Homem-oceano

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Foi apertado, pesado, doído.

Talvez o mundo tenha resolvido fazer de minhas costas seu trono

O oceano deve ter achado que cabia a mim segurar-lhe as águas!

Meus pés nem sequer tocavam o chão

Como aguentaria tais coisas em minhas mãos?

Diante de meus olhos apenas a escuridão do barro

Minhas mãos tocavam apenas o nada

E em meus movimentos diminutos somente a incerteza

Não consegui nem ao menos chorar, não imaginei nem mesmo o outro lado.

Por um instante a mais me perdi de mim mesmo.

Eu era o oceano?

Será por isso que era tão apertado?

Um nó foi me dado nas lágrimas e secaram-se os soluços

Gotas salgadas apenas cabem ao mar

Tolice deixá-las escapar de homens-oceano!

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