Cartas: pequenos sóis e tempestades

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Oi, M.

Decidi escrever esta carta, pois eu sinto que não consigo entender pontos: meus, seus e nossos. Isso tudo é muito estranho para mim.

Nossa amizade acabou por conta do nosso afastamento em fevereiro/março. Me afastar de você não era algo que eu queria; eu tinha um carinho enorme por você como ser humano e meu amigo, porém, você e eu nunca conversamos sobre o nosso fim. A falta de comunicação nos matou.

Fui tão egoísta como você estava sendo comigo na época, as suas atitudes egoístas me irritaram e, por isso, eu parei de te chamar. Mas por que estou dizendo que fui tão egoísta quanto você? Pois como você se desculparia se não sabia do seu erro?

Nós dois erramos. É verdade.

Apesar disso, eu gostaria que você soubesse o porque eu decidi ir embora, porém, como nem dissermos nosso último adeus, deixo aqui meus relatos e minhas rasas palavras.

Vamos voltar para 1 ano atrás: 2022

Eu e você fomos mais próximos do que nunca em algumas épocas, enquanto em outras, fomos apenas estranhos um para o ouro. Várias coisas aconteceram nesse meio tempo: paixão, um pedido de namoro, outro quase pedido de namoro, brigas etc.

Sabe, eu nunca deixei de gostar de você. Deve ser por isso que eu era a única que te procurava quando nos afastávamos. Com os olhos de hoje eu me questiono se você chegou a gostar de mim verdadeiramente ao menos uma vez. Quando paro para pensar em nossa relação passada, isso não faz sentido.

Eu era a que mais se doava, eu era quem corria atrás sempre, eu era a que se preocupava com você, eu fui a que voltou para a estaca zero todas as vezes. Enquanto você? Você nunca fez um terço do que eu fiz por nós.

Vou entrar nesse ponto, pois ele trás mais sentido para mim ao pensar nisso. Olha, eu sinto muito por ter quebrado seu coração. Eu sinto muito por ter te iludido com falsas esperanças, e eu sinto muito por ter beijado você em novembro, mesmo estando consciente que haviam segundas intenções da sua parte comigo.

Eu brinquei com seus sentimentos. Errei. Você não sabia que, naquele tempo, eu amava outra pessoa e estava passando por muitos problemas pessoais sozinha. É claro que essas duas coisas não justificam a maneira que agi com você, de jeito nenhum. Mas, a você, peço os meus mais sinceros perdões. Eu me senti muito mal, mexi com você em um momento delicado.

Hoje em dia, eu espero que você esteja bem...odeio estar na mesma sala de aula que você e sentar ao seu lado todos os dias, porque, às vezes sinto saudades suas e da sua companhia.

Não citarei o que aconteceu de podre nesta carta, eu não gosto de lembrar disso. Mas também é importante que você saiba que eu te perdoo pelos rumores que você inventou sobre mim, pelas mentiras contadas a respeito do meu nome e pelo jeito que, do meio pro final da estória, você me desrespeitou e desprezou. Eu te perdoo por tudo, de verdade, mas, por favor, não tente voltar a ter contato comigo. Nunca mais.

E tudo que você fez comigo e com outras meninas vai voltar para você, isso é a lei da semeadura.

Então, se liga, cara.

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Você achou mesmo que eu não saberia de todas as coisas que você disse sobre mim?