Diga meu nome || 2Yeon G!P

Capítulo 59

Jeongyeon POV

Ela saiu do carro antes que eu pudesse ao menos olhar para ela direito. Não tive tempo nem de responder ou de conversar sobre o assunto de forma apropriada.

Eu realmente queria falar com ela sobre aquilo, mas toda vez que eu tentava falar algo, ela me cortava ou me ignorava, e agora estou me sentindo culpada por fazê-la se sentir obrigada a dizer o que escondia de mim, mas eu não sabia que era algo tão gigante.

Eu realmente achei que seria apenas um detalhe ou um pensamento que passou pela sua cabeça um dia, mas não que seria algo tão íntimo e importante. Como sei que ela não quer falar comigo, decido ir para a minha aula e espero para conversa com ela depois, quando ela estiver mais calma.

Eu realmente precisava que o tempo passasse o mais rápido possível, porque não podia esperar para consertar o que ela achou que estava quebrado, ou pelo menos para achar um meio termo e não fazer uma bagunça total no que estava acontecendo, mas é claro que o mundo se certificou que o tempo passasse da maneira mais lenta possível.

Fiquei a aula inteira tentando assimilar o que ela havia acabado de me contar, mas não acho que isso ainda esteja claro na minha mente. Não sei o que aconteceu ou o que isso realmente significa, nem sei se algo está quebrado ou bagunçado agora, só sei que eu estou sentindo a urgência de esclarecer essa história toda.

Mas não acho que a ficha já tenha caído. Quer dizer, eu sei que ela gosta de mim de uma maneira romântica e que espera que algo aconteça entre a gente, e para ser sincera eu nem sei se esperava que isso acontecesse com o tempo, porque a Nayeon sempre agiu de uma forma tão diferente e única comigo que eu não tenho ideia de como desvendar seus olhares ou sentimentos.

É literalmente impossível.

É como se eu não conseguisse desvendá-la como outras pessoas conseguiriam, como se eu não conseguisse vê-la tão claramente como gostaria. Não sei se o fato de eu conhecer ela por tanto tempo afeta o jeito que ela aparece para mim na minha cabeça, mas eu já deveria ter a desvendado, mas me sinto cega quando estou co ela, e de alguma forma também consigo ver tudo.

Quando o sinal toca, ando pelo corredor com as mãos firmes rentes ao resto do meu corpo, a caminho do refeitório. E pela primeira vez percebo que algumas meninas estão dando risadinhas tímidas para cima de mim, mas em contrapartida, outras me olham como se fossem me matar.

Talvez algumas não tenham gostado do soco que eu dei no Yuta e outras talvez tenham me apoiado, mas o que é triste é que nenhuma delas está pensando na Nayeon, que é quem elas realmente deveriam se importar.

Meus passos são interrompidos por um forte empurrão em meus ombros que me fazem cambalear até bater fortemente com o corpo contra os armários. Ajeito minha blusa e olho para saber quem foi que quase me fez cair, por mais que eu já saiba a resposta.

Yuta me encara com o olho roxo que eu deixei em seu rosto e com os lábio pressionados um contra o outro, mostrando que ele está claramente furioso comigo. Se ele acha que vou brigar com ele novamente, ele está muito enganado. Só briguei com ele na festa porque queria proteger a Nayeon.

"Já que você gosta tanto de brigar, Jeongyeon," diz ele, em tom de zombaria. "Porque não arruma um tempo nessa sua preciosa agenda para terminar aquela briga que começamos?"

Uma roda de pessoas começa a se juntar ao nosso redro. Os amigos de Yuta ficam atrás dele me olhando com um sorriso, me enxergando como uma perdedora. Algumas pessoas tiram os celulares dos bolsos e começam a filmar e a tirar fotos, e Yuta dá um passo para perto de mim, me desafiando.

Como esse cara consegue ser tão babaca? Ou melhor, como a Nayeon conseguiu ficar com ele por tanto tempo?

"Minha preciosa agenda está lotada, Yuta," respondo, no mesmo tom que ele. "E aquilo não foi uma briga, foi eu te impedindo de ser um babaca maior do que você já é."

Passo a mão pela minha jaqueta e começo a me afastar dele, mas suas mãos chegam até meu peito e me impede de continuar. Eu olho para ela de canto de olho e respiro fundo.

Não posso me descontrolar agora, não vou deixar esse idiota me tirar do sério mais do que já estou. A Nayeon não está aqui, ela está segura.

"Por favor, Jeongyeon, está com medo? Realmente vai agir como uma covarde?" Pergunta ele com um sorriso convencido nos lábios. "Para roubar a namorada dos outros você é ótima, mas vai realmente amarelar em um momento como esse?"

"Roubar a namorada dos outros?" Rio. "Não se preocupe, Yuta, não fui eu que a roubei de você, você se certificou de a afastar de perto de você por conta própria."

Seus lábios se contraem e seus olhos se arregalaram. Ele fica extremamente curioso para saber o que está por trás das minhas palavras.

"O que você está dizendo?" Pergunta nervoso.

Yuta me pega pelo colarinho da minha blusa e me joga contra o armário. Seu punho se levanta e fica firme, pronto para me dar um soco, mas eu o empurro para trás e me solto das suas mãos nojentas.

Ele dá um passo para trás e limpa a boca. Não vou dizer que eu já estava envolvida com Nayeon antes dos dois terminarem, não faria isso com ela. Talvez eu tenha falado mais do que deveria.

Agora ele acha que ela me contava o que achava dele enquanto o traia, o que não é totalmente mentira, mas também não é totalmente verdade. Além do mais, ele nem me conhece, essa é a primeira conversa que temos na vida, e não acho que eu e ele temos intimidade o suficiente para contar segredos.

"O que estou dizendo? Todos sabem como você não presta, Yuta, isso não é segredo." Respondo, tentando desviar o rumo para onde a conversa estava indo.

"Como você saberia? Chegou nesta cidade não faz nem três meses e já acha que sabe mais do que todos aqui."

"Não precisei ficar mais de cinco minutos na mesma escola que você para saber que é um idiota, e que a Nayeon merecia alguém muito melhor."

Yuta não responde nada, seu punho responde por ele. Sua mão parte para o meu rosto e me atinge com força. Eu bato as costas e a cabeça no armário novamente, sendo forçada a me mover para trás.

Quando abro os olhos, encontro Yuta balançando a mão para aliviar a dor, e logo a sento se espalhando pelo meu crânio e meu nariz também. Meu sangue ferve e meu corpo se enche de adrenalina.

Estou pronta para bater tanto nele que seus amigos vão ter que me toirar de cima dele. Dou passos em sua direção e cerro os punhos, completamente irritada pelo o que ele fez. Yuta me analisa com suas narinas dilatadas, buscando ar, e seus olhos cheios de fúria, o que me faz o odiar ainda mais.

Mas minhas pernas travam quando enxergo uma certa pessoa. Nayeon atravessa a multidão de alunos curiosos e nos observa aterrorizada. Seus olhos estão cheios de lágrimas e seu peito sobre e desce continuamente.

Ela está estática, me implorando para não continuar esta briga, me implorando para deixar isso em paz. Ao vê-la, meu corpo não faz outra coisa a não ser relaxar. Minha respiração começa a se estabilizar e o sentimento ruim a passar.

Me seguro para não continuar a briga, como ela pediu, e dou passos para trás me afastando dele novamente. Yuta já teve o que queria, já teve sua infantil vingança. Olho para ele, que não pode esperar para me dar outro soco, mas ignoro os meus desejos e os dele.

Limpo minha boca que exalava saliva e um pouco de sangue e saio do meio daquela roda de pessoas. Nayeon caminha seus olhos junto com os meus passos, que se afastam cada vez mais. Olho para ela algumas vezes, para ter certeza que ela não tenha ficado completamente desapontada comigo, mas continuo em frente, em silêncio e sozinha.