Capixaba Boys (2son)

Capítulo 1 - Infortúnio

São Paulo, Capital. Janeiro de 2023.

6:50 da manhã.

O despertador estridente que ecoava uma mistura de lambada com reggae foi ouvido por todo o quarto, fazendo com que cada célula do corpo de Son se despertasse e o fizesse levantar num susto.

Arregalou os olhos de supetão e sentou-se na cama rapidamente, sentindo seu coração palpitar forte. Até que foi se acalmando aos poucos e quando se deu conta, estava encarando o nada com a maior carranca de sono do mundo. Já eram 6:50 da manhã.

Ao seu lado, sua namorada, Vanessa, parecia ter um sono dos deuses.

A loira inspirava e expirava o ar calmamente, típico de uma mulher que acabara de ter seu namorado nomeado como o mais novo sócio da corretora em que trabalhava.

Son iria receber a posse naquele mesmo dia, então, de fato, considerava aquela manhã como uma manhã especial.

Se esticou até sua mesinha de apoio ao lado da cama e abriu uma das gavetas, retirando um pequeno spray para mau-hálito de lá e um par de óculos de grau. Deu duas xiringadas na boca com o spray e o colocou de volta no lugar, botando seus óculos no rosto logo em seguida.

Engatinhou até o outro lado e, chegando até Vanessa, retirou uma pequena mecha de cabelo de seu pescoço.

— Bom dia, meu amor — sussurrou em seu ouvido, deixando um singelo beijo no canto de seus lábios logo em seguida.

Vanessa abriu os olhos lentamente e sorriu, ainda de costas para o namorado.

— Bom dia, meu bem... — respondeu numa voz preguiçosa e manhosa, transferindo seu olhar para Son e o fazendo sorrir.

Heung-min, então deu alguns beijos na bochecha de Vanessa, escorregando de vez em quando para outras partes do rosto e para o pescoço dela. A loira sorria e se mexia toda na cama, sentindo alguns arrepios e trazendo, vez ou outra, o rosto de Son para mais perto de si.

Colocava sua mão na nuca do namorado e o puxava, o fazendo pressionar ainda mais os lábios contra o seu pescoço. O coreano abraçava sua namorada por trás e fazia carinho em seus cabelos com a outra mão livre. Vanessa sentia o cuidado de seu amado.

Bom, do seu mais novo amado, pois, apesar de namorar Son há mais de 2 anos só voltou a amá-lo de volta agora, recentemente. Mais especificamente quando ele foi promovido a sócio.

A verdade era que Vanessa não era lá a mulher mais louca e apaixonada por Son de toda a face da terra, por mais que namorasse com ele, mas ela sabia que ele era a sua melhor chance.

Historicamente, na sua vida pré-Son, o seu último grande e magnífico alcance foi se tornar Miss-Carapicuíba —o que ela tentava à todo custo esconder de seu currículo—, então, concluía que certamente ela não era uma pessoa que teve muita sorte na vida financeira.

Logo, tinha aquela noite em que encontrou aquele rapaz alto, sarado e rico em sua frente naquela boate no Rio de Janeiro ao invés dos velhos milionários e feios os quais estava acostumada, como O Dia Em Que Encontrou Nada Mais Nada Menos do Que Um Grande Pote de Ouro.

Vanessa, às vezes, se sentia um pouco mercenária por saber que só estava interessada no dinheiro de Son e dava umas escorregadas na casca de banana de vez em quando, saindo com outros caras. Mas o que ela também sabia era que:

Chifre trocado não dói.

A loira deu um leve sorriso, enquanto recebia diversos beijos no canto de sua boca e se recordava das inúmeras vezes em que flagrou Son com a boca na botija, escondendo mensagens um tanto quanto comprometedoras em seu celular ou conversando às esquinas com suas secretárias na empresa.