Contos 1

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Primeiro Dia

Ele estava muito nervoso, Pará sabia que tinha sido o último a entrar na escolinha, provavelmente todos os outros já tinham feito amizade, agora só ele ficaria de lado e sem nenhum amiguinho para brincar.

O pequeno paraense se agarrou forte a perna do professor que o guiava até o inteiror da creche.

- Tá tudo bem Pará?

- Uhum... – Ele fez um movimento de sim com a cabeça, mas o menino ficou muito mais nervoso quando eles chegaram até a porta e foi possível ouvir a bagunça das outras crianças no interior.

- Tem alguma coisa te incomodando?

- E se... E se ninguém quiser brincar comigo... – Ele escondeu o rosto contra o tecido da calça do professor quando terminou de dizer.

- Confia em mim Pará – Luciano se abaixou e fez um cafuné gentil na cabeça do menino – Eles vão adorar brincar com você, então, vamos entrar?

O garoto demorou alguns segundos para reunir coragem, mas fez que sim com a cabeça.

Pará ainda estava agarrado ao tecido da calça de Luciano quando eles entraram na grande sala, lá se encontravam crianças de toas as idades, entre os pequenos ainda estava a professora Brasilia, a mulher trabalhava arduamente para tentar manter alguma paz no ambiente.

- TIO LU!!! – Várias das crianças gritaram quando viram o professor entrar.

- Pessoal! – Ele parou em frente as crianças, essas logo começaram a se reunir e prestar atenção – Hoje quero apresentar um novo coleguinha.

- EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!

- Vamos ser legais com o amiguinho ok? – Ele olhou na direção do paraense e deu uma piscadinha para a criança – Principalmente você Rio! – Luciano olhou sério para o carioca por um segundo.

- Coé tio!! – A voz do pequeno Rio de Janeiro era carregada de indignação.

- Crianças esse aqui é o Pará – Luciano colocou uma das mãos sobre a cabeça do menino e fez um cafune leve – Ele mora perto do Acre e da Amazonas.

Por instinto Pará tentou procurar de quem o professor falava, e quando passou os olhos pelas crianças uma menina de cabelos pretos que passavam pouquíssimo dos ombros acenou para ele, ao lado dela uma criança, que provavelmente ainda não sabia falar direito, estava em um andador verde com várias figurinhas de dinossauro, o bebê sorriu para o paraense.

- Agora nossa turma está completa!

Quando Luciano terminou de falar vários gritos animados soaram pela sala, era possível ouvir alguns comentários mais altos.

- Ele é alto dai neh...

- Será que é mudo?

- Sera qui ele qué pão di quejo?

- E não vamos esquecer de ver onde vai ficar a estrelinha dele! – Luciano tentou dizer entre os comentários das crianças claramente muito animadas.

- Vamo ganha doce agora? – Ceará saiu do meio das crianças tropicando e parou na frente do professor.

- Pra você nem pensar!

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Palavra Nova

Luciano andava de um lado para o outro na cozinha, ele parecia muitíssimo estressado e a professora Brasília tentava trazer alguma razão ao colega.

- Luciano, você só precisa explicar para ele que as crianças ainda são muito novas...

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