Conhecido por sua astúcia inigualável e sua predileção por trapaças, o deus nórdico Loki ultrapassa todos os limites ao tentar enganar mais uma vez seu pai, o todo-poderoso Odin.
Contudo, o castigo que recebe não corresponde às suas expectativas. Ag...
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— Isso meu filho! — Comemoro batendo em minha perna. — Heimdall, está vendo homem! — Lhe dou um empurrão.
— Sim, senhor. — O homem diz timidamente.
Decido que chega, não quero ver meu filho se deitando com a humana, seria traumático e estranho até mesmo para mim.
Sentado aqui na sala do trono e com ajuda de Heimdall, fico de olho naqueles dois em Midgard, sorrio contente, finalmente contente.
Falta pouco, o destino de ambos será ligado finalmente.
— Porque está sorrindo? — Minha linda esposa entra na sala encarando-me desconfiada.
— Sabe muito bem esposa. — Respondo sorridente.
— Ele ficará zangado quando descobrir a verdade. — Ela me avisa.
Dou de ombros, Loki sempre fica com raiva de mim, pelo menos agora sei que ficará sendo finalmente feliz. Eu admito, não fui o pai que ele sonhou. Tentei, mas tudo que fiz pareceu só afastar meu filho de mim.
Ter Thor como filho foi fácil, ele sempre foi fácil de lidar, de agradar. Só que meu pequeno travesso Loki, sempre foi complexo, de um jeito único, mesmo quando zangado, não podia ficar com raiva de verdade dele. Loki foi o filho que escolhi com o meu coração, laços sanguíneos não foram o bastante para não amá-lo.
Fui duro, pois mesmo querendo o melhor para ele, querendo que ele se tornasse um Deus digno do nosso povo, acabei sendo rígido demais, achando que era o certo a se fazer.
Meu medo sempre foi que o ódio obscuro dentro do meu filho, se tornasse algo maior do que ele, lhe tornasse o monstro que todos achavam que ele seria. Eu temi isso há 25 anos, eu estava distraído, pensando no que eu poderia fazer para dar a felicidade que meu filho nunca sentiu em todos os últimos milênios, algo que pudesse mudá-lo e trazer o seu melhor a tona.
No fundo eu sempre soube que meu filho era bom, ele só precisava de algo para mostrar o caminho certo. Então de modo imprevisível fui até Heindall, e vi, assim como ele, a pequena humana sendo jogada fora pelos próprios pais, porque ela não era como todos os outros.
Uma ideia se passou por minha cabeça, parecia tolo até para mim mesmo, contudo, eu, Odin, fui impulsivo pela primeira vez em toda minha existência. Tomei a forma de uma padre e quando peguei a pequena humana em meus braços, senti uma ternura inigualável por ela, assim como senti quando achei meu filho, Loki.
Comecei então a proteger a humana, Anna, fui eu que lhe dei esse nome. A ensinei tudo, ensinei a se defender, a saber viver uma vida normal, apesar de todas as suas limitações, cuidei e protegi a minha menina, até que um dia, não consegui protegê-la de algo que quase destruiu seu benevolente coração e me culpo até hoje por isso.
Meus problemas com meu filho tomaram todo meu tempo, toda a minha atenção. Na época cheguei a ficar com raiva de Loki. Eu estava decepcionado com suas atitudes, com a maneira que ele estava vivendo a sua própria vida, em meio a prostitutas, amigos aproveitadores, que só queriam lhe arrancar coisas, pessoas que estavam ao seu lado por ele ser filho de quem é.
