Prólogo

94 17 4
                                    


A maioria dos personagens aqui apresentados não me pertencem.

Boa leitura!

______________________________________________


Minha cabeça dói, onde estou? Não consigo ver nada.

Só me lembro de estar nadando no mar. Uma onda enorme me atingiu e então...

Eu morri? A julgar pelo breu, não devo estar no céu.

− Sim e não – Uma voz grave ressoou no meu ouvido.

− Quem está aí? – Me assustei.

Tentei me levantar, mas meu corpo pesava, era impossível.

− Não se assuste.

− Como não quer que eu me assuste? Não sei quem você é, e não consigo te ver!

− Que tolinho, humanos não conseguem me ver, eu chego sem aviso, aqui... ali... as vezes... atrás de você!

O senti perto de mim.

− Eu estou no inferno?

− Não.

− Então...

− Pequenino, não era para você estar morto.

− Mas você disse que eu morri.

− E é exatamente por isso que eu vou te dar uma nova chance.

− O que quer dizer?

− Você vai reviver, mas não em seu corpo original, agora ele deve estar boiando em algum lugar do oceano, o que te resta é renascer em outro universo.

− Por que outro universo?

− Existem certas regras que devo seguir.

− E por que eu?

− Sua vida não é uma das melhores, abandonado em um orfanato quando tinha apenas três meses, e os diretores do orfanato não eram muitos legais não é mesmo?

− Eu não sou o único órfão infeliz que existe.

− Você tem sorte pequenino, eu estou de bom humor, por isso vou deixar que escolha onde quer nascer, um mundo de fantasia, com dragões e magia? Talvez no universo daqueles seus desenhos preferidos? Ou algo mais parecido com o seu?

− Pais.

− Como?

− Eu não ligo para qual dimensão ou universo irei, eu quero ter pais, bons pais, quem sabe um irmão.

− Pobre coisinha... como quiser.

Uma luz enorme surgiu e tudo se iluminou. Fechei os olhos, mas pude escutar:

− Nos veremos de novo, afinal eu sou a morte.

O som de uma sirene tocava incessantemente, barulhos de objetos quebrando e alguns gritos me fizeram acordar.

E de repente...

Estava sem ar, não conseguia respirar. Me encontrava dentro de um tubo enorme de vidro que estava cheio de um líquido viscoso, transparente e eu estava nu.

Havia vários papéis jogados naquele lugar que parecia um laboratório, muitas luzes vermelhas piscando. Meus pulmões pediam oxigênio. Em um ato desesperado soquei o vidro que para minha surpresa, quebrou.

Caí de modo violento no chão me cortando com o vidro, o ar que invadia meus pulmões queimava, era como se fosse a primeira vez que eu respirava. Vi pessoas de jaleco correndo pelo corredor. Tentei pedir ajuda, mas minha garganta doía e nenhum som era emitido. Minhas pernas fraquejavam como se eu fosse um bebê aprendendo a andar. Notei uma espécie de tatuagem em meu pulso, 013. O que era isso?

Depois de algumas tentativas consegui ficar em pé me apoiando em uma mesa. Vi um fichário com quatorze páginas totalmente aberto e o li.

Projeto Cadmus

Experimento (DNA mixing)

Havia quinze páginas com informações... de experimentos? E uma foto em cada uma. As primeiras dez tentativas de clonagem falharam. A décima primeira era uma garota, uma amazona perfeita, mas tinha um comportamento agressivo, eliminada.

Décima segunda, sexo feminino, novamente uma clonagem perfeita, mas... tentativa de fuga e assassinato de um dos cientistas, eliminada. Décimo terceiro, 013... clone perfeito, sexo masculino, estado vegetativo, em observação. Havia uma folha arrancada. E na última...

DNA adquirido:

Cromossomo XX- Mulher maravilha (Identidade desconhecida)

Cromossomo XY- Batman (Identidade desconhecida)

O que? Isso são codinomes ou apelidos?

Eu sou um experimento?

− Rápido! – Ouvi alguém gritar – Temos que transportar a cobaia restante e queimar tudo!

Pego a folha que falava sobre mim e a arranco do fichário. Com dificuldade caminho até a saída oposta de onde vinha a voz, no corredor as luzes continuavam a piscar e pude ouvir tiros sendo disparados, abri a primeira porta que vi.

Vassouras, baldes e produtos de limpeza.

Me deparei com um espelho, eu era jovem... parecia ter 16 anos, a mesma idade de quando eu morri, cabelo cacheado de cor preto azulado que ia até a minha nuca e olhos azuis. Meu corpo tinha alguns cortes e estava sangrando. Eu era esbelto e tinha alguma massa corporal.

Mais tiros, dessa vez está perto. Vejo um uniforme de faxineiro e visto rapidamente, amasso a folha que levava comigo e enfio no bolso da calça.

Apoiado na parede, comecei a andar no meu ritmo, no pior dos casos, eu ia ver a morte mais cedo do que esperava... falando nela, eu me lembro de ter pedidos bons pais, devia ter falado que queria que eles soubessem da minha existência.

Tudo está doendo...

− Parado – Ouço atrás de mim.

− C..Cal..calma.. – Consigo enfim falar, era como se tivesse mil agulhas perfurando minha garganta.

− É você?

Tentei chegar perto, mas ele disparou, a bala veio em minha direção com velocidade e eu consegui desviar.

Fiquei tão atônito que quando a segunda bala veio, acabou me atingindo e passando de raspão no meu braço.

Estava assustado e a única coisa que pensei foi em sobreviver, avancei sobre o homem mais rápido do que eu pensei que poderia e o arremessei contra a parede fazendo-a quebrar.

− O que foi isso? – Me surpreendi.

Senti o sangue em meu braço escorrer e caminhei rapidamente para onde havia menos gritos e barulho, havia homens desmaiados no chão e um portão que tinha sido forçado e empurrado.

Então eu vi, o céu noturno, grama e um pouco mais longe... uma cidade.

Esse é...

Um novo começo para mim.

Wonder boyOnde histórias criam vida. Descubra agora