mãodupla

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Culpa-me

por teu olhos marejados

sua boca trêmula seu desconforto acentuado


Derrame em mim os seus ódios reprimidos

sua alma sem abrigo

seu estado depressivo


Culpo-me por todo o mal que não te causei

por todos os dias que lhe dei

sem nenhum sentido íntimo de alívio


Desculpa-me por não ser nada

por não chorar lágrimas amargas

de desejar encontrar-me apenas em mim.


Culpa-me então, pois eu me desculpo

todos os dias

por odiar sua mente vazia

cheia de intempéries.

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