entre meu estômago e meu coração
uma coisa vive, sem vida
e em dias cinzas ela se revolta
arranha as beiradas da alma com as mãos
todos os dias a noite me revive
e pelas manhãs me mata
tornando-me um estranho espectro
uma mutação
me resseca quase inteiro
vomitando ausência e devaneio,
onde haveria presença e atenção.
em pleno dia no barulho,
é só silêncio
e no silêncio,vasta canção
repete dor, repete flor
repete sem dó
me acordando sempre
antes mesmo de dormir
mas me velando os dias
em que estive.
passei
mas não estava ali.
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Corpo
PoesiaUm corpo que cresce pelas palavras ditas, não ditas, expulsas de dentro e invadindo o lugar. Palavras abraçadas e vomitadas compondo o que isso é para além do que é. poesia para construir um corpo um corpo para se fazer em poesia