Alya Malfoy e o Servo de Voldemort

Capítulo 6 - A ajuda de Dumbledore

No dia seguinte acordei com o vazio da companhia do meu irmão, não sei muito bem quando isso começou, mas Draco sempre espera que eu adormeça antes de ir para seu próprio quarto e mesmo depois de anos dessa nossa pequena tradição, sempre acordo com a sensação de vazio que sua ausência me causa. Fiz o desjejum no quarto, e por um milagre digno de Merlim, meus pais não reclamaram, na verdade, naquela manhã, até aquele momento, não tive notícias deles.  Coloquei uma roupa confortável pensando em convidar Draco para uma pequena partida de quadribol, depois de tudo que ele já fez por mim e pelo tanto de problema que causo a ele, acho que sair da minha melancolia diária para fazer algo de que ele goste, é o mínimo. 

Entrei no quarto do meu irmão sem bater, ele estava sentado no banco acolchoado em frente a sua cama, seu olhar perdido, esbranquiçado, como se ele tivesse sido esvaziado, imediatamente fui atingida com uma certeza sólida em meu peito, o que quer que isso fosse era responsabilidade minha.

- Draco? - Chamei angustiada, ele virou o corpo na direção da minha voz, mas não parecia registrar que eu realmente estava ali, saí em busca dos meus pais na sala de refeições, eu até podia ter certeza de que essa merda era culpa minha, mas não fazia ideia de como resolver. Esperava que minha mãe soubesse, esse poder, talvez meu pai tenha razão pela primeira vez na história... é uma maldição.

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- Mãe, acho que precisamos de ajuda externa para lidar com essa situação.

- E quem você sugere, Alya? - Não ignorei seu tom acusatório, afinal eu causei mesmo essa bagunça.

- Só consigo pensar em uma pessoa, Dumbledore! - Segurei o ar em meus pulmões, esperando pelo golpe que viria.

- Você perdeu o juízo, seu pai nos mata, Alya! Se qualquer detalhe dessa história vazar, seríamos provavelmente todos presos, temos sorte que ele decidiu viajar cedo hoje, provável que só retorne no fim da semana.

- Acho que ele vai me matar de qualquer jeito, mãe, eu quebrei o herdeiro dele, literalmente, e você bem sabe quem ele vai responsabilizar por isso, quanto a imprensa, duvido que Dumbledore vá querer envolvê-los nisso. - Senti as engrenagens do cérebro de minha mãe se movendo a contragosto, mas independentemente do orgulho e desprezo, até ela precisava admitir que eu tinha razão, depois do que pareceu uma eternidade, ela suspirou alto, fazendo algo que eu nunca tinha visto, se jogou no sofá completamente derrotada, quase... exausta (?).

- Como não vejo uma solução para a questão, vamos tentar seu plano insano, vou enviar uma coruja, espero que ele esteja em Hogwarts. - Ela fez um sinal com a mão me dispensando, logo em seguida surgiu pergaminho e um tinteiro com pena na mesa lateral, ela deu mais um suspiro, se empertigou no assento que ocupava e começou a escrever. Eu aproveitei o silêncio parar encarar meu irmão que parecia completamente alheio, como uma casca se decompondo, sua consciência parecia um pequeno fio solitário de pelo de unicórnio, raro, mas com pouca utilidade sozinho, basta o soprar de uma brisa leve para levá-lo para sempre. 

A espera pela resposta de Dumbledore foi o momento mais assustador da minha curta jornada na Terra, eu nunca deveria ter acreditado que qualquer forma de magia das trevas pudesse ser algo positivo, que minhas boas intenções mudariam a forma de uma magia carregada da mais pura crueldade, até a tia Dre acreditava que existia a possibilidade de manipulação dessa magia para um "bem maior", aqui estamos, pode ter sido minha imperícia em seu uso? Sim, mas a responsabilidade sobre isso, dessa vez não pesava sobre meus ombros, e eu via nos olhos da Senhora Malfoy, ela estava sentindo a dor da culpa. Nunca desejei tanto ter o poder de manipular o tempo, voltar para a ignorância, quando a ansiedade de não saber o que eu via era minha única preocupação.