está aí não é? - Meu choro cessa enquanto limpo os lábios. - Posso ouvir seu choro perto da porta. - Tocou a madeira. - Park, meu amor, me deixe entrar... Me deixa cuidar de você.

Me levantei no chão arrumando a camisa regata sob meu corpo, ficava tão grande que cobria metade das minhas coxas. Me aproximei da porta e a toquei.

- Jiminie... - Fecho meus olhos tentando achar uma saída, uma saída para nós, mas tudo sempre levava à ela ou Hajun. - Vamos vencer isso, eu prometo. Eu prometo mas me deixe entrar e podemos conversar.

Mas meu silêncio somente o fez suspirar pela última vez antes de se afastar da porta e dizer:

- Ok. Se prefere que isso termine desse jeito, vou respeitar sua escolha, não vou te julgar. - Dizia mesmo com tanto medo. - Eu virei as costas pra você quando estendeu suas mãos então... Eu entendo se quiser fugir disso tudo. Está tudo bem Jimin.

Não conseguia piscar, refletia sobre suas palavras, mas não ousei mexer um músculo.

- Eu vou embora agora, só... Mantenha-se bem alimentado, não fique descalço, e se agasalhe bem. Vai chover e o tempo vai ficar mais frio. - Consigo imaginar seus olhos tristes ao dar os passos para trás, saindo da varanda.

Merda, merda. Jungkook não vai, fica. FICA! Por favor fica, eu preciso de você, por favor me perdoa.

Maldita Eun, eu não quero estar longe, não!

Com tudo brigando dentro de mim, meu coração saltando dentro do peito o vendo caminhar em direção ao carro imaginando que poderia ser a última vez, me fizeram destrancar aquela maldita porta e correr para fora o vendo abrir a porta do carro.

- JUNGKOOK! - Grito em súplica com lágrimas nos olhos. Somente por gritá-lo eu senti como se tudo estivesse se esvaindo de dentro de mim. Todo o peso e culpa, mas quando parou e olhou para trás, foi como se outra vez eu conseguia ver uma esperança para nós.

𝐈 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐖𝐀𝐍𝐓 𝐘𝐎𝐔 | 𝐩𝐣𝐦+𝐣𝐣𝐤 - 2°𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐝𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora