Capítulo 4

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Yuuri acordou grogue, no escuro, com a agitação de uma criança mal-humorada. Ou, não, não uma criança. Um inquieto patinador artístico de renome mundial. Viktor Nikiforov soltou suspiros na nuca de Yuuri. Agitando suas pernas inquietas. Esfregou sua franja contra o ombro de Yuuri.

Yuuri tentou fugir. Ele estava prestes a rolar para o chão quando Viktor passou um braço em volta de sua cintura e deliberadamente o aconchegou de volta no centro do futon.

— Vá dormir. — Yuuri resmungou.

— Não consigo. — Viktor pressionou a ponta de seu nariz frio no pescoço de Yuuri. — Jet lag.

— Então finja que está dormindo.

— Só se você parar de fugir.

— Vou parar de fugir se você me soltar.

— Tenho cinco vírgula cinco por cento de gordura corporal. — Viktor se contorceu para mais perto, e pressionou os pés frios na carne das panturrilhas de Yuuri. — Vou ter hipotermia se soltar.

— Você não vai ter hipotermia .

— Cinco ponto cinco! — Viktor choramingou. — Minhas costas estão frias. E o futon é tão fino. E os lençóis estão me dando coceira.

Yuuri enterrou o rosto no travesseiro e gemeu.

— Eu tenho uma pele muito sensível, Yuuri.

— Você já ouviu a frase 'nenhuma boa ação fica impune'? — Yuuri perguntou. — Porque estou descobrindo...

Eu não estou ouvindo. — Viktor cantou. — Além disso, só vim para Jozankei por sua causa. Então, se você realmente pensar sobre isso, tudo isso é culpa sua.

— Como? — Yuuri exclamou. — Nunca tinha ouvido falar de Jozankei até ontem.

— Eu também não. — Viktor respondeu. — Eu nunca tinha ouvido falar de onsens, também, até que você me contou tudo sobre o seu. Mesmo que eu-

Qualquer pequena esperança que Yuuri tivesse de voltar a dormir desapareceu quando Viktor deixou aquela frase inacabada. Mesmo que ele... o quê? O que ele se impediu de dizer?

Ele deve estar falando sobre algo que aconteceu durante o blackout de Yuuri. Ele realmente não queria saber. Mas não saber o deixaria louco, então a curiosidade levou a melhor.

— Por que eu estava falando sobre o onsen?

— Você me pediu para visitar sua cidade natal enquanto estávamos juntos na cama. Você fez isso soar tão bem. — Os dedos de Viktor acariciaram levemente o braço de Yuuri. — Você disse que iríamos patinar de manhã, mergulhar à tarde e depois fazer amor a noite toda.

Yuuri disse o quê ? Não não não. Impossível. Ele não poderia. Isso soou muito lisonjeiro, muito confiante, nada parecido com ele.

— Foi uma oferta muito tentadora — Viktor ronronou, respiração quente contra a nuca de Yuuri. Arrepios surgiram ao longo de todo o comprimento de seus membros. Os dedos ágeis de Viktor demoraram-se na pele eriçada, traçando um círculo delicado. — Você não concorda?

Yuuri pulou como um gato escaldado. A próxima coisa que ele soube foi sua cabeça batendo na parede. Ele gritou, lutou para se endireitar e bateu com a canela na estrutura de alumínio da cadeira.

Viktor se apoiou em um cotovelo. Ele não era muito mais do que um contorno sombrio no escuro, um brilho de luz em um cabelo esvoaçante e uma lasca de brilho em seus olhos.

— Você se assusta facilmente. — Viktor observou. — Percebi isso no hotel depois do Mundial do ano passado também. Então, depois do Canadá, decidi que você devia estar fingindo para me atrair.

Algo incrível aconteceu, e eu estou tão triste,  VICTUURIOnde histórias criam vida. Descubra agora