hóspede

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entre meu estômago e meu coração

uma coisa vive, sem vida

e em dias cinzas ela se revolta

arranha as beiradas da alma com as mãos

todos os dias a noite me revive

e pelas manhãs me mata

tornando-me um estranho espectro

uma mutação

me resseca quase inteiro

vomitando ausência e devaneio,

onde haveria presença e atenção.

em pleno dia no barulho,

é só silêncio

e no silêncio,vasta canção

repete dor, repete flor

repete sem dó

me acordando sempre

antes mesmo de dormir

mas me velando os dias

em que estive. 

passei

mas não estava ali.

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