Diga meu nome || 2Yeon G!P

Capítulo 48

Nayeon POV

O jantar está marcado para hoje à noite, e não há nada que me faça esquecer isso.

Não sei porque estou tão ansiosa para este jantar, nada demais vai acontecer nele. Pelo menos nada de novo. mas não consigo me acalmar, agora minha mãe acha que eu gosto de Jeongyeon e tenho certeza que ela vai ficar o jantar todo me observando para ver como me comporto perto dela, e este é o problema. Não sei como me comporto perto dela, e depois de tanto tempo pensando nela, não creio que será de um jeito normal ou discreto.

Quando chega a hora, coloco um vestido longo preto de tecido fino com sapatos de salto e desço para receber os convidados.

Desta vez o jantar não será algo simples como foi das últimas vezes. Algumas outras dezenas de pessoas virão jantar junto com a minha família e a de Jeongyeon. Provavelmente são pessoas importantes que trabalham com nossos pais, mas não posso dizer com certeza.

Quando a sala já está cheia de gente e o barulho das vozes começa a ficar alto, vou para a cozinha, onde não tem ninguém.

Jeongyeon ainda não chegou, mas quando chegar preciso achar outro lugar para me esconder. Querendo ou não, esta cozinha se encontra com uma alta circulação de pessoas, e ela pode passar por aqui facilmente. Ou ela ou a minha mãe, e com certeza não quero nós três presas no mesmo cômodo.

Não  tenho a resposta certa do porquê que estou tão insegura em ver Jeongyeon, já a vejo quase todos os dias em diversas situações ou posições diferentes.

Talvez seja diferente para mim poder conversar com ela normalmente na frente das pessoas. É claro que eu posso fazer isso na escola, mas lá temos muitos olhos e ouvidos atentos na vida dos outros, e aqui não, aqui as pessoas se preocupam com contratos enormes e mais trabalho. ou talvez eu apenas não queira que minha mãe esteja certa.

Fico por lá por mais alguns minutos, mas sou obrigada a ir para a sala quando minha mãe me encontra e me faz ir cumprimentar as outras pessoas que acabaram de chegar.

"Se aprese Nayeon, hoje tudo tem que ser perfeito," diz ela, logo após dar algumas ordens as cozinheiras.

Saio da cozinha com nenhum ânimo e vou para a sala. Quando chego lá, coloco um enorme sorriso falso no meu rosto e começo a conversar com os convidados.

Falo com um por um até chegar nos nossos queridos vizinhos. Jeongyeon e o Sr. Yoo estão conversando com os meus pais perto da porta de entrada. Estão todos tão concentrados e sorridentes que por um segundo acho que, em algumas horas, nem vão perceber eu não os cumprimentei. Tentei fingir que não os vi e ir para outro rumo, mas já era tarde, Sr. Yoo me vê e abre um sorriso, e acabo tendo que ir até eles.

"Sr. Yoo, como vai?" Pergunto.

Estico meu braço para dar um aperto de mão, mas ele me puxa e me dá um abraço apertado, Fico um pouco sem jeito e quase piso no seu pé, mas felizmente nada de tão ruim acontece.

"Minha querida," el chama, segurando em ambas as minhas mãos e me observando. "É impressionante como está cada dia mais bonita. Já está uma mulher com este vestido," ele elogia.

"Muito obrigada Sr. Yoo, mas o senhor deve estar vendo beleza a mais com odo o seu bom humor," digo, tentando ser o mais culta possível.

"É claro que não. Posso estar velho, mas consigo reconhecer uma peça rara quando a vejo, e você se parece com uma desde que era apenas um bebezinho."

Acabo ficando sem palavras e demoro para responder. Como devo responder a um elogio desses? Se tem uma coisa que sou péssima é a responder elogios.

"Ah, por favor Sr. Yoo, assim eu fico sem jeito," digo.

"Ela não está acreditando," ele ri olhando para os meus pais. "Fale para ela com ela está bonita, Kyun-wan."

Jeongyeon me olha envergonhada e acaba tendo mais problemas para achar palavras do que eu.

Olho para ela já sentindo minhas mãos suarem. Começo a balançar o pé dentro do vestido e a esfregar as mãos uma contra a outra, mas não consigo tirar os meus olhos dela.

Jeongyeon também fica inquieta e sem jeito, e pela primeira vez a vejo sem saber o que responder. Percebo que minha mãe nos observa com um pequeno sorriso de lado, vendo o quanto eu fiquei corada, mas tento ignora-la. Se for prestar atenção em mais uma coisa que está acontecendo aqui agora provavelmente vou desmaiar.

"Sim, pai," diz Jeongyeon. "Concordo com você quando diz que ela está bonita. Im sempre teve uma fisionomia muito agradável."

Fecho os olhos rapidamente para digerir o que acabou de acontecer. Ela realmente disse que me achava bonita com a expressão 'fisionomia agradável'? E é claro que não podia faltar o Im nesta frase, um elogio nunca vem de graça, ela tinha que fazer algo para me irritar.

A encaro com um olhar desafiador, mas nem sei exatamente o motivo. Talvez seja por desafia-la a me chamar de Im novamente, ou por admitir que sempre me achou atraente.

Sr. Yoo e meus pais voltam a conversar entre si e com os outros convidados da festa e acabam nos deixando sozinhas. Olho para Jeongyeon sem saber o que dizer ou fazer. Então fico do lado dela e observo os outros convidados. As vezes sorrindo para um ou outro que nos cumprimenta brevemente.

Quando ficamos em silêncio e sem mais pessoas para cumprimentar, a situação se torna constrangedora, e nada vem na minha mente para tornar isso menos vergonhoso.

"Seus pais não acham que você está vulgar demais para um jantar de negócios?" Pergunta Jeongyeon, em um tom de deboche na voz.

Me viro rapidamente e a encaro sem acreditar em seu comentário nada respeitoso e grosseiro.

"Você realmente está me insultando na minha própria casa?"

"Ah, então você prefere que eu te insulte lá fora?" Ela aponta para o jardim da frente.

"Daqui a pouco é onde você vai estar se continuar sendo uma babaca." Retruco, e tudo que ela faz é soltar uma risadinha baixa.

Meu comentário não parece ter atingido Jeongyeon como eu esperava, mas pelo menos isso calou a sua boca.

A encaro de baixo. Por mais que eu esteja usando um salto bem alto esta noite, Jeongyeon ainda fica vários centímetros maior que eu, e por mais que isso seja bom na maior parte das vezes, não gosto do sentimento que isso causa em mim em situações como essa.

"Quer saber Jeongyeon, estou surpresa que conseguiu fazer um elogio hoje, não sabia que você era capaz disso," comento.

"Não sabia? Vivo fazendo elogios Nayeon, mas é uma pena que a maior parte deles não são para você."

Não acredito. Como ela consegue fazer isso? Como ela me irrita tanto? Estava errada, ela de fato tem uma resposta pronta para tudo.

"Não é uma pena, prefiro nunca receber um elogio de você do que ser mais uma das suas putas."

Jeongyeon ri e passa os dedos no seu terno feminino suavemente.

"Qual é a graça?" Pergunto.

"Não é nada, só você dizendo que não quer ser uma de minha putas, quando não consegue ficar longe de mim."

"Quem disse que eu não consigo ficar longe de você?"

"Bom, um dia desta semana eu não fui para o colégio, e adivinha quem veio atrás de mim?"

Babaca. Quando vou conseguir ganhar em uma discussão com ela?

"Eu tive motivo para ir lá, Jeongyeon."

"Eu sei, nunca disse o contrário," responde ela, ainda rindo e tirando sarro de mim. "Só não precisava ter transado comigo depois."

"Cala a boca, você queria aquilo mais do que eu."

Ela me observa e ri sarcasticamente, então olha para o lado e se afasta.

Mas ela não está certa, não uma de suas putas. Suas "putas" não sabem da onde ela é ou a verdade sobre a grande parte de sua vida. Jeongyeon pode me chamar do que quiser, mas tenho certeza que sou uma das pessoas mais próximas que ela tem, mesmo que goste de transar com ela de vez em quando.